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Reality Shows
Autor: Tiago Mota
Os reality shows chegaram a Portugal e, ao que parece, vieram para ficar.
São o mais recente fenómeno televisivo - movem audiências,
muito dinheiro e as opiniões mais diversas.
O conceito de reality show
Traduzindo a expressão reality show, chegamos a espectáculo da realidade.
Poderíamos então falar de reality show sempre que os acontecimentos nele
retractados sejam fruto da realidade e os visados da história sejam pessoas
reais e não personagens de um enredo ficcional.
No entanto, a simples tradução do termo abre espaço para muitas interpretações
inadequadas: o jornalismo faz, hoje mais do que nunca, o espectáculo da
realidade - sobretudo os noticiários televisivos. Programas como o "112"
ou "Imagens Reais" são igualmente baseados na realidade, mas não é deles
que iremos aqui tratar.
Talvez seja útil limitar o conceito no que toca aos conteúdos e recorrer
ao senso comum, onde o conceito de reality show se restringe a programas
de televisão que convertem em espectáculo a privacidade de pessoas
(à partida) anónimas - designadamente o "Big Brother" ou "O Bar
da TV".
O conceito assenta agora no pilar do voyeurismo e passa, em larga medida,
por criar curiosidade pelo que é do domínio privado - o gosto pessoal,
os afectos, o familiar. Neste sentido, é coerente abranger programas que
abriram precedentes como o "All You Need Is Love" e o "Perdoa-me".
Contudo, o mundo do espectáculo não é só a televisão e a privacidade é
um direito consagrado a pessoas anónimas e a figuras públicas. Estas nuances
vêm alargar o conceito - para além do suporte audiovisual - e introduzir
questões relevantes no âmbito da ética profissional. A recente polémica
gerada em torno dos programas "Big Brother" e "O Bar da TV" parece ter
abafado uma forma mais antiga de reality show de imprensa.
Entre os meios de comunicação impressos, existem tablóides,
as chamadas "revistas cor-de-rosa" e outras publicações que - mesmo não
sendo na totalidade dos seus conteúdos - se inserem perfeitamente neste
mundo do espectáculo que mediatiza o que é do foro privado. São frequentes
os artigos que, ilustrados com fotografias papparazzi, divulgam a intimidade
de personalidades públicas - como foi o caso da Princesa Diana.
Comparando com os programas televisivos, em que os intervenientes assinam
um contrato de cedência dos direitos de imagem, estes artigos têm a agravante
de se basearem em fotografias não autorizadas pelos visados. A esfera
privada é trazida a público e o voyeurismo dita as regras do mercado.
Feita a advertência, o presente dossier centrar-se-á nos reality shows
de formato televisivo.
Reality?
Contradizendo o próprio conceito que os designa, os reality shows estão
algures entre a realidade e a ficção - a expressão "novela da vida real"
encerra essas duas vertentes. Realidade porque se trata de pessoas reais,
não de personagens; ficção porque essas pessoas estão inseridas num contexto
artificial, previamente encenado.
A intervenção das produtoras deveria estar limitada quase exclusivamente
à simples presença e gestão das câmaras, para que tudo aconteça com a
maior espontaneidade possível, isto é, não é suposto existir um guião
previamente construído.
Na verdade, o rumo dos acontecimentos nunca é ditado apenas pelos participantes,
tudo acontece dentro das regras de um jogo, num cenário vigiado e inevitavelmente
condicionado pelo próprio teor do programa. Este é o lado da "meia-realidade"
vivida pelos concorrentes.
Logo, do lado do espectador, o que ele vê não pode deixar de ser também
uma "meia-realidade". Será que isso existe, ou é apenas um eufemismo para
uma ilusão ou farsa que, paradoxalmente, no caso do "Big Brother", tem
tratamento jornalístico? Os media fabricam meta-acontecimentos à volta
dos concorrentes que ganham uma notoriedade vertiginosamente rápida, desproporcional
e efémera.
Para o bem e para o mal, assim o escolheram.
Preocupante é quando essa notoriedade ultrapassa o limite da ficção e
marca definitivamente não só as suas vidas pessoais como a de terceiros
- familiares, (ex-) namorado(a)s e amigos, que estão indirecta e involuntariamente
expostos ao voyeurismo ávido de intrigas e escândalos. Isso sim, é real.
O "Big Brother" no serviço
informativo da TVI
A opção da TVI de incluir os acontecimentos da casa "Big Brother" nos
seus serviços noticiosos insere-se na lógica de que o programa (tendo
alcançado grandes níveis de audiência) alterou de tal modo o panorama
televisivo nacional que se tornou parte do que o público mais quer saber,
ao ponto de adquirir valor jornalístico.
