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"A internacionalização da carreira é muito exigente"

Margarida Dias, dirige a equipa de recursos humanos da Ernst & Young que já soma em Portugal mais de 400 colaboradores. Na mira da especialista estão sempre os profissionais com aspirações a construir uma carreira, mas do que os que procuram apenas um emprego.
29.09.2011 | Por Cátia Mateus


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Margarida Dias gere na Ernst & Young Portugal o destino profissional de uma equipa de mais de 400 colaboradores. Com um já longo currículo na gestão de pessoas, a diretora de Recursos Humanos da consultora não tem dúvidas de que não existem receitas milagrosas para conseguir um emprego, mas garante que na sua equipa entra não só quem tem competências técnicas, mas também quem possuir uma boa dose de persistência, coragem, empreendedorismo e muita exigência em relação a si e aos outros.

Na verdade, esta mesma receita conduziu este ano à Ernst & Young 100 novos colaboradores. A empresa concluiu em julho o processo de recrutamento anual de recém-mestrados, mas no seu site está sempre disponível a plataforma de candidaturas espontâneas para vagas nacionais ou internacionais. E Margarida Dias não nega que esta possibilidade de uma carreira além-fronteiras é cada vez mais aliciante para os jovens que integram a equipa de recursos humanos que dirige.

“A Ernst & Young é uma empresa multinacional muito globalizada e onde essa vertente de internacionalização de carreira se faz sentir profundamente e de uma forma muito integrada”, explica a diretora de Recursos Humanos adiantando: “quando tive a minha primeira experiência de trabalho numa multinacional, ainda era necessário ir para fora para se trabalhar internacionalmente, Hoje, num mundo cada vez mais globalizado e com uma infraestrutura de comunicações tão sofisticada, estamos cá e em qualquer outro país, a qualquer momento”.

De facto, deixou de ser necessário emigrar para ter uma experiência de trabalho internacional, mas para Margarida Dias, o contacto com outras culturas é muito benéfico para a carreira de qualquer jovem. “Há muito para conhecer e nós só temos a ganhar em sair da nossa paróquia, por mais confortável que seja, para nos abrirmos ao mundo”, revela. Mas alerta: “o trabalho em meio internacional exige muito de nós enquanto pessoas. A multiculturalidade é muito estimulante, mas também muito exigente e não é fácil ganhar este global minde set que torna as empresas verdadeiramente bem sucedidas na internacionalização dos seus negócios”.

A equipa que lidera está orientada para esta vocação. “São sobretudo jovens muito entusiastas e promissores, com mestrados, na sua grande maioria, em áreas como a Economia, Finanças ou Gestão, cheios de vontade de fazer uma carreira e muitos deles com ambições internacionais”, explica Margarida Dias. A diretora de recursos humanos explica que o recrutamento para a consultora processa-se de acordo com o modelo que implementámos internamente, mas adianta que “a empresa recorre também, ainda que mais esporadicamente, à expertise de head hunters quando pretende incorporar alguém mais experiente e com um conjunto de skills mais raro no mercado”. Fora isso, as contratações são feitas junto das melhores universidades com cursos nas áreas-chave de atuação da empresa.

“Não há um perfil único de candidato para Ernst & Young e os vários perfis que procuramos dependem do nível e tipo de experiência que pretendemos”, explica considerando contudo que há três aspetos transversais a qualquer um destes perfis: “que estejam dispostos a aderir e defender os valores da empresa, que procurem uma carreira e não propriamente e exclusivamente um emprego e que tenham este mind set global que tanto diferencia as empresas que operam no mercado global”. Profissionais empreendedores, com vontade de aprender continuamente, persistentes na prossecução dos seus objetivos de vida, corajosos na forma como encaram as adversidades e com grande exigência em si nos outros, estão na mira de Margarida Dias para a Ernst & Young.

Margarida Dias
Diretora de Recursos Humanos da Ernst & Young
Formação:
É licenciada em Psicologia pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), licenciada também em Sociologia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e frequentou o Programa de Alta Direção (PAD) da AESE - Escola de Direção e Negócios.
Percurso:
Iniciou a sua carreira aos 20 anos, a altura a plicar provas psicotécnicas a candidatos, numa fábrica de componentes automóveis. Depois de concluir a sua licenciatura em Psicologia começou então a trabalhar na área dos Recursos Humanos, inicialmente a fazer o recrutamento para a Renault, depois na área de formação da Marconi, hoje integrada na Portugal Telecom. Foi, de resto aqui que assumiu o seu primeiro cargo de chefia, como responsável pelo departamento de formação. Da Marconi transitou para uma multinacional farmacêutica onde, pela primeira vez, assumiu a responsabilidade de dirigir um departamento de Recursos Humanos e desde então nunca mais deixou a área. Foi diretora de recursos humanos do Grupo Lusomundo, da Link Consulting, tendo ingressado na Ernst & Young em 2004.
Família:
Casada, sem filhos.
Maior desafio profissional:
“Sair para fora da minha área de conhecimento técnico e passar a conhecer os modelos de negócio das empresas onde tenho trabalhado. Sem isso não conseguiria aproximar e integrar a gestão das pessoas na gestão global do negócio. Infelizmente, ainda há muita tendência a olhar, tratar e dirigir os RH como um departamento técnico-administrativo à parte, e sem ter nada a ver com a realidade do negócio. Assim não vamos lá”, lamenta.



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