Introdução
A euforia suscitada pelas buzzwords que assomam constantemente
aos domínios (organizacional, científico e académico)
da Gestão tem, pelo menos, duas consequências.
Primeira: o uso extensivo de novas "etiquetas" para velhos conceitos
("vinho velho em odres novos").
Segunda: o esquecimento das coisas cuja importância, pela sua própria
natureza, permanece incólume ao passar dos tempos e aos ciclos
das modas gestionárias (Abrahamson, 1996).
A delegação é uma das áreas em que estes efeitos
se fizeram sentir, pelo menos do ponto de vista da sua presença
na retórica académica e empresarial. Não foi por
isso que perdeu pertinência ou actualidade. Pesem embora os desafios
e riscos que comporta, ela continua a constituir uma oportunidade significativa
para que aproveite o potencial de conhecimento, informação
e empenhamento contido nos seus colaboradores, tendo em vista a melhoria
da qualidade das decisões e o desempenho individual, grupal ou
organizacional. Nela está contida uma das formas mais claras e
potencialmente mais eficazes de empowerment dos colaboradores organizacionais.
O presente artigo enquadrará conceptualmente o tema, relevará
as suas potenciais vantagens, mencionará algumas das condições
da sua eficácia, referirá as razões pelas quais os
gestores a evitam, e fornecerá algumas linhas de orientação
susceptíveis de ajudarem quem pretende adoptar tal procedimento
decisório.
Fonte RHM (continua)