Aceitar desafios e ser bem sucedido
A sua vida tem sido preenchida por riscos e
desafios. O maior, até agora, talvez tenha sido sair de Portugal,
aos 26 anos, para fazer o doutoramento no Japão. As dificuldades
foram muitas, até porque teve de aprender a língua, mas
a experiência acabou por contribuir para o seu sucesso. Falamos
de Adriano Freire, actual líder de várias empresas, entre
as quais o Grupo Executivo.
Acha que teve sorte na
sua carreira profissional?
Não creio que a sorte tenha sido um grande factor no meu percurso
profissional. Por exemplo, o meu primeiro emprego teve uma duração
total de seis meses. Na altura, o mercado financeiro já estava
muito activo em Portugal, mas eu optei por uma via completamente diferente.
Fui trabalhar para uma pequena empresa onde teria mais intervenção
na entidade.
Aconteceu que era demasiado pequena para o progresso que eu gostaria de
ter e, passado algum tempo, cheguei à conclusão de que necessitava
de um desafio maior. Concorri à Vista Alegre e fui aceite. Fiz
carreira e quando já estava numa posição alegre na
Vista Alegre e na Universidade Católica Portuguesa, decidi abandonar
tudo e aceitar o risco de fazer o doutoramento no Japão.
Como é que encarou o papel de líder
no Grupo Executivo?
Foi um novo salto qualitativo na minha carreira. Já tinha sido
profissional por conta de outrém e já tinha dado provas
no meio académico. Agora estava a assumir um novo papel que era
o de empresário e criador de empresas. Foi uma aposta e um risco.
Qual é a palavra-chave para que se consiga
gerir uma empresa com sucesso?
Creio que o denominador comum é entrega ao trabalho. Gostar daquilo
que se faz porque se as pessoas gostam daquilo que fazem vão procurar
fazer melhor e dar sempre mais um bocadinho. E assim os resultados aparecem.
Se a pessoa está naquela actividade apenas pelo dinheiro ou comodidade,
não vai esforçar-se muito e os resultados não aparecem.
E como é que consegue transmitir essa ideia?
Eu procuro incutir nos meus colaboradores a noção de que
não é a empresa que lhes paga o salário, mas os clientes.
Portanto, se não tivermos a capacidade para, primeiro, atraiar
e conquistar os clientes, depois para satisfazer e fidelizar, não
há salário e futuro. É uma mensagem muito clara:
estamos aqui para servir as necessidades dos clientes ou a empresa não
paga salários.
É essencial haver formações
dentro da carreira?
Sim. Principalmente nas pessoas de topo das minhas empresas há
um incentivo claro para que se mantenham actualizados e sobretudo desenvolvam
novas áreas de competências. Fomentamos muito a aprendizagem
por iniciativa própria e as pessoas também percebem essa
necessidade.
No Grupo Executivo, a primeira linha de liderança tem um vencimento
variável, ou seja, não há salário fixo. Há
uma corresponsabilização pelos resultados e por isso têm
de provar no mercado e aos clientes que têm valor e mérito
para ganharem mais. Portanto, as próprias pessoas é que
têm de perceber o que precisam de desenvolver para continuarem a
crescer profissionalmente e pessoalmente.
Qual foi o seu maior desafio profissional?
A nível académico, foi o doutoramento no Japão que
foi uma experiência inesquecível pelo bom e pelo mau. Foi
um processo muito duro porque tive de aprender a língua, mas felizmente
foi bem superado. Consegui conclui-lo em três anos que era o mínimo.
Aprendi o que valia o espírito de sacrifício e descobri
em mim mesmo capacidades e força de vontade.
Profissionalmente, tivemos desafios muito interessantes colocados pelos
nossos clientes e é bem provável que surjam novos e mais
complexos.
TP