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Reality Shows



01.01.2000



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Reality Shows

Autor: Tiago Mota

Os reality shows chegaram a Portugal e, ao que parece, vieram para ficar. São o mais recente fenómeno televisivo - movem audiências, muito dinheiro e as opiniões mais diversas.

O conceito de reality show

Traduzindo a expressão reality show, chegamos a espectáculo da realidade. Poderíamos então falar de reality show sempre que os acontecimentos nele retractados sejam fruto da realidade e os visados da história sejam pessoas reais e não personagens de um enredo ficcional.

No entanto, a simples tradução do termo abre espaço para muitas interpretações inadequadas: o jornalismo faz, hoje mais do que nunca, o espectáculo da realidade - sobretudo os noticiários televisivos. Programas como o "112" ou "Imagens Reais" são igualmente baseados na realidade, mas não é deles que iremos aqui tratar.

Talvez seja útil limitar o conceito no que toca aos conteúdos e recorrer ao senso comum, onde o conceito de reality show se restringe a programas de televisão que convertem em espectáculo a privacidade de pessoas (à partida) anónimas - designadamente o "Big Brother" ou "O Bar da TV".

O conceito assenta agora no pilar do voyeurismo e passa, em larga medida, por criar curiosidade pelo que é do domínio privado - o gosto pessoal, os afectos, o familiar. Neste sentido, é coerente abranger programas que abriram precedentes como o "All You Need Is Love" e o "Perdoa-me".

Contudo, o mundo do espectáculo não é só a televisão e a privacidade é um direito consagrado a pessoas anónimas e a figuras públicas. Estas nuances vêm alargar o conceito - para além do suporte audiovisual - e introduzir questões relevantes no âmbito da ética profissional. A recente polémica gerada em torno dos programas "Big Brother" e "O Bar da TV" parece ter abafado uma forma mais antiga de reality show de imprensa.

Entre os meios de comunicação impressos, existem tablóides, as chamadas "revistas cor-de-rosa" e outras publicações que - mesmo não sendo na totalidade dos seus conteúdos - se inserem perfeitamente neste mundo do espectáculo que mediatiza o que é do foro privado. São frequentes os artigos que, ilustrados com fotografias papparazzi, divulgam a intimidade de personalidades públicas - como foi o caso da Princesa Diana.

Comparando com os programas televisivos, em que os intervenientes assinam um contrato de cedência dos direitos de imagem, estes artigos têm a agravante de se basearem em fotografias não autorizadas pelos visados. A esfera privada é trazida a público e o voyeurismo dita as regras do mercado.
Feita a advertência, o presente dossier centrar-se-á nos reality shows de formato televisivo.

Reality?
Contradizendo o próprio conceito que os designa, os reality shows estão algures entre a realidade e a ficção - a expressão "novela da vida real" encerra essas duas vertentes. Realidade porque se trata de pessoas reais, não de personagens; ficção porque essas pessoas estão inseridas num contexto artificial, previamente encenado.

A intervenção das produtoras deveria estar limitada quase exclusivamente à simples presença e gestão das câmaras, para que tudo aconteça com a maior espontaneidade possível, isto é, não é suposto existir um guião previamente construído.

Na verdade, o rumo dos acontecimentos nunca é ditado apenas pelos participantes, tudo acontece dentro das regras de um jogo, num cenário vigiado e inevitavelmente condicionado pelo próprio teor do programa. Este é o lado da "meia-realidade" vivida pelos concorrentes.

Logo, do lado do espectador, o que ele vê não pode deixar de ser também uma "meia-realidade". Será que isso existe, ou é apenas um eufemismo para uma ilusão ou farsa que, paradoxalmente, no caso do "Big Brother", tem tratamento jornalístico? Os media fabricam meta-acontecimentos à volta dos concorrentes que ganham uma notoriedade vertiginosamente rápida, desproporcional e efémera.

Para o bem e para o mal, assim o escolheram.
Preocupante é quando essa notoriedade ultrapassa o limite da ficção e marca definitivamente não só as suas vidas pessoais como a de terceiros - familiares, (ex-) namorado(a)s e amigos, que estão indirecta e involuntariamente expostos ao voyeurismo ávido de intrigas e escândalos. Isso sim, é real.

O "Big Brother" no serviço informativo da TVI
A opção da TVI de incluir os acontecimentos da casa "Big Brother" nos seus serviços noticiosos insere-se na lógica de que o programa (tendo alcançado grandes níveis de audiência) alterou de tal modo o panorama televisivo nacional que se tornou parte do que o público mais quer saber, ao ponto de adquirir valor jornalístico.

