Viajar… pela rede!
Italiano, começou a trabalhar no Brasil
para uma empresa de prospecção de petróleo. Desse trabalho recorda os
países por onde passou e a experiência gratificante de gerir pessoas de
diferentes nacionalidades, na mesma base. A lista de países onde esteve
é enorme e, aqui, apenas citamos alguns, como a Nigéria, a Líbia
e a Argélia.
Formado em Engenharia e com um mestrado tirado em Nova York, Aldo Florissi,
actual director do Casaglobal.pt, conta-nos a sua experiência no mundo
da Internet.
Como surgiu esta oportunidade
de trabalho para o projecto Casaglobal?
Primeiro apareceu o convite da Sonae para ir trabalhar para a Novis, onde
estive como director de vendas e onde fiquei um ano. Depois, surgiu o
desafio do e-commerce, de entrar na Internet e lançar o Casaglobal.
O Casaglobal foi o seu maior desafio profissional?
São todos muitos diferentes. Acho que a Internet é um desafio muito grande.
É muito difícil e todos pensávamos que estava num estado mais avançado
do que realmente está. Por isso, é um desafio complicado. Mas também é
um desafio complicado gerir uma base na Líbia com o país em guerra. É
complicado, mas por outras razões.
O engraçado, o divertido ou o diferente na Internet é o facto de ninguém
saber nada sobre ela. A Internet é uma coisa completamente nova e para
explorar, enquanto que há outras coisas que já se conheciam. Por exemplo,
na Nigéria eu já conhecia e sabia como é que funcionava a base. O desafio
é a dificuldade do local, uma dificuldade do meio envolvente.
Trabalhar na Internet é um risco?
Por enquanto é um risco. É um risco trabalhar numa área em que os modelos
de negócio ainda não estão comprovados. A minha opinião é a de que a Internet
vai ser um grande canal de vendas e já o é em algumas coisas. O modelo
como isso vai funcionar é que acho que ninguém sabe, ainda, exactamente.
Alguns vêem a carreira na Internet como um risco para a carreira em si.
Eu não vejo as coisas desse modo. Eu não acho que uma carreira seja afectada
negativamente caso um projecto de Internet falhe. Não é essa experiência
que cria uma linha negativa na carreira de uma pessoa. Passar por privações
e dificuldades de gestão ensina muito, mais do que ir para uma empresa
onde já está tudo definido. Na Internet há muitas possibilidades por explorar...
E como se podem prevenir os riscos?
Seja Internet ou outro meio, é necessário repensar-se constantemente nos
modelos de negócio. Negócios são negócios da mesma maneira que eram há
50 anos atrás. As coisas fundamentais de um negócio, virtual ou não, são
sempre as mesmas.
Quais são as vantagens?
Trabalhar na Internet tem as vantagens de se conseguir uma massificação
muito grande; conseguir atingir vários intervenientes de uma forma muito
rápida e prática. Acho que a Internet traz muito valor em todos os campos.
Na área particularmente de casas, poder mostrar uma casa com filmagens,
fotografias e etc. na Internet, auxilia imenso esse processo de compra.
Em vez de passar fins-de-semana a ver casas, pela Internet pode escolher
apenas as que lhe interessam e depois visitar só aquelas.
Na sua opinião, como está a Internet em Portugal?
Em termos de modelos de negócio, Portugal tem a vantagem de ter começado
um pouco mais tarde porque, deste modo, muitos erros podem já ser corrigidos.
Para si, quais foram as maiores dificuldades nesta
experiência a nível de Internet?
Há uma dificuldade em gerir motivações pelas expectativas que as pessoas
possam ter. É difícil dar às pessoas uma perspectiva
de como será o futuro quando nós próprios não
sabemos como ele vai ser. Há coisas que têm um retorno rápido, mas há
coisas que ainda estão ser provadas e é difícil gerir essas expectativas.
Sempre quis ser Engenheiro?
Sempre. Desde pequenino. Começou com um teste psicotécnico
aos 14 anos em que deu tendência absoluta para engenharia, sem possibilidade
de erro.
Perspectivas para o futuro...
Como trabalho numa "Joint-Venture" da Sonae e Impresa, tenho
várias perspectivas. Enquanto estes grupos entenderem que podem usar a
minha experiência, as possibilidades são inúmeras.
Acho que é muito interessante conseguirmos entender exactamente para onde
a Internet vai. Tudo o que ela pode ou não oferecer e as coisas que surgem,
que ainda nem se imagina porque só agora estão a ser estudadas e podem
só aparecer daqui a um, dois ou três anos.
Acho que o desafio motivador neste momento é o de conseguir entender quais
são os modelos que efectivamente funcionam na Internet ou no mundo online
e pô-los em prática.
TP