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Opinião - Gestores de pessoas - Competências e futuro



01.01.2000



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Gestores de pessoas - Competências e futuro
(11-11-2005)

Maria Márcia Trigo
Directora da Business School da UAL

Gestor de RH - Uma Profissão em acelerada mutação

A mudança invadiu: os modelos de negócios; o governo das empresas; os modelos organizacionais; o ciclo de vida da tecnologia e da própria ciência; põe em causa o emprego para toda a vida; derruba fronteiras; disponibiliza gratuitamente e "just in time" informação de fronteira; disponibiliza novos e inovadores sistemas de apoio à decisão; garante ferramentas de gestão das pessoas cada vez mais eficazes; reduz o ciclo de vida dos produtos, bens, serviços, informação e conhecimento; garante trabalho aos mais competitivos e inovadores, mas não emprego; flexibiliza horários, salários, carreira, tempo e local de trabalho; assegura a deslocalização e o "outsourcing" de serviços, até há pouco integrados no "core businesse" das principais empresas.

E neste tempo de revoluções silenciosas, continuadas e sem retorno, como fica, se renova e redefine a função do Gestor de Recursos Humanos?


Subcontratação & 'Outsourcing' Apontam o Caminho

O presente e o futuro da Gestão das Pessoas, já passa pela subcontratação ou "outsourcing" de muitas das funções da gestão das pessoas, não apenas as mais rotineiras, mas também algumas das consideradas críticas.

A boa notícia é que, pela primeira vez na história da gestão das pessoas, aos Gestores se abre uma oportunidade única: a de se transformarem finalmente em "Business Partner" do negócio da empresa, ou, mesmo, em "CPO/Chief People Office", com uma função altamente estratégica, com assento no Conselho de Administração, como já sucede nas empresas, mais inovadoras e competitivas.

Isto pressupõe e impõe outra visão aos próprios Gestores de Pessoas e também outras competências, menos instrumentais e técnicas e mais estratégicas e inovadoras.

Que Novas Competências na Gestão das Pessoas?


O conhecimento que temos desta função, adquirido também, ao longo de oito anos de Coordenadora do único MBA existente em Portugal em "Gestão do Capital Humano", assegura-nos que, a maioria dos técnicos e gestores de pessoas, são mal aproveitados pela maioria das empresas e organizações em que trabalham.

Em consequência, muitos técnicos e gestores revelam menor interesse em adquirir ou desenvolver as novas e inovadoras competências, requeridas pelas alterações anunciadas pela revolução em curso, centrando-se mais no desempenho da actual função tal como é percepcionada e vivida pela maioria, isto é, preferem mais ferramentas e menos visão estratégica, inovação, empreendedorismo, "business intelligence" e "corporate governance".

Porem, são já muitos - oriundos da área da gestão de pessoas e de outras áreas de negócio - que percepcionam que o futuro é certamente outro e que o desafio está em tornar-se um talento activo, gestor estratégico de outros talentos empreendedores, isto é, aprender a tornar-se "Business Partner", num mundo em que, com Popper, podemos dizer "metade do que sei agora já está ultrapassado, o problema é que não sei qual é a metade". É tempo de levarmos à prática a Gestão Estratégica do Capital Humano.






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