É a máxima de "dar ao povo aquilo que ele quer", neste caso não só a nível programático como também informativo. A disseminação do entretenimento no jornalismo tornou-se ainda mais visível.

A fronteira entre o que é de interesse público e o que é uma curiosidade massificada é de facto ténue, mas existe. Será lícito que o jornalismo ceda à lógica da curiosidade massificada para se debruçar sobre meta-acontecimentos de "realidade-ficcional"?

Ao atribuir ao "Big Brother" importância noticiosa, a TVI foi severamente criticada por várias personalidades, entre as quais o Secretário de Estado da Comunicação Social, Arons de Carvalho, que declarou publicamente: "O mais preocupante não é o "Big Brother" em si, onde a população encontra um meio de entretenimento, mas o facto dos espaços informativos serem ditados por regras comerciais em vez de rigor jornalístico".

Numa emissão do "Jornal Nacional", Manuela Moura Guedes anunciou a hipotética gravidez da concorrente Marta, da primeira edição do "Big Brother". Noutra emissão, a pivô entrevistou o ex-namorado de Verónica, da segunda edição, acerca dos seus sentimentos quanto ao fim do relacionamento de ambos e face ao anunciado casamento de Verónica com o concorrente Sérgio. Estamos perante o comunicar de factos de interesse público ou a assistir a uma forma de cooperação com o aparelho de marketing da TVI?

A resposta a esta pergunta remete para uma análise do Estatuto do Jornalista, Artigos 1º e 3º e para o Código Deontológico do Jornalista.


A necessidade de regulamentação específica


A lei da televisão prevê limites que dizem respeito à reserva das garantias fundamentais e da dignidade da pessoa humana, entendendo-se que a privacidade faz parte dessas garantias. O Artigo 21º da Lei da Televisão tem sido muitas vezes trazido a lume na polémica gerada pelos reality shows:

Lei da Televisão

Artigo 21.º
- Limites à liberdade de programação

1. Não é permitida qualquer emissão que viole os direitos, liberdades e garantias fundamentais, atente contra a dignidade da pessoa humana ou incite à prática de crimes.

2. As emissões susceptíveis de influir de modo negativo na formação da personalidade das crianças ou adolescentes ou de afectar outros públicos mais vulneráveis, designadamente pela exibição de imagens particularmente violentas ou chocantes, devem ser precedidas de advertência expressa, acompanhadas da difusão permanente de um identificativo apropriado e apenas ter lugar em horário subsequente às 22 horas.

3. As imagens a que se refere o número anterior podem, no entanto, ser transmitidas em quaisquer serviços noticiosos quando, revestindo importância jornalística, sejam apresentadas com respeito pelas normas éticas da profissão e antecedidas de uma advertência sobre a sua natureza.

4. A difusão televisiva de obras que tenham sido projecto de classificação etária, para efeitos da sua distribuição cinematográfica ou videográfica, deve ser precedida da menção que Ihes tiver sido atribuída pela comissão competente, ficando obrigatoriamente sujeita às demais exigências a que se refere o n.º 2 sempre que a classificação em causa considerar desaconselhável o acesso a tais obras por menores de 16 anos.

5. Integram o conceito de emissão, para efeitos do presente diploma, quaisquer elementos da programação, incluindo a publicidade ou os extractos com vista à promoção de programas.

Os reality shows têm sido o motivo de discussões no Parlamento e vários políticos alertam para a necessidade de regulamentação específica para a televisão, visando este tipo de programas.

Barros Moura, deputado e vice-presidente da bancada socialista, abriu, a 17 de Maio de 2001, uma sessão de debate no plenário a propósito do que apelidou de "telelixo".

Sem fazer menção a estações de televisão ou a programas, censurou "a violência sem limites, a todas as horas (...), a pornografia, a obscenidade, o sexo explícito em canal aberto (...) o sexismo e o machismo, agressivos e brutais (...) a informação subordinada à lógica das audiências" e alargou a discussão a outros níveis falando de "intromissão directa de televisões em campanhas eleitorais de clubes de futebol - talvez como ensaio de uma forma de influência directa em campanhas políticas".

Barros Moura fez apelo à mobilização de todos os cidadãos e defendeu a intervenção do Estado: "Podemos e devemos tomar medidas e desde logo exigir o cumprimento da legislação em vigor, de forma a prevenir situações em que só reste o recurso à 'bomba atómica' que seria fechar uma estação, deixando o outro lixo á solta".