É a máxima de "dar ao povo aquilo que ele quer", neste caso não só a nível
programático como também informativo. A disseminação do entretenimento
no jornalismo tornou-se ainda mais visível.
A fronteira entre o que é de interesse público e o que é uma curiosidade
massificada é de facto ténue, mas existe. Será lícito que o jornalismo
ceda à lógica da curiosidade massificada para se debruçar sobre meta-acontecimentos
de "realidade-ficcional"?
Ao atribuir ao "Big Brother" importância noticiosa, a TVI foi severamente
criticada por várias personalidades, entre as quais o Secretário de Estado
da Comunicação Social, Arons de Carvalho, que declarou publicamente: "O
mais preocupante não é o "Big Brother" em si, onde a população encontra
um meio de entretenimento, mas o facto dos espaços informativos serem
ditados por regras comerciais em vez de rigor jornalístico".
Numa emissão do "Jornal Nacional", Manuela Moura Guedes anunciou a hipotética
gravidez da concorrente Marta, da primeira edição do "Big Brother". Noutra
emissão, a pivô entrevistou o ex-namorado de Verónica, da segunda edição,
acerca dos seus sentimentos quanto ao fim do relacionamento de ambos e
face ao anunciado casamento de Verónica com o concorrente Sérgio. Estamos
perante o comunicar de factos de interesse público ou a assistir a uma
forma de cooperação com o aparelho de marketing da TVI?
A resposta a esta pergunta remete para uma análise do Estatuto do Jornalista,
Artigos 1º e 3º e para o Código Deontológico do Jornalista.
A necessidade de regulamentação específica
A lei da televisão prevê limites que dizem respeito à
reserva das garantias fundamentais e da dignidade da pessoa humana, entendendo-se
que a privacidade faz parte dessas garantias. O Artigo 21º da Lei
da Televisão tem sido muitas vezes trazido a lume na polémica
gerada pelos reality shows:
Lei da Televisão
Artigo 21.º - Limites à liberdade de programação
1. Não é permitida qualquer emissão que viole
os direitos, liberdades e garantias fundamentais, atente contra a dignidade
da pessoa humana ou incite à prática de crimes.
2. As emissões susceptíveis de influir de
modo negativo na formação da personalidade das crianças ou adolescentes
ou de afectar outros públicos mais vulneráveis, designadamente pela exibição
de imagens particularmente violentas ou chocantes, devem ser precedidas
de advertência expressa, acompanhadas da difusão permanente de um identificativo
apropriado e apenas ter lugar em horário subsequente às 22 horas.
3. As imagens a que se refere o número anterior
podem, no entanto, ser transmitidas em quaisquer serviços noticiosos quando,
revestindo importância jornalística, sejam apresentadas com respeito pelas
normas éticas da profissão e antecedidas de uma advertência sobre a sua
natureza.
4. A difusão televisiva de obras que tenham
sido projecto de classificação etária, para efeitos da sua distribuição
cinematográfica ou videográfica, deve ser precedida da menção que Ihes
tiver sido atribuída pela comissão competente, ficando obrigatoriamente
sujeita às demais exigências a que se refere o n.º 2 sempre que a classificação
em causa considerar desaconselhável o acesso a tais obras por menores
de 16 anos.
5. Integram o conceito de emissão, para efeitos
do presente diploma, quaisquer elementos da programação, incluindo a publicidade
ou os extractos com vista à promoção de programas.
Os reality shows têm sido o motivo de discussões no Parlamento e vários
políticos alertam para a necessidade de regulamentação específica para
a televisão, visando este tipo de programas.
Barros Moura, deputado e vice-presidente da bancada socialista, abriu,
a 17 de Maio de 2001, uma sessão de debate no plenário a propósito do
que apelidou de "telelixo".
Sem fazer menção a estações de televisão ou a programas, censurou "a violência
sem limites, a todas as horas (...), a pornografia, a obscenidade, o sexo
explícito em canal aberto (...) o sexismo e o machismo, agressivos e brutais
(...) a informação subordinada à lógica das audiências" e alargou a discussão
a outros níveis falando de "intromissão directa de televisões em campanhas
eleitorais de clubes de futebol - talvez como ensaio de uma forma de influência
directa em campanhas políticas".
Barros Moura fez apelo à mobilização de todos os cidadãos e defendeu a
intervenção do Estado: "Podemos e devemos tomar medidas e desde logo exigir
o cumprimento da legislação em vigor, de forma a prevenir situações em
que só reste o recurso à 'bomba atómica' que seria fechar uma estação,
deixando o outro lixo á solta".
