Sérgio Louro
Desde pequeno, ainda no tempo dos Spectrum,
que se lembra de passar as noites em frente ao computador. A jogar, a
fazer jogos e a explorar até ao limite a mais recente linguagem
de programação. Sérgio Louro, 31 anos e uma vida
ligada à corrente, feita de linguagens de programação,
de inteligência artificial e de simuladores automóveis.
Sempre desejou seguir informática?
Na verdade, não me lembro de alguma vez ter pensado em seguir alguma
outra coisa. Sempre estive muito ligado aos computadores e não
me recordo de alguma vez me ter passado pela cabeça seguir algo
de diferente.
É licenciado em Informática e Gestão,
certo?
Sim, pelo ISLA de Santarém. Antes disso formei-me em Técnico
profissonal em Informática de Gestão na Escola Secundária
Dr. Ginestal Machado, em Santarém.
Mas agora está a fazer o mestrado....
Sim, agora estou a fazer um mestrado em Inteligência Artificial
da responsabilidade conjunta das faculdades de Economia, Ciências
e Engenharia do Porto.
Penso que é muito importante estarmos sempre a actualizarmo-nos,
principalmente nesta área. Nos dias de hoje tudo está em
constante mutação, há sempre novas portas e novos
horizontes e temos que tentar acompanhar o ritmo ou ficamos para trás.
Há alguns anos atrás Inteligência Artificial era algo
que pouco ou nada me dizia. Hoje em dia acredito ser o futuro.
Esta área acaba por estar ligada com o projecto
onde está agora, certo?
Sim, um pouco. Actualmente estou como Director Informático na Tecniduplo,
onde estou a desenvolver software de simulação, mais especificamente
simuladores automóveis. É um produto muito interessante
que joga com vários elementos desde grafismo 3D, mecânica,
interactividade, agentes - que podem ser inteligentes - etc. Penso que
é um produto que terá muito a lucrar com a aplicação
e desenvolvimento da Inteligência Artificial.
Como foi o seu percurso profissional antes de chegar
aqui?
Comecei por trabalhar como freelancer, ainda no tempo da faculdade, desenvolvendo
pequenos programas muito específicos para várias empresas
e actuando como consultor essencialmente para a área da banca e
do imobiliário. Depois entrei na Telegest, em Alcobaça,
onde coordenei o departamento de análise de programação
e de sistemas.
Daí vim directamente para a Tecniduplo para coordenar este projectos
dos simuladores.
É um projecto fantástico, muito interessante, e temos desenvolvido
produtos muito engraçados em cooperação com a Direcção
Geral de Viação.
Para além da vertente didáctica, é um produto onde
podem ser aplicadas as mais recentes tecnologias e isso é sempre
motivante.
A mudança constante de que falou há
pouco dentro da sua área serve como elemento motivador?
Sem dúvida. Se não houvesse linguagens novas para explorar,
novas tecnologias para desenvolver, instalava-se a monotonia e isso é
algo que não consigo sequer imaginar. A piada dentro desta área
é que estão sempre a surgir coisas novas que nos permitem
ir alargando os limites do que é possível realizar.
Mas isso implica o tal esforço de actualização.
Tem que investir muito na sua carreira!
Sem dúvida. Tento ir a todas as exposições (nacionais
e internacionais), conferências, colóquios, etc. É
indispensável dentro deste meio.
Se não estivesse ligado aos computadores
gostava de estar ligado a quê?
Nunca pensei nisso. Às vezes perco a paciência com as máquinas,
é normal. Há dias em que parecem estar mesmo contra nós.
Nos piores dias, em que temos um projecto para entregar no dia a seguir
e todas as máquinas crasham, dão problemas, estão
lentas, etc., penso que um dia mudo de vida. Mas como não me ocorre
nenhuma alternativa, vou ficando!