Num contexto empresarial de extrema competitividade, global e rápido, as empresas precisam de apostar no talento para garantir que estão um passo à frente na inovação, face à concorrência. Uma atitude que se torna ainda mais determinante em conjunturas de adversidade e instabilidade económica como a atual. As empresas já não precisam apenas de profissionais tecnicamente competentes, mas sim quadros extraordinários, que se adaptem a qualquer situação e que “consigam o impossível”. Precisam também de candidatos com competências que permitam fazer negócios em qualquer parte do mundo. Qualquer um destes argumentos será válido no momento em que quiser convencer a sua empresa de que financiar-lhe um MBA é muito bom para si, mas será excelente para os resultados da organização.
Nuno Couceiro, diretor executivo do The Lisbon MBA (TLMBA) não tem dúvidas disso. O responsável confirma que “um número crescente de empresas nacionais vêem a mais-valia de um MBA para os seus colaboradores e para eles mesmos e conseguem perceber de imediato os benefícios diretos e indiretos que o facto de um colaborador estar a fazer o MBA poderá trazer”, apostando em apoiar financeiramente os seus colaboradores nesta missão. “O mais comum é termos empresas que patrocinam uma vez, ficam contentes com os resultados e decidem repetir a experiência em anos seguintes”, explica Nuno Couceiro. Para o diretor executivo do TLMBA, “há quatro competências específicas que são importantes para os gestores e líderes do futuro: criatividade, capacidade de liderança, comunicação em situações de conflito e auto-conhecimento”. Competências que são bem trabalhadas nas business schools e tem um impacto imediato no desempenho profissional dos candidatos, com retorno garantido para o negócio. As empresas sabem-no.
O diretor executivo reconhece que “neste momento temos já uma percentagem expressiva de alunos cujo MBA é pago total ou parcialmente pela organização. O que significa que as empresas se apercebem que o facto dos seus colaboradores terem um MBA é uma mais-valia em termos de resultados para a própria empresa, pelos conhecimentos que adquirem em termos de gestão e finanças, mas também pelas competências profissionais que desenvolvem”. E se pensa que convencer a sua empresa a patrocinar-lhe o MBA é uma missão quase impossível, desengane-se. Argumento é a palavra-chave e Nuno Couceiro explica como.
Apoios diferenciados
“Um profissional tem várias formas de pedir apoio à empresa e é preciso perceber que a empresa pode e deve apoiar em mais que uma forma. Isto é, além do apoio financeiro, existe o apoio a nível de tempo, flexibilidade de projetos e horários, afinal de contas a flexibilidade do colaborador torna-se bem mais reduzida”, explica. Existem várias formas de apresentar o caso à empresa e tudo vai depender da situação atual da empresa, dos seus objetivos e estratégia atuais. Todas estas variantes, garante Nuno Couceiro, “vão ajudar a moldar e a seleccionar os argumentos”.
A delineação de um plano de ação é crucial para preparar a proposta e construir os argumentos a utilizar junto do empregador. “É preciso perceber o timing adequado para fazer a proposta, isto é, avaliar as probabilidades de ser aceite ou não no programa, verificar se há abertura ou não para o pedido de financiamento”, enfatiza o diretor executivo do TLMBA adiantando que “é também importante ser-se bastante específico nos argumentos que se apresentam à empresa e dar exemplos práticos de situações. Isto torna a apresentação do caso mais clara e apelativa para a organização, que consegue perceber de uma forma explícita o que ganha com o investimento”.
Embora seja essencial tornar os benefícios para a empresa claros e explícitos, a sua exposição não deve ser totalmente construída apenas à volta deste argumento. É preciso mostrar outro tipo de benefícios e perspectivas. “Na construção do plano de ação é preciso perceber também qual a entidade a que se vai dirigir primeiro, se aos Recursos Humanos, se diretamente ao seu chefe”, esclarece. Outro aspeto importante é que o tema deve ser sempre abordado cara-a-cara, “nunca por email”, reforça Nuno Couceiro.
Quando for apresentar o caso à entidade patronal deve ir já preparado para uma possível proposta de permanência da empresa após a conclusão do MBA. Leve consigo informação detalhada sobre o programa: a lista de cadeiras, horários, brochura do programa, plano de pagamento das propinas e as deadlines dos projetos da empresa. “Prepare bem esta apresentação, pense nas preocupações que a sua entidade patronal poderá ter e ensaie bem os argumentos a estas questões”, aconselha o responsável. Para fechar todo este processo é preciso lidar com a burocracia. Deve garantir que tem uma aprovação formal do financiamento, um documento bem estruturado e validado pela entidade patronal. É importante ser assertivo relativamente ao compromisso que está a assumir com a sua empresa e cumprir com as condições que lhe foram impostas.
Argumentos de peso
“Os argumentos a utilizar vão sempre depender de programa para programa e mediante os objetivos, projetos e prioridades da empresa”, explica Nuno Couceiro. No caso do The Lisbon MBA e numa linha geral, os benefícios diretos para a empresa seriam a aquisição de novos conhecimentos tanto a nível analítico, como a nível teórico e de interação interpessoal. Neste programa, enfatiza o responsável, “a empresa tem a oportunidade de desenvolver áreas específicas através da exposição de casos para a elaboração de um plano de Marketing para um produto ou até para o nível corporativo; para a análise de contas; para a geração de ideias e soluções através do Business Case Competition; para estudos de mercado; para a gestão de Recursos Humanos; para projetos de consultoria e para a elaboração de planos de internacionalização de setores de negócio ou da própria Marca”. É também possível às empresas terem guest speakers em seminários especiais ou workshops, onde a visibilidade da Marca e prestígio serão reforçados.
Relativamente aos benefícios indiretos, adianta “a empresa pode gozar de uma rede de networking abrangente e influente através do seu colaborador e uma maior exposição da marca, aceder a uma pool de talento enorme assim e gozar de proximidade com as duas melhores business schools do país – Nova School of Business and Economics e a Católica-Lisbon SBE”. Contudo, para Nuno Couceiro, “um dos maiores benefícios para a empresa é a motivação acrescida de um colaborador que se sente apoiado pela sua organização”. Depois, há que pensar que “à medida que as empresas continuam a lutar por aumentar a sua cota de mercado, existe uma necessidade constante de que os seus colaboradores tenham capacidade para comandar o navio em marés calmas e agitadas”, argumenta o diretor executivo.