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ExpressoEmprego - Barómetro RH - Rémy de Cazalet



01.01.2000



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Rémy de Cazalet
Michael Page Internacional



Numa análise emotiva e superficial ‘Desemprego Voluntário' são duas palavras que não conjugaríamos e que quase se tornam antagónicas se pensarmos em economias desenvolvidas, com tecnologias de ponta e capital humano qualificado e amadurecido. Não obstante, é uma realidade que encontramos com frequência no nosso mercado e que se explica estruturalmente pelas crises económicas, pelas políticas de empregabilidade desajustadas e pelos sistemas de educação e formação que respondem de forma precária às exigências e competitividade dos diversos mercados.


Numa análise crítica importa separar as responsabilidades em duas vertentes: Estado (na figura dos Centros de Emprego e Segurança Social) e mentalidade dos desempregados. Muito já foi dito e debatido no que respeita à atribuição dos subsídios de desemprego, mas nesta temática há que realçar as medidas de recursos humanos e de recrutamento administradas pelos Centros de Emprego e que têm junto dos desempregados pouca credibilidade pelo desajustamento face à experiência profissional e competências desenvolvidas.

Um candidato com provas dadas no mercado e enfrentando uma situação de desemprego que lhe é alheia, como é o caso das cada vez mais recorrentes fusões e aquisições, pretende voltar ao mercado, mas não se sujeita a dar um passo atrás em termos de carreira e recusa-se a encarar-se a si próprio como estando em ‘saldo' no que toca à remuneração. Sem dúvida que este núcleo de profissionais contribui em termos estatísticos para o leque do desemprego voluntário, mas de uma forma que se pode apelidar de viciada.

Numa outra vertente, encontramos uma percentagem preocupante de desempregados que estando a auferir subsídios de desemprego rejeitam ofertas de trabalho na sua área de experiência e para os quais não encontramos razões plausíveis que não um claro aproveitamento deste contributo social. Para os voluntários nesta situação difícil, é pedido um esforço nas condições que eventualmente possam aceitar, em termos de carreira, bem como, financeiras, mas é sem dúvida o caminho mais certo e fiável para uma nova integração e afastamento do drama de situações de desemprego duradouras que potenciam o desajuste às práticas e novas exigências das Organizações.






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