Para Barros Moura "o problema é político. Exige uma tomada de consciência colectiva. Se houver necessidade de novas leis deveremos chegar a elas através de um consenso apoiado pela sociedade".

Durão Barroso garantiu que iria sugerir uma alteração da lei de televisão. Mais especificamente, quer ver criada uma "entidade reguladora especial para a televisão" no seio da Alta Autoridade para a Comunicação Social. Essa entidade deveria "fixar doutrina sobre o que é admissível e o que não é" e seria composta por magistrados, jornalistas - "é essencial ter jornalistas" - e personalidades idóneas na matéria.

No parecer do líder do PSD, a televisão é um meio de comunicação social que possui características de socialização e deve como tal ser tratado de modo distinto. Durão Barroso defende um reforço do poder regulador do Estado e, contrariando uma posição anteriormente assumida por si próprio e pelo PSD, manifesta-se agora contra a privatização da RTP - "Deve manter-se sempre um serviço público. Não concordo com a privatização total das televisões".

António Capucho, líder da bancada parlamentar do PSD, afirmou que "é preciso agir" e "reforçar os poderes de regulação do Estado", embora o quadro legal existente permita actuar no imediato.

Todos os partidos se mostraram de acordo na condenação do actual panorama televisivo. O CDS-PP, na voz de Basílio Horta e o Bloco de Esquerda, na voz de Fernando Rosas, aproveitaram para criticar o Governo por não ter prevenido esta situação e por ter abandonado a televisão de serviço público.

A 7 de Junho de 2001, a SIC, TVI, RTP e Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) reuniram-se para discutir as restrições aos reality shows. No entanto, SIC e TVI não estiveram de acordo quanto ao carácter das restrições. Pinto Balsemão e Emídio Rangel acederam a favor da regulação do horário - propuseram que os reality shows tenham estatuto de programas para adultos e sejam transmitidos após as 22 horas, sem qualquer censura às imagens. Inversamente, Paes do Amaral defendeu uma regulação dos conteúdos e não aceitou restrições horárias.

No decorrer da reunião, a SIC sugeriu a extinção dos reality shows, com a ressalva de que os programas já comprados ou produzidos seriam ainda transmitidos. Paes do Amaral recusou determinantemente esta proposta: "Banir os reality shows só no dia em que a RTP deixar de ter futebol nacional, a SIC novelas brasileiras, a RTP deixar de ser financiada pelo Estado e a TVI ter a mesma posição na TV cabo que a SIC".

Pinto Balsemão, entrevistado pelo Expresso, afirmou que "o caminho a seguir é de um entendimento sob a égide da Alta Autoridade, embora esta, ao utilizar dois pesos e duas medidas relativamente ao "Big Brother" e ao "O Bar da TV", tenha perdido credibilidade como 'árbitro'".

A AACS consegui juntar à mesa Pinto Balsemão, Emídio Rangel, Paes do Amaral e José Eduardo Moniz. A RTP fez-se representar pelo presidente do Conselho de Administração, João Carlos Silva, gestores do canal 1 e 2, Jaime Fernandes e Clara Alvares e o Director de Informação, José Rodrigues dos Santos.

Depois de cerca de três horas reunidos à porta fechada, decidiram criar uma comissão integrando responsáveis dos três operadores televisivos e da AACS e marcaram, para o dia 19 de Junho, uma reunião para elaborar um documento que defina a constituição dessa comissão.

Artur Portela, presidente da AACS, adiantou que a regulamentação recairá sobre "os reality shows e problemas subjacentes" - nomeadamente, a referência a programas nos serviços informativos.

O primeiro pacto proposto pela AACS não foi conclusivo, mas lançou o mote para posteriores reuniões das quais se espera que saía um consenso que previna futuros excessos. Para já, foi útil saber que os responsáveis pelas estações de televisão estão interessados numa regulamentação que ponha cobro à euforia inicial e dê lugar ao bom senso.

A história do fenómeno - os pioneiros, actuais e os futuros
Aqui fica o levantamento de alguns dos principais reality shows que correram, correm e irão correr as televisões de todo o mundo.

"An American Family" - Em 1973, a televisão de serviço público americana PBS emitiu um programa invulgar intitulado "An American Family" A série de doze episódios foi transmitida entre 11 de Janeiro e 29 de Março desse ano, mas havia sido filmada dois anos antes.

