9ºW (nove graus oeste) é a longitude de Lisboa e é o nome do programa criado pela Hovione, a empresa que investiga e desenvolve novos produtos químicos e produz princípios ativos para a indústria farmacêutica mundial, para promover parcerias com a comunidade académica e alavancar a ciência, a inovação e o emprego científico. O Programa 9ºW prevê um investimento de cinco milhões de euros em três anos que serão aplicados em parcerias com universidades nacionais.
A multinacional Hovione integra 1400 funcionários. Em Portugal são 750, 44 dos quais doutorados. A empresa assume-se mesmo como “o maior empregador privado de doutorados em Portugal” e além dos que emprega de forma direta, tem presentemente sete programas de doutoramento em curso na empresa. É em Portugal, e numa equipa de 220 técnicos e cientistas altamente qualificados, que está concentrada a atividade de investigação e desenvolvimento (I&D) da firma. Razão pela qual, para Guy Villax, administrador delegado da Hovione, a ligação às universidades e aos centros de investigação nacionais é fundamental para a atividade da empresa e a sua estratégia de inovação. Foi em nome desta proximidade que criou o Programa 9ºW, esta semana anunciado à comunidade científica nacional.
Uma dívida para com o ensino nacional
Até 2019, a empresa investirá cinco milhões de euros em parcerias com universidades e centros de investigação nacionais, com o objetivo de desenvolverem conjuntamente projetos concretos de inovação na empresa, ao abrigo do Programa 9ºW. Segundo o administrador delegado, as instituições - universidades e centros de investigação portugueses - escolhidas irão dirigir e coordenar a pesquisa e o desenvolvimento de produtos ou tecnologias disruptivas na indústria farmacêutica.Os programas têm uma duração de três anos e são multidisciplinares, pelo que “poderão envolver mais do que uma instituição para completar as valências necessárias para o seu sucesso”, explica.
“A Hovione tem uma dívida grande para com o ensino superior português, pois o nosso sucesso está diretamente ligado à qualidade do produto desse ensino universitário e às bolsas de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)”, enfatiza Guy Villax. O administrador delegado da Hovione realça a relevância das escolas de engenharia nacionais manterem os seus padrões de exigência e enfatiza que é vital que os jovens descubram novos mundos e ganhem competências. “O 9ºW é a Hovione a retribuir a sua dívida para com o ensino superior português”, reforça.
O programa terá início a 28 de setembro e visa resolver desafios importantes e concretos que a Hovione enfrenta. Os investigadores académicos vão trabalhar em estreita colaboração com os cientistas, engenheiros e promotores da Hovione, nos centros de investigação da empresa, em Portugal e nos Estados Unidos. Uma oportunidade de aproximação ao contexto empresarial que pode ter impacto na empregabilidade futura.