Cátia Mateus
A IDEIA de que a necessidade gera o negócio resume
a essência da Método. Com apenas dois meses de existência
esta empresa fundou os seus pilares nas dificuldades sentidas pela empreendedora
Paula Farinha em motivar o seu filho para o estudo e melhorar o seu aproveitamento
escolar. Do projecto à concretização foi um salto.
Reuniu duas sócias e com apenas cinco mil euros de investimento,
colocou no mercado uma empresa cujo principal objectivo é "dar
aos alunos um ensino individualizado e ensinar-lhes um método de
estudo".
A Método não é um centro de explicações.
Eis a primeira distinção que Paula Farinha, assistente
social na Casa Pia de Lisboa, impõe à empresa que criou.
A empreendedora delineou um conceito de empresa vocacionado para "ajudar
os alunos a ultrapassar as suas dificuldades, aferindo quais os seus
problemas em matéria de conhecimento desde a base, mas mais do
que isso, temos o objectivo de auxiliá-los na criação
do seu próprio método de estudo".
Estruturada que estava a ideia, Paula Farinha reuniu duas adeptas do
projecto e em conjunto com a gestora Manuela Martins, de 43 anos, e
Marta Cunha, de 24 anos e licenciada em Relações Internacionais,
criou a Método.
A empresa, sedeada em Lisboa, reúne várias valências
que a distinguem dos comuns centros de explicações.
"Além de colocarmos a tónica da nossa intervenção
na consolidação de um método de estudo que perdurará
pela vida académica do aluno e de apostarmos na identificação
das lacunas de aprendizagem, fornecemos um acompanhamento personalizado
na própria habitação do estudante", explica
a empreendedora.
Uma estratégia que não se justifica com "o facto
de o apoio decorrer no ambiente usual do aluno, ajudando-o a criar regras
e hábitos de estudo".
Além do acompanhamento escolar, a Método tem outras áreas
de intervenção (ver www.metodoensinar.com).
Aqui detecta-se a base das dificuldades do aluno através de um
diagnóstico, fazem-se sessões de terapia da fala e acompanhamento
psicológico, testes de orientação vocacional e
estruturam-se programas específicos de apoio caso-a-caso para
alunos que estejam a tentar o ingresso ao ensino superior.
A Método tem também um programa especial de ensino de
português para estrangeiros e várias iniciativas vocacionados
para apoiar alunos com dislexia e outras dificuldades de aprendizagem.
"Neste momento estamos a preparar também os programas
de férias, onde se pretende que os alunos tenham contacto com
actividades culturais, desportivas e também ligadas à
terra e ao campo", explica Paula Farinha.
Estruturar a empresa não foi difícil e a questão
burocrática também não foi um problema para as
empreendedoras. A principal dificuldade reside em escolher o professor
indicado para cada aluno. É aqui que reside o segredo da Método.
"É fundamental, num serviço destes, que o aluno
e o professor criem uma empatia. Por isso, é fundamental saber
adequar o perfil do aluno ao professor mais indicado para ele, dos que
temos disponíveis na nossa bolsa de docentes", explica
Marta Cunha.
Uma dificuldade que parece não ser entrave para o projecto já
que, com apenas dois meses de existência, a empresa conta com
23 alunos e uma bolsa de 50 professores.
A Método apoia estudantes de todas as idades e vários
horários, incluindo o fim-de-semana.
Os grandes trunfos deste projecto são, para as suas responsáveis,
"um ensino individualizado, de professor para aluno e a capacidade
em dar resposta imediata às necessidades de apoio. Quando nos
procuram, os pais saem daqui com um horário e o nome do professor
que vai acompanhar o seu filho".
Ainda em fase de implementação, as empreendedoras querem,
para já, fazer crescer a Método em Lisboa, "sempre
associada a um projecto de qualidade".
A principal prioridade não é crescer, "é
fazer bem, de forma credível, com um crescimento sustentado e
de bases sólidas". Como qualquer projecto educativo.
BI EMPRESARIAL
Nome: Método
Ano de criação: Janeiro 2004
Sede: Lisboa
Responsáveis: Paula Farinha, 45 anos, Assistente Social
Manuela Martins, 43 anos, licenciada em Gestão
Marta Cunha, 24 anos, licenciada em Relações Internacionais
Área de actuação: Apoio escolar, programas
de ocupação de férias, orientação
vocacional e ensino de português para estrangeiros
Investimento inicial: cerca de 5 mil euros
Principais clientes: pais de crianças com dificuldades
de estudo ou baixo rendimento escolar;
Postos de Trabalho criados: 50 professores (maioritariamente
jovens em situação de desemprego ou docentes já
reformados), em regime de colaboração e um posto de trabalho
em regime permanente
Grandes trunfos: acompanhamento individualizado na própria
casa do estudante (no seu ambiente de estudo) facilitando a criação
de um método de estudo.
Conselhos: Pensar que os negócios são as pessoas
e que por isso as boas condições de trabalho são
vitais. Além disso, para triunfar no mundo empresarial há
que acreditar no projecto que se lidera e nunca desmotivar