Esta série terá sido, porventura, a primeira antecessora dos reality shows de hoje. Durante sete meses, o produtor Craig Gilbert e dois assistentes permaneceram na casa da família Loud, na California, filmando a vida de Bill, Pat e os cinco filhos do casal: Lance, Kevin, Grant, Delilah, e Michele.

O resultado final foi considerado por muitos como trivial e aborrecido embora tenham havido picos de interesse: no segundo episódio, Pat encontrou o seu filho Lance em Nova York e descobriu que os amigos do jovem são homossexuais. O oitavo e nono episódios foram dedicados à crise conjugal e posterior separação de Bill e Pat.

A 9 de Agosto de 1983, foi emitido um remake desta série intitulada "American Family Revisited", mas desta vez através do canal de cabo HBO.

"The Real World" - Criada por Jon Murray e Mary-Ellis Bunim, esta série foi o precedente mais importante no definir dos moldes dos reality shows actuais. A ideia do programa era filmar a vida de sete jovens adultos seleccionados, com diferentes ocupações e personalidades que, não se conhecendo uns aos outros, teriam de conviver durante treze semanas numa casa.

Estreou em 1992 e a última edição foi em 1998. Em 1996, houve alterações nas regras - os protagonistas podiam trabalhar fora de casa.
Mais tarde, foram feitos telefilmes e videocassetes com as reuniões dos antigos participantes do programa e cenas que não foram vistas. O fenómeno dos reality shows ganhou, com esta série, uma enorme dimensão comercial.


"Big Brother"- Numa homenagem à novela ficcional (ou real, o tempo o dirá) de George Orwell, a produtora Endemol criou o "Big Brother". A primeira emissão ocorreu na Holanda, em 1999, mas o estrondoso sucesso levou rapidamente o programa à Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Argentina, Portugal, entre outros países.

As regras básicas são similares ao "The Real World", com algumas variantes: os participantes convivem numa casa vigiada 24 horas por dia, da qual não podem sair, não têm qualquer contacto com exterior e nomeiam, em privado, outros participantes para sair da casa. Entre os mais nomeados, o público, por telefone ou via internet, vota no residente que quer ver expulso da casa. O último residente a sair é o vencedor.

"Acorrentados" - A NBC emitiu um reality show em que o objectivo é encontrar o par ideal. Uma mulher e quatro homens convivem numa casa da qual podem sair quando a produção assim o entende. A particularidade deste show reside no facto de os participantes estarem acorrentados uns aos outros pelos pulsos e tornozelos.

Dormem juntos numa enorme cama e só podem se desacorrentar quando vão à casa de banho. A mulher, de acordo com a sua preferência, vai eliminando os homens um a um até ficar com o eleito que ganha uma soma em dinheiro e uma viagem com a concorrente.
No programa seguinte é um homem que escolhe uma de quatro mulheres.

"O Bar da TV" - Uma ideia original da TV sueca, emitido em vários países com grande sucesso. Seis homens e seis mulheres, de preferência jovens solteiros que não se conhecem, habitam uma casa e gerem um bar.

O dinheiro que ganham com a venda de bebidas serve para pagar aos colaboradores, fornecedores e aos próprios concorrentes, ou seja, é preciso trabalhar para comer!

O contacto com o exterior é limitado a actividades junto ao bar. Uma vez por semana, os participantes atribuem frontalmente um ponto positivo e um ponto negativo a dois dos outros moradores. O que obtiver mais pontos negativos é nomeado para abandonar o programa.O que obtiver mais pontos positivos nomeia um dos concorrentes para ser o outro nomeado. Entre estes dois nomeados, o público decide quem sai, através de telefone ou da internet. Ganha quem conseguir ficar mais tempo na casa.

Este programa inclui outros factores de interesse, como actuações de artistas convidados e dá a possibilidade de interagir com os participantes já que o bar é aberto ao público em geral.

"Survivor" - Programa da cadeia americana CBS que, ao longo de treze episódios, mostra a aventura de dezasseis pessoas que tentam sobreviver numa ilha deserta. Cada "náufrago" chega à ilha levando apenas um objecto pessoal e um kit de sobrevivência fornecido pela produção. Numa primeira fase formam-se duas equipas que concorrem entre si. Um conselho independente decide quem fica na ilha e quem sai. Mais tarde, quando ambas as equipas contarem com apenas quatro elementos, cada um passa a concorrer por si. Nesta fase, os sobreviventes estarão separados e não podem dialogar com as duas únicas pessoas com que têm contacto - o repórter e o cameraman.