Para Barros Moura "o problema é político. Exige uma tomada de consciência
colectiva. Se houver necessidade de novas leis deveremos chegar a elas
através de um consenso apoiado pela sociedade".
Durão Barroso garantiu que iria sugerir uma alteração da lei de televisão.
Mais especificamente, quer ver criada uma "entidade reguladora especial
para a televisão" no seio da Alta Autoridade para a Comunicação Social.
Essa entidade deveria "fixar doutrina sobre o que é admissível e o que
não é" e seria composta por magistrados, jornalistas - "é essencial ter
jornalistas" - e personalidades idóneas na matéria.
No parecer do líder do PSD, a televisão é um meio de comunicação social
que possui características de socialização e deve como tal ser tratado
de modo distinto. Durão Barroso defende um reforço do poder regulador
do Estado e, contrariando uma posição anteriormente assumida por si próprio
e pelo PSD, manifesta-se agora contra a privatização da RTP - "Deve manter-se
sempre um serviço público. Não concordo com a privatização total das televisões".
António Capucho, líder da bancada parlamentar do PSD, afirmou que "é preciso
agir" e "reforçar os poderes de regulação do Estado", embora o quadro
legal existente permita actuar no imediato.
Todos os partidos se mostraram de acordo na condenação do actual panorama
televisivo. O CDS-PP, na voz de Basílio Horta e o Bloco de Esquerda, na
voz de Fernando Rosas, aproveitaram para criticar o Governo por não ter
prevenido esta situação e por ter abandonado a televisão de serviço público.
A 7 de Junho de 2001, a SIC, TVI, RTP e Alta Autoridade para a Comunicação
Social (AACS) reuniram-se para discutir as restrições aos reality shows.
No entanto, SIC e TVI não estiveram de acordo quanto ao carácter das restrições.
Pinto Balsemão e Emídio Rangel acederam a favor da regulação do horário
- propuseram que os reality shows tenham estatuto de programas para adultos
e sejam transmitidos após as 22 horas, sem qualquer censura às imagens.
Inversamente, Paes do Amaral defendeu uma regulação dos conteúdos e não
aceitou restrições horárias.
No decorrer da reunião, a SIC sugeriu a extinção dos reality shows, com
a ressalva de que os programas já comprados ou produzidos seriam ainda
transmitidos. Paes do Amaral recusou determinantemente esta proposta:
"Banir os reality shows só no dia em que a RTP deixar de ter futebol nacional,
a SIC novelas brasileiras, a RTP deixar de ser financiada pelo Estado
e a TVI ter a mesma posição na TV cabo que a SIC".
Pinto Balsemão, entrevistado pelo Expresso, afirmou que "o caminho a seguir
é de um entendimento sob a égide da Alta Autoridade, embora esta, ao utilizar
dois pesos e duas medidas relativamente ao "Big Brother" e ao "O Bar da
TV", tenha perdido credibilidade como 'árbitro'".
A AACS consegui juntar à mesa Pinto Balsemão, Emídio Rangel, Paes do Amaral
e José Eduardo Moniz. A RTP fez-se representar pelo presidente do Conselho
de Administração, João Carlos Silva, gestores do canal 1 e 2, Jaime Fernandes
e Clara Alvares e o Director de Informação, José Rodrigues dos Santos.
Depois de cerca de três horas reunidos à porta fechada, decidiram criar
uma comissão integrando responsáveis dos três operadores televisivos e
da AACS e marcaram, para o dia 19 de Junho, uma reunião para elaborar
um documento que defina a constituição dessa comissão.
Artur Portela, presidente da AACS, adiantou que a regulamentação recairá
sobre "os reality shows e problemas subjacentes" - nomeadamente, a referência
a programas nos serviços informativos.
O primeiro pacto proposto pela AACS não foi conclusivo, mas lançou o mote
para posteriores reuniões das quais se espera que saía um consenso que
previna futuros excessos. Para já, foi útil saber que os responsáveis
pelas estações de televisão estão interessados numa regulamentação que
ponha cobro à euforia inicial e dê lugar ao bom senso.
A história do fenómeno
- os pioneiros, actuais e os futuros
Aqui fica o levantamento de alguns dos principais reality shows que correram,
correm e irão correr as televisões de todo o mundo.
"An American Family" - Em 1973, a televisão
de serviço público americana PBS emitiu um programa invulgar intitulado
"An American Family" A série de doze episódios foi transmitida entre 11
de Janeiro e 29 de Março desse ano, mas havia sido filmada dois anos antes.
