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Human Capital: Variáveis não controláveis que influenciam os indivíduos

A literatura em capital humano normalmente distingue entre capital humano específico e capital humano geral.

01.01.2000



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Human Capital : Variáveis não controláveis que influenciam os indivíduos

Nuno Nogueira

A literatura em capital humano normalmente distingue entre capital humano específico e capital humano geral. Capital humano específico refere-se à competências e conhecimentos que são úteis para um único empregador e pelo qual este está disponível a pagar, enquanto que capital humano geral é útil para todos os empregadores (tal como a literacia, por exemplo).

As teorias de desenvolvimento humano distinguem ainda entre vários conceitos tais como capital social (a sua "herança" social), o capital formativo (conhecimento partilhável e aprendível) e o capital individual (a criatividade e capacidade de liderança própria do individuo), como três partes distintas aplicáveis pelos indivíduos na actividade económica. Pelo que na teoria do desenvolvimento humano, quando falamos de capital humano é imprescindível a combinação dos três conceitos.

Tal significa que o número de variáveis controláveis pelo próprio indivíduo é muitas vezes limitado. Na verdade e dependendo do contexto social em cada economia e sociedade, o capital social tem mais importância e relevância do que o próprio capital formativo ou de igual forma o capital individual limita o desenvolvimento do capital formativo.

Aliás, Aprendemos e crescemos com a ideia de que a escola e as instituições de ensino em geral, nomeadamente públicas, existem para diminuir significativamente o diferencial de base (capital social) e potenciar a igualdade de oportunidades ao proporcionar diferentes níveis de realização e criatividade individual e potenciando o desenvolvimento formativo para os mais capazes (considerando o investimento realizado por cada um). Todavia, a realidade demonstra que por vezes as desigualdades iniciais de capital social são reproduzidas e até aumentadas nas instituições de ensino originado discrepâncias significativas nas oportunidades profissionais e pessoais.

De facto, o capital humano é expansível, móvel, acumulável e partilhável. Todas as suas componentes concorrem para essas características o que implica que a ausência de capital social (ou a sua reduzida expressão), implicam uma menor expansão e acumulação do mesmo, em sentido geral e por conseguinte obriga o indivíduo nessas circunstâncias a investimentos adicionais e esforçados no seu capital formativo. No entanto, se a hipótese de investimento no capital formativo estiver condicionada no seu acesso, o capital humano contrai-se e diminui em vez do contrário.

Outras variáveis não controláveis pelo indivíduo incluem a segmentação do mercado de trabalho, discriminações por sexo, por minorias étnicas e outras de carácter similar. Todas concorrem para que a rentabilidade do capital humano seja diferente para todos os indivíduos, mesmo que com similares investimentos em capital formativo ou idêntica personalidade.

Embora a rentabilidade do investimento em capital humano seja futura e por conseguinte de difícil percepção presente, é responsabilidade do indivíduo criar condições no sentido de potenciar as probabilidades subjacentes à obtenção de índices mais elevados de rendibilidade, mesmo tendo em consideração os efeitos contrários ou negativos de variáveis que não domine inicialmente.






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