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Opinião - A morte da ditadura do contexto



01.01.2000



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A morte da ditadura do contexto
(16-12-2005)

Maria Márcia Trigo
Directora da Business School da UAL



Morreu a ditadura do contexto. Quais as alternativas? A resposta é simples porque elas já aí estão por todo o lado. Mais difícil é certamente realizá-las, sobretudo para quantos o contexto de proximidade representa e corresponde à sua zona de conforto que desculpa e glorifica os seus queixumes repetidos à saciedade, a ponto de ganharem foros de realidade e convicção enraizada.

A inovação, o conhecimento, o sentido de oportunidade e a audácia - mas sem fronteiras nem barreiras - são a resposta, a qual pode ser visionada, porque palpável e espalhada por um mundo que se tornou plano, na expressão do autor do melhor livro de gestão de 2005, Thomas Friedman, vencedor do prémio Financial Times e Goldman Sachs.

Redes e trabalhadores do conhecimento, tecnologias de ponta e capital financeiro estão hoje disponíveis neste mundo plano em que, de repente, duzentos mil talentos trocam a América por: Bangalore, na Índia; Xangai, Zhejiang ou Jiangsu na China; ou, ainda, Taiwan, México, Irlanda, Nova Zelândia, Islândia ou Singapura, como constata David Heenan, autor de « Flight Capital », recentemente publicado pela Davies-Black Publishing.

A China – como os demais países que decidem competir mundialmente - vão às compras de talentos, de tecnologia de ponta, de empresas como a IBM/divisão de PC e de clientes, fazendo uma guerra contínua aos inimigos da Inovação: falta de comunicação, barreiras e fronteiras, burocracia, aversão ao risco e pensamento e actuação paroquiais.

Neste mundo plano, o factor «geoeconómico» e a «business intelligence» tornaram-se numa vantagem competitiva, mas também a «supply chain & network management».

No início dos anos 90, Jack welch, então Director da General Electric, descrevia a sua visão para a década: «O nosso sonho é uma organização sem limites , na qual tenham sido derrubadas todas as barreiras internas e externas». Welch, já antevia que a competitividade se joga e ganha num mundo plano, onde cada empresário/empreendedor escolhe o contexto ou contextos em que vai agir. Por isso, a General Electric criou uma operação de serviços partilhados na Índia, a qual assegura 450 processos de negócio às operações mundiais da CE. A Nókia instalou na China o seu principal centro de I&D.

A vizinha Espanha escolhe Portugal (o tal país onde o contexto é inimigo das empresas, dizem) para instalar El Corte Inglês, Banco Santander, Repsol, Massimo Dutti, Telefónica, Prisa, Zara ou a Iberdrola. A Wal Mart (a maior cadeia mundial de distribuição e líder de baixos preços) já abriu dezenas de «supercentros», vendendo e abastecendo-se na China de mais de 50.000 mil milhões em mercadorias. As multinacionais de TI e de electrónica instalam parte da sua cadeia de valor na Índia, onde produzem, compram, vendem e concebem. A Cifial portuguesa, de Ludgero Marques, fornece-se de válvulas na China. A portuguesa Hovione possui fábricas na China, desde 1984, donde fornece a indústria farmacêutica dos EUA.

O contexto é agora global, num mundo plano. Cabe aos empreendedores fazer o seu jogo para ganhar.






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