Esta série terá sido, porventura, a primeira antecessora dos reality shows
de hoje. Durante sete meses, o produtor Craig Gilbert e dois assistentes
permaneceram na casa da família Loud, na California, filmando a vida de
Bill, Pat e os cinco filhos do casal: Lance, Kevin, Grant, Delilah, e
Michele.
O resultado final foi considerado por muitos como trivial e aborrecido
embora tenham havido picos de interesse: no segundo episódio, Pat encontrou
o seu filho Lance em Nova York e descobriu que os amigos do jovem são
homossexuais. O oitavo e nono episódios foram dedicados à crise conjugal
e posterior separação de Bill e Pat.
A 9 de Agosto de 1983, foi emitido um remake desta série intitulada "American
Family Revisited", mas desta vez através do canal de cabo HBO.
"The Real World" - Criada por Jon
Murray e Mary-Ellis Bunim, esta série foi o precedente mais importante
no definir dos moldes dos reality shows actuais. A ideia do programa era
filmar a vida de sete jovens adultos seleccionados, com diferentes ocupações
e personalidades que, não se conhecendo uns aos outros, teriam de conviver
durante treze semanas numa casa.
Estreou em 1992 e a última edição foi em 1998. Em 1996, houve alterações
nas regras - os protagonistas podiam trabalhar fora de casa.
Mais tarde, foram feitos telefilmes e videocassetes com as reuniões dos
antigos participantes do programa e cenas que não foram vistas. O fenómeno
dos reality shows ganhou, com esta série, uma enorme dimensão comercial.
"Big Brother"- Numa homenagem à novela
ficcional (ou real, o tempo o dirá) de George Orwell, a produtora Endemol
criou o "Big Brother". A primeira emissão ocorreu na Holanda, em 1999,
mas o estrondoso sucesso levou rapidamente o programa à Alemanha, Espanha,
Estados Unidos, Argentina, Portugal, entre outros países.
As regras básicas são similares ao "The Real World", com algumas variantes:
os participantes convivem numa casa vigiada 24 horas por dia, da qual
não podem sair, não têm qualquer contacto com exterior e nomeiam, em privado,
outros participantes para sair da casa. Entre os mais nomeados, o público,
por telefone ou via internet, vota no residente que quer ver expulso da
casa. O último residente a sair é o vencedor.
"Acorrentados" - A NBC emitiu um reality show em que o objectivo
é encontrar o par ideal. Uma mulher e quatro homens convivem numa casa
da qual podem sair quando a produção assim o entende. A particularidade
deste show reside no facto de os participantes estarem acorrentados uns
aos outros pelos pulsos e tornozelos.
Dormem juntos numa enorme cama e só podem se desacorrentar quando vão
à casa de banho. A mulher, de acordo com a sua preferência, vai eliminando
os homens um a um até ficar com o eleito que ganha uma soma em dinheiro
e uma viagem com a concorrente.
No programa seguinte é um homem que escolhe uma de quatro mulheres.
"O Bar da TV" - Uma ideia original
da TV sueca, emitido em vários países com grande sucesso. Seis homens
e seis mulheres, de preferência jovens solteiros que não se conhecem,
habitam uma casa e gerem um bar.
O dinheiro que ganham com a venda de bebidas serve para pagar aos colaboradores,
fornecedores e aos próprios concorrentes, ou seja, é preciso trabalhar
para comer!
O contacto com o exterior é limitado a actividades junto ao bar. Uma vez
por semana, os participantes atribuem frontalmente um ponto positivo e
um ponto negativo a dois dos outros moradores. O que obtiver mais pontos
negativos é nomeado para abandonar o programa.O que obtiver mais pontos
positivos nomeia um dos concorrentes para ser o outro nomeado. Entre estes
dois nomeados, o público decide quem sai, através de telefone ou da internet.
Ganha quem conseguir ficar mais tempo na casa.
Este programa inclui outros factores de interesse, como actuações de artistas
convidados e dá a possibilidade de interagir com os participantes já que
o bar é aberto ao público em geral.
"Survivor" - Programa da cadeia
americana CBS que, ao longo de treze episódios, mostra a aventura de dezasseis
pessoas que tentam sobreviver numa ilha deserta. Cada "náufrago" chega
à ilha levando apenas um objecto pessoal e um kit de sobrevivência fornecido
pela produção. Numa primeira fase formam-se duas equipas que concorrem
entre si. Um conselho independente decide quem fica na ilha e quem sai.
Mais tarde, quando ambas as equipas contarem com apenas quatro elementos,
cada um passa a concorrer por si. Nesta fase, os sobreviventes estarão
separados e não podem dialogar com as duas únicas pessoas com que têm
contacto - o repórter e o cameraman.
