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Timberland retém talentos através do voluntariado



01.01.2000



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Timberland retém talentos através do voluntariado

O investimento em projectos sociais pode ser um factor decisivo para o sucesso comercial e elevar o nível de satisfação e bem-estar dos funcionários nas empresas. Executivos afirmam que oferecer aos empregados o papel de "bom-samaritanos" ajuda a atrair e reter empregados talentosos, além de funcionar como um tónico para a imagem da organização.

Segundo o CareerJournal, o jornal de emprego do Wall Street Journal, na empresa norte americana Timberland Co., o incentivo ao voluntariado já é uma imagem de marca e conta com a adesão de 95% dos funcionários - dos quais 50% afirmam ser essa política a razão principal para trabalhar na companhia.

Além de patrocinar programas sociais, a Timberland apoia a participação de seus funcionários nessas actividades, permitindo-lhes que utilizem uma semana de trabalho em cada ano junto a entidades de caridade locais. Anualmente, as suas portas são encerradas por um dia, para que os 5.400 empregados possam participar nos diversos projectos filantrópicos patrocinados pela empresa. Nos últimos anos, os seus trabalhadores ajudaram na construção e organização de centros comunitários, parques infantis, e centros para sem- abrigos.

Os esforços em prol do voluntariado têm obtido resultados positivos, e hoje em dia a Timberland é tão conhecida pelas suas botas da moda como pelo seu altruísmo. Gestores desta companhia são convidados constantemente para palestras e seminários sobre política social em empresas. Até mesmo o presidente Bush reconheceu o sucesso desta iniciativa, e citou há apenas um ano a empresa como um modelo a ser seguido no mundo empresarial.

Com um orçamento anual de 1,2 bilhões de dólares, dedicar um dia de trabalho ao voluntariado custa à Timberland cerca de 2 milhões por ano em vendas perdidas e benefícios aos trabalhadores. Embora negativo à partida, este esforço pelo social reflecte-se numa maior valorização da empresa por parte dos consumidores. Para Jeffrey Swartz, chefe executivo da companhia, , as boas acções funcionam para aumentar as vendas de seus produtos, já que "fazer o bem e ter sucesso estão intrinsecamente ligados".

Além de bem-vista pelos consumidores e pelos concorrentes, a empresa que aposta no voluntariado conquista a aprovação e os aplausos de seus funcionários. Como prova o caso de Bonnie Monahan , vice presidente da Timberland, que afirma ter preterido ofertas de salários maiores em outras empresas para continuar a usufruir da política social desta firma.

Já Helen Kellog trabalhou até 1999 em uma instituição avessa a projectos sociais, quando ainda julgava que o apoio a estes projectos por parte de uma empresa fosse mera estratégia de marketing. À procura de um empregador "consciente" da realidade à volta, Kellog finalmente integrou os quadros daquela empresa , onde ocupa o cargo de "senior manager". Participante assídua de diversos projectos voltados à comunidade, esta funcionária afirma sentir-se completamente comprometida com a nova cultura empresarial.

Mas nem sempre o esforço pelo voluntariado foi bem recebido pela comunidade profissional. Em 1992, Swartz convidou trabalhadores para uma limpeza organizada por um grupo juvenil em New Hampshire, e contou com apenas alguns candidatos. Descontente com a fraca resposta, Swartz criou um departamento específico dentro da companhia para incentivar a importância do serviço comunitário e criou uma lista de projectos sociais para que seus empregados neles participassem. Além disso, estabeleceu uma recompensa financeira no valor de 16 horas (actualmente 40) de trabalho aos funcionários que aderissem a estas actividades.

Ainda assim, muitos empregados e chefes de departamento hesitavam em "desperdiçar" horas produtivas em actividades não laborais.

Um dos projectos mais notáveis organizado pela Timberland ocorreu no 11 de setembro, numa escola básica localizada nas redondezas do World Trade Center. Um grupo de 60 voluntários da Timberland de New Hampshire e Massachusetts limpou os escombros no meio da fumaça negra que cobria a cidade, num trabalho incansável que se prolongou por todo o dia.

Cristina Parga






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