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Swásthya Yôga - uma alternativa saudável



01.01.2000



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Swásthya Yôga - uma alternativa saudável

As doenças, o stress e uma profissão que satisfaz pouco são as principais causas de mal-estar. As pessoas procuram alternativas a um estilo de vida exclusivamente dedicado ao trabalho. O Yôga está cada vez mais em voga no mundo ocidental e o Expressoemprego foi falar com o Professor António Pereira para saber porquê.


Professor de Swásthya Yôga há vinte anos, António Pereira é discípulo directo do fundador da Universidade Internacional de Yôga (Uni-Yôga) - o Mestre DeRose - e Director-Geral de uma das sete unidades da Rede DeRose a funcionar em Portugal.
A principal vertente da actividade desenvolvida pela Uni-Yôga é a formação de instrutores de Yôga - uma profissão em ascensão.


ExpressoEmprego: Quais as vantagens do Swásthya Yôga para quem enfrenta o dia-a-dia de trabalho?

António Pereira: O Yôga, sendo uma filosofia de vida, tem como meta o auto-conhecimento. Engloba um conjunto de técnicas que nos ensina a respirar melhor, a concentrarmo-nos melhor, a adquirir uma postura corporal correcta, a ter uma sexualidade sadia, a alimentarmo-nos de uma forma mais saudável...enfim, ensina-nos a viver melhor e permite-nos ter mais vitalidade e energia.
Um dos grandes problemas actuais é o excesso de stress - vivemos numa sociedade em constante mudança - e o stress é a energia de adaptação à mudança. Quando não temos o potencial energético que nos permite adaptar às mudanças, gera-se stress.
Como o Yôga aumenta o potencial energético do ser humano, prepara-nos para enfrentar o stress de uma forma saudável. Quem faz Yôga trabalha mais, tem uma produtividade maior e cansa-se menos! Isso acontece não só com os profissionais de Yôga, como também com todos os nossos alunos. O que os nossos alunos nos dizem, mesmo ao fim de apenas uma ou duas práticas, é que passam a ver a vida de um modo mais positivo, mais abrangente. Vêm mais perspectivas e hipóteses de saída para um problema. Por exemplo, quando uma pessoa é despedida sente-se mal, fica sem meios de subsistência. Mas daí pode surgir a oportunidade de realizar outra coisa mais positiva em termos de crescimento pessoal e até de crescimento económico.
Aprende-se a trabalhar, a gostar daquilo que se faz sem ficar ansioso e desgastado com os timings de trabalho, aprende-se a gerir melhor o tempo de trabalho e o tempo pessoal. A irritabilidade diminui, a produtividade aumenta, e os relacionamentos interpessoais melhoram.


EE: Quem são os alunos de Swásthya Yôga? O que fazem?

AP: O Yôga esteve sempre relacionado com energia, força e poder, e é sobretudo direccionado para os jovens. Até porque para atingir a meta do auto-conhecimento é necessário tempo real para metabolizar esse processo de transformação. A nossa média de idades está entre os 18 e os 35 anos. Depois, existe uma faixa um pouco além - entre os 40 e os 45 - e alguns alunos com 16/17 anos. Temos pessoas com todo o tipo de actividades: jovens empresários, profissionais liberais, médicos, artistas, jornalistas, desportistas profissionais, estudantes universitários etc.


EE: Quantas horas de Swásthya Yôga por semana são necessárias para obter resultados?

AP: Duas horas por semana, no mínimo, já produzem bons resultados. Como filosofia de vida, deve ser praticada 24 horas por dia, ou seja, quando a pessoa estuda e se identifica com a filosofia, ela passa o dia-a-dia a praticar Yôga - quando trabalha, quando namora etc… passa a fazer parte do seu código genético. Aos poucos vai modificando os seus hábitos visando uma melhor qualidade de vida. Modifica a sua alimentação, se fumava, vai muito provavelmente deixar de fumar, aprende a respirar correctamente e vai tomar mais consciência do seu corpo.
Depois, existe o praticante que vem à escola, aprende as técnicas mas que não transformou nada na sua vida e continua com os seus hábitos pouco saudáveis.