"Survivor" trouxe à CBS quantias astronómicas em publicidade - o último
espisódio foi visto por 52 milhões de pessoas.
"A Ilha da Tentação" - Na linha do "Survivor",
a cadeia norte-americana FOX emitiu uma série em que quatro casais põem
à prova a fidelidade e a confiança no parceiro. Num local paradisíaco,
os participantes podem nadar na praia, andar de cavalo, e desfrutar da
companhia de modelos contratados para seduzir.
Os casais são separados e os homens convivem com belas mulheres. Por sua
vez, elas convivem com belos homens. Ninguém sabe realmente o que se passa
com o(a) parceiro(a) a não ser através de vídeos que a produção do programa
distribui a cada participante, mostrando os momentos mais quentes, numa
tentativa de desafiar a confiança mútua. Os vencedores são os que resistem
à tentação.
"Big Diet" - Um reality show que
ainda não chegou a Portugal, mas que pode chegar. Um grupo de pessoas
obesas convivem num ginásio onde devem fazer exercício e resistir continuamente
à tentação de verdadeiras iguarias que lhes são oferecidas. Ganha quem
perder mais peso!
"Love Cruise" - Um Programa que
a FOX emitiu desde Janeiro a Março de 2001. Oito homens e oito mulheres,
solteiros entre os 22 e os 35 anos, embarcam num cruzeiro romântico. É
o Barco do Amor feito reality show.
"Loft Story" - Seis rapazes e seis
raparigas convivem numa casa semelhante à do "Big Brother". As regras
são praticamente iguais, à excepção do sistema de nomeações: numa semana
os rapazes nomeiam as raparigas e uma delas abandona a casa. Na semana
seguinte, os papeis invertem-se e as raparigas nomeiam os rapazes. O prémio
para os vencedores (um rapaz e uma rapariga) é a casa onde decorreu o
programa!
"Couch Confessions" - Este é um
dos mais polémicos reality shows feitos até ao momento. Passou no canal
americano de cabo Court TV e o teor do programa é altamente violento,
sendo considerado com um reality show para adultos.
Os moldes e o conteúdo do programa são bastante diferentes dos reality
shows acima descritos: consiste em consultas feitas por um psiquiatra,
onde pessoas com problemas psíquicos graves falam dos seus mais recônditos
podres. Predominam problemas conjugais e sexuais, frustrações, traições,
medos, casos de esquizofrenia, ninfomania e outros tipos de patologias.
Os "clientes" são pessoas muitas vezes envolvidas em delitos graves como
assassínios, violações, agressões ou roubos e descrevem cenas de violência
física e sexual em que foram agressores ou vítimas.
Se o assunto lhe interessa...
Livro a ler
"1984", de George Orwell (1948) - O autor preconiza uma
sociedade futura (o livro foi escrito em 1948 e o futuro era 1984) onde
o Homem vive debaixo de vigilância e controlo permanentes. Um complexo
sistema informático e humano observa e regista todos os passos
do Homem. Esse sistema é comandado por uma personagem a quem foi
atribuído o nome de Big Brother.
Filmes a ver
"The Truman Show" (1998), realizado por Peter Weir
Uma comédia dramática em que Jim Carrey interpreta Truman
Burbank, um homem comum que, sem saber, vive numa cidade desenhada para
o vigiar. Os seus amigos e todas as pessoas que o rodeiam são na
realidade actores que desempenham o seu papel na série de televisão
mais popular do mundo: The Truman Show, que transmite, em directo para
todo o globo, a vida de Truman!
"EdTV" (1999), realizado por Ron Howard
Cynthia (Ellen DeGeneres) é produtora de televisão num canal
à beira de abrir falência. À procura de uma tábua
de salvação, Cynthia tem uma ideia: fazer um programa que
transmita 24 horas por dia a vida de um zé-ninguém. A vítima
escolhida é Eddie Perkuny (Matthwe McConaughey) que assina um contracto
com a estação no qual autoriza que se faça da sua
vida um espectáculo.
Deliberações
da AACS sobre reality shows
http://www.aacs.pt/bd/Deliberacoes/20001026a.htm
http://www.aacs.pt/bd/Deliberacoes/20010522a.htm
http://www.aacs.pt/bd/Deliberacoes/20010522b.htm
http://www.aacs.pt/bd/Comunicados/20010531.htm
Estatuto do Jornalista
http://www.aacs.pt/legislacao/l1_99.htm
Código Deontológico do Jornalista
http://www.ccpj.pt/Legisdata/LgCodigoDeontologico.htm