"Survivor" trouxe à CBS quantias astronómicas em publicidade - o último espisódio foi visto por 52 milhões de pessoas.


"A Ilha da Tentação" - Na linha do "Survivor", a cadeia norte-americana FOX emitiu uma série em que quatro casais põem à prova a fidelidade e a confiança no parceiro. Num local paradisíaco, os participantes podem nadar na praia, andar de cavalo, e desfrutar da companhia de modelos contratados para seduzir.

Os casais são separados e os homens convivem com belas mulheres. Por sua vez, elas convivem com belos homens. Ninguém sabe realmente o que se passa com o(a) parceiro(a) a não ser através de vídeos que a produção do programa distribui a cada participante, mostrando os momentos mais quentes, numa tentativa de desafiar a confiança mútua. Os vencedores são os que resistem à tentação.

"Big Diet" - Um reality show que ainda não chegou a Portugal, mas que pode chegar. Um grupo de pessoas obesas convivem num ginásio onde devem fazer exercício e resistir continuamente à tentação de verdadeiras iguarias que lhes são oferecidas. Ganha quem perder mais peso!

"Love Cruise" - Um Programa que a FOX emitiu desde Janeiro a Março de 2001. Oito homens e oito mulheres, solteiros entre os 22 e os 35 anos, embarcam num cruzeiro romântico. É o Barco do Amor feito reality show.

"Loft Story" - Seis rapazes e seis raparigas convivem numa casa semelhante à do "Big Brother". As regras são praticamente iguais, à excepção do sistema de nomeações: numa semana os rapazes nomeiam as raparigas e uma delas abandona a casa. Na semana seguinte, os papeis invertem-se e as raparigas nomeiam os rapazes. O prémio para os vencedores (um rapaz e uma rapariga) é a casa onde decorreu o programa!

"Couch Confessions" - Este é um dos mais polémicos reality shows feitos até ao momento. Passou no canal americano de cabo Court TV e o teor do programa é altamente violento, sendo considerado com um reality show para adultos.

Os moldes e o conteúdo do programa são bastante diferentes dos reality shows acima descritos: consiste em consultas feitas por um psiquiatra, onde pessoas com problemas psíquicos graves falam dos seus mais recônditos podres. Predominam problemas conjugais e sexuais, frustrações, traições, medos, casos de esquizofrenia, ninfomania e outros tipos de patologias. Os "clientes" são pessoas muitas vezes envolvidas em delitos graves como assassínios, violações, agressões ou roubos e descrevem cenas de violência física e sexual em que foram agressores ou vítimas.

Se o assunto lhe interessa...

Livro a ler

"1984", de George Orwell (1948) - O autor preconiza uma sociedade futura (o livro foi escrito em 1948 e o futuro era 1984) onde o Homem vive debaixo de vigilância e controlo permanentes. Um complexo sistema informático e humano observa e regista todos os passos do Homem. Esse sistema é comandado por uma personagem a quem foi atribuído o nome de Big Brother.

Filmes a ver

"The Truman Show" (1998), realizado por Peter Weir
Uma comédia dramática em que Jim Carrey interpreta Truman Burbank, um homem comum que, sem saber, vive numa cidade desenhada para o vigiar. Os seus amigos e todas as pessoas que o rodeiam são na realidade actores que desempenham o seu papel na série de televisão mais popular do mundo: The Truman Show, que transmite, em directo para todo o globo, a vida de Truman!

"EdTV" (1999), realizado por Ron Howard
Cynthia (Ellen DeGeneres) é produtora de televisão num canal à beira de abrir falência. À procura de uma tábua de salvação, Cynthia tem uma ideia: fazer um programa que transmita 24 horas por dia a vida de um zé-ninguém. A vítima escolhida é Eddie Perkuny (Matthwe McConaughey) que assina um contracto com a estação no qual autoriza que se faça da sua vida um espectáculo.

Deliberações da AACS sobre reality shows
http://www.aacs.pt/bd/Deliberacoes/20001026a.htm
http://www.aacs.pt/bd/Deliberacoes/20010522a.htm
http://www.aacs.pt/bd/Deliberacoes/20010522b.htm http://www.aacs.pt/bd/Comunicados/20010531.htm


Estatuto do Jornalista
http://www.aacs.pt/legislacao/l1_99.htm

Código Deontológico do Jornalista
http://www.ccpj.pt/Legisdata/LgCodigoDeontologico.htm






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