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ExpressoEmprego - Barómetro RH - Dezembro - Amândio da Fonseca



01.01.2000



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Amândio da Fonseca
Administrador do Grupo EGOR



Os gravíssimos problemas que afectam o nosso mercado de trabalho estão sobejamente identificados e são glosados diariamente com aquela morbidez tão portuguesa com que escarafunchamos as nossas próprias chagas. São, todos sabemos, os cerca de 8% da população activa que não têm emprego, as duas centenas de milhares de desempregados de longa duração, a segunda pior taxa de produtividade da Europa, a fuga e o abandono do investimento estrangeiro, os desperdícios financeiros do sistema educativo, a extinção, nos últimos anos, de mais de uma centena e meia de milhares de empregos qualificados, a criação de emprego reduzida aos horários parciais e aos postos de trabalho de baixa qualificação, o crescimento galopante do desemprego dos jovens licenciados em quase todas as áreas do ensino ou a incapacidade da economia para absorver os jovens que são lançados todos os anos no mercado de trabalho.


Prestes a entrarmos em 2008 e já imbuídos do espírito natalício convém, no entanto, chamar a atenção para algumas das janelas de esperança que as reformas efectuadas ou em curso vieram entreabrir: o dobro dos alunos a frequentar o ensino profissional nas escolas secundárias, a diminuição das taxas de abandono precoce do ensino, o montante das verbas do QREN para a qualificação profissional, o investimento de nove mil milhões de euros no Programa Operacional do Potencial Humano, os mil novos investigadores nos laboratórios do Estado, o surpreendente sucesso do Simplex, o acréscimo de 15% de publicações científicas, o sentimento da inevitabilidade da actualização da legislação do trabalho, o aumento significativo das empresas que estão a inovar nos processos, nos produtos e na internacionalização da economia e, em geral, um sentimento colectivo da necessidade inadiável de concretizar reformas com rapidez e eficácia.

Importa, no entanto, recordar que, por mais rápido que concretizemos as reformas, necessitaremos ainda de muitos anos de trabalho para atingir os níveis de desenvolvimento alcançados noutros países ao longo de muitas décadas ou séculos.






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