EE: Existem exercícios práticos direccionados para pessoas que exercem determinado tipo de profissões?

AP: O Yôga não tem, directamente, essa proposta terapêutica. A proposta é levar ao auto-conhecimento e daí vem um fortalecimento a nível pessoal que requer uma evolução do organismo. Contudo, o Yôga ensina exercícios que podem ser adaptados a qualquer profissão. Por exemplo, uma pessoa que trabalha num escritório, nocomputador; uma das consequências é ficar com tensão nos ombros devido à utilização do rato. O teclar pode provocar tendinite e existe uma maior propensão para ficar barrigudo (devido à própria posição). Existem exercícios que podem ser incorporados no escritório - a pessoa pára um pouco e em cinco minutos faz uma descontracção do pescoço, dos ombros, uma rotação dos pulsos. Da mesma forma, para outro tipo de profissionais, como atletas de alta competição, existem técnicas que previnem lesões, diminuem a ansiedade antes das competições e aumentam em muito o rendimento.


EE: Existem empresas na Europa e nos E.U.A. que fomentam a prática de Yôga, pagando as aulas aos seus colaboradores. Essa prática está a ser implementada em Portugal?

AP: Sim, existem jovens empresários nossos alunos que têm fomentado, através da sua empresa, a prática do Yôga entre os seus funcionários. E os resultados são satisfatórios! É um investimento porque o Swásthya Yôga fortalece o sistema imunológico, reduz a tendência de contrair doenças e ao mesmo tempo há uma maior satisfação no trabalho. Existem teorias dos ciclos de sono que defendem que devemos dormir a sesta, como os espanhóis. Algumas empresas nos E.U.A. instituíram as salas de sono para as pessoas poderem descansar 20 ou 30 minutos, sobretudo depois do almoço, porque sabe-se que na prática a pessoa vai render mais. O aumento de produtividade não depende do aumento de horas de trabalho. Às vezes a pessoa produz muito mais em quatro horas do que em oito, durante as quias se anda a arrastar pelo local de trabalho!
O Swásthya Yôga praticado logo ao início do dia tem um efeito revigorante. A meio da tarde evita o efeito de cansaço e sonolência. Após o horário laboral tem um efeito relaxante e é muito útil para os profissionais liberais, pessoas sem horários rígidos. Praticam às 19:00h, 20:00h e depois voltam para o seu trabalho. É uma forma de quebrar a rotina. O Yôga é muito bom para actividades criativas, como publicidade ou design. A pessoa "apanha uma injecção" de energia e depois volta com mais criatividade para desempenhar o seu trabalho.
Em Portugal as coisas chegam sempre mais tarde, a nossa mentalidade é mais fechada.

 



Uma vertente profissionalizante

A Uni-Yôga tem como base da sua actividade a formação qualificada de instrutores de Yôga, além da prática regular de Swásthya Yôga. Tem também cursos de especialização sobre meditação, relaxamento, mantra, alimentação, entre outros temas relacionados com a aprendizagem do Yôga e a formação de profissionais nesta área.

Desde os anos 70 que a Uni-Yôga tem formado profissionais de Yôga através de Cursos de Extensão Universitária, em convénio com as universidades públicas, privadas e católicas de quase todo o Brasil e em Portugal - na Universidade Lusófona, em Lisboa; na Faculdade de Ciências Bio-Médicas Abel Salazar, da Universidade do Porto.


Apenas com um ano de prática e estudo, é possível ficar habilitado a exercer a profissão de instrutor de Yôga - uma profissão diferente, criativa e com uma forte tendência para crescer. A partir desse primeiro ano, o instrutor de Swásthya Yôga começa a leccionar e ao mesmo tempo continua os seus estudos até completar a sua formação de doze anos.

Para saber mais…
www.uni-yoga.org.br







TM





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