Um mergulho no mundo financeiro da EPAL
Aos 34 anos Hélder Oliveira é
director financeiro e administrativo da EPAL - Empresa Portuguesa das
Águas Livres, SA. Formado em Gestão de Empresas, já
trabalhou em auditoria e em consultoria em Portugal e na França.
A sua meta é continuar a cumprir os desafios que a EPAL lhe proporciona.
Qual é a sua formação?
Sou licenciado em Gestão de Empresas pelo ISEG, diplomado em Estudos
Superiores Europeus de Gestão pelo Groupe Ecole Supérieure
de Commerce de Reims (França), pós-Graduado em Fiscalidade
pelo ISG e encontro-me inscrito na OROC.
Como foi o seu percurso profissional?
Depois de concluir a formação académica em França,
ingressei em 1990 na Guérard Viala (actualmente Mazars), uma empresa
dec consultoria e auditoria. Na Guérad Viala desenvolvi, como "réviseur"
(Senior) funções de revisão oficial de contas, auditorias
contratuais e de aquisição, fusões e avaliação
de empresas e consolidação nos mais variados sectores de
actividade...
Regressou a Lisboa em 1993 e continuou a ser auditor
da Mazars ou foi logo para a EPAL?
Tendo decidido regressar a Portugal em 1993, fi-lo ingressando na BL&C
- Auditores e Consultores, gabinete em que a Mazars detinha uma participação
e onde me mantive até 1998.
Como é que define a sua experiência
na Mazars?
Foi uma experiência muito interessante, quer pelo rigor e método
de trabalho próprio, quer pela base de trabalho e a oportunidade
de contacto com diversos sectores de actividade.
Em Portugal, acresceu a possibilidade de ganhar experiência numa
equipa jovem, com um elevado crescimento e tive a oportunidade de conciliar
a experiência francesa com a realidade portuguesa, em diversos sectores,
como as obras públicas, construção civil e turismo,
entre outras.
Quando é que foi para a EPAL?
Antes de começar a minha actividade na EPAL, estive ainda na holding
do Grupo EDIFER (composto na altura por quase vinte empresas),como Director
do Departamento de Auditoria Interna, Consolidação de Contas
e Controlo de Gestão.
Ingressei na EPAL no início de 2001, como Director Administrativo
e Financeiro, uma área que, só por si, tem cerca de cento
e dez pessoas no activo.
Há quanto tempo exerce o cargo de director
administrativo e financeiro da Epal?
Cerca de ano e meio. A DAF, como é conhecida, é a terceira
maior direcção da empresa (imediatamente a seguir às
unidades de negócio), que alberga três áreas distintas:
financeira, compras e gestão de stocks, e serviços gerais.
Quais são as responsabilidades e competências
do cargo?
Em primeiro lugar a gestão financeira, com todas as actividades
que abarca.
Quando entrei na EPAL passei também por um período em que
grande parte do meu trabalho se direccionou para as tarefas necessárias
à implementação do SAP R/3.
A EPAL está numa fase de modernização e, como tal,
é um projecto aliciante. Existe uma vertente financeira de contas
e gestão de stocks, com alterações pertinentes a
efectuar e que têm vindo a ser feitas. É um trabalho interno
que conta com o auxílio de auditores e consultores, mas fortemente
centralizado na DAF.
Continua a apostar na sua formação,
actualizando constantemente os seus conhecimentos?
Neste ano e meio que estou aqui, a formação tem sido fruto
das necessidades que tenho sentido no sistema SAP. Não tenho tido,
para já, tempo para pensar noutras questões, mas gostava
de tirar um mestrado. Esse seria o próximo passo.
Qual é a estratégia actual da empresa
no mercado?
A EPAL aposta actualmente na modernização interna, visando
a prestação de um serviço de cada vez maior qualidade,
de forma a valorizar o produto.
A EPAl distribui água para abastecimento público a quase
três milhões de pessoas em vinte e quatro concelhos, de Ourém
a Cascais e Sintra, sendo Lisboa o concelho em que a empresa procede ao
abastecimento domiciliário a mais de 330.000 clientes.
Ao mesmo tempo, e numa perspectiva qualitativa, a estratégia da
EPAL passa também pela criação das infra estruturas
de tratamento e transporte (adução) de água, de forma
a garantir as necessidades futuras de toda esta área.
Em termos internos, esta estratégia revela-se numa actualização
dos processos de trabalho, designadamente na adopção de
ferramentas de informação para a gestão (como o SAP
e o Máximo), que determina uma grande actualização
e capacidade de adaptação de todos.
Qual é a maior dificuldade que já
atravessou na empresa?
Quando se chega a uma empresa que tem 133 anos e factura cerca de 25 milhões
de contos por ano e tem mais de 300.000 clientes, há que ter uma
grande atenção a tudo e ponderar todos os aspectos face
aos desafios e exigências que nos são colocados aos mais
diferentes níveis.
Quando entrei, senti a noção da grandeza e do passado que
a empresa tem, o que acarreta um peso ainda maior face ao desafio que
nos é proposto. A visibilidade é muita e sente-se de forma
clara.
As dificuldades que senti aqui são diferentes das que passei noutros
locais de trabalho, mas são típicas do foro profissional.
A Direcção Administrativa e Financeira é uma área
tão vasta que engloba oficinas, equipas de manutenção
e a gestão de uma frota automóvel considerável.
A EPAL tem um património bastante vasto e uma localização
geográfica bastante dispersa desde Asseiceira, Castelo de Bode
até Lisboa e aos concelhos a ocidente da cidade, acresce um trabalho
muito importante ao nível da gestão e conservação
deste imenso património.
Fui tomando contacto com a realidade da empresa, adquirindo experiências
específicas, ao mesmo tempo que aplicava muitos dos conhecimentos
adquiridos anteriormente.
Continua a ser um trabalho muito exigente a aliciante.
CN