Carreiras

Viajar pela Rede



01.01.2000



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Viajar… pela rede!

Italiano, começou a trabalhar no Brasil para uma empresa de prospecção de petróleo. Desse trabalho recorda os países por onde passou e a experiência gratificante de gerir pessoas de diferentes nacionalidades, na mesma base. A lista de países onde esteve é enorme e, aqui, apenas citamos alguns, como a Nigéria, a Líbia e a Argélia.
Formado em Engenharia e com um mestrado tirado em Nova York, Aldo Florissi, actual director do Casaglobal.pt, conta-nos a sua experiência no mundo da Internet.

Como surgiu esta oportunidade de trabalho para o projecto Casaglobal?
Primeiro apareceu o convite da Sonae para ir trabalhar para a Novis, onde estive como director de vendas e onde fiquei um ano. Depois, surgiu o desafio do e-commerce, de entrar na Internet e lançar o Casaglobal.

O Casaglobal foi o seu maior desafio profissional?
São todos muitos diferentes. Acho que a Internet é um desafio muito grande. É muito difícil e todos pensávamos que estava num estado mais avançado do que realmente está. Por isso, é um desafio complicado. Mas também é um desafio complicado gerir uma base na Líbia com o país em guerra. É complicado, mas por outras razões.
O engraçado, o divertido ou o diferente na Internet é o facto de ninguém saber nada sobre ela. A Internet é uma coisa completamente nova e para explorar, enquanto que há outras coisas que já se conheciam. Por exemplo, na Nigéria eu já conhecia e sabia como é que funcionava a base. O desafio é a dificuldade do local, uma dificuldade do meio envolvente.

Trabalhar na Internet é um risco?
Por enquanto é um risco. É um risco trabalhar numa área em que os modelos de negócio ainda não estão comprovados. A minha opinião é a de que a Internet vai ser um grande canal de vendas e já o é em algumas coisas. O modelo como isso vai funcionar é que acho que ninguém sabe, ainda, exactamente.
Alguns vêem a carreira na Internet como um risco para a carreira em si. Eu não vejo as coisas desse modo. Eu não acho que uma carreira seja afectada negativamente caso um projecto de Internet falhe. Não é essa experiência que cria uma linha negativa na carreira de uma pessoa. Passar por privações e dificuldades de gestão ensina muito, mais do que ir para uma empresa onde já está tudo definido. Na Internet há muitas possibilidades por explorar...

E como se podem prevenir os riscos?
Seja Internet ou outro meio, é necessário repensar-se constantemente nos modelos de negócio. Negócios são negócios da mesma maneira que eram há 50 anos atrás. As coisas fundamentais de um negócio, virtual ou não, são sempre as mesmas.

Quais são as vantagens?
Trabalhar na Internet tem as vantagens de se conseguir uma massificação muito grande; conseguir atingir vários intervenientes de uma forma muito rápida e prática. Acho que a Internet traz muito valor em todos os campos.
Na área particularmente de casas, poder mostrar uma casa com filmagens, fotografias e etc. na Internet, auxilia imenso esse processo de compra. Em vez de passar fins-de-semana a ver casas, pela Internet pode escolher apenas as que lhe interessam e depois visitar só aquelas.

Na sua opinião, como está a Internet em Portugal?
Em termos de modelos de negócio, Portugal tem a vantagem de ter começado um pouco mais tarde porque, deste modo, muitos erros podem já ser corrigidos.

Para si, quais foram as maiores dificuldades nesta experiência a nível de Internet?
Há uma dificuldade em gerir motivações pelas expectativas que as pessoas possam ter. É difícil dar às pessoas uma perspectiva de como será o futuro quando nós próprios não sabemos como ele vai ser. Há coisas que têm um retorno rápido, mas há coisas que ainda estão ser provadas e é difícil gerir essas expectativas.

Sempre quis ser Engenheiro?
Sempre. Desde pequenino. Começou com um teste psicotécnico aos 14 anos em que deu tendência absoluta para engenharia, sem possibilidade de erro.

Perspectivas para o futuro...
Como trabalho numa "Joint-Venture" da Sonae e Impresa, tenho várias perspectivas. Enquanto estes grupos entenderem que podem usar a minha experiência, as possibilidades são inúmeras.
Acho que é muito interessante conseguirmos entender exactamente para onde a Internet vai. Tudo o que ela pode ou não oferecer e as coisas que surgem, que ainda nem se imagina porque só agora estão a ser estudadas e podem só aparecer daqui a um, dois ou três anos.
Acho que o desafio motivador neste momento é o de conseguir entender quais são os modelos que efectivamente funcionam na Internet ou no mundo online e pô-los em prática.

TP






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