Rémy de Cazalet
Michael Page Internacional
Ao trabalho temporário tem estado associado candidatos com pouca qualificação, precariedade e pouca qualidade na selecção de candidatos. A esta associação de ideias tem contribuído a mentalidade conservadora do cliente final e a utilização de critérios unicamente em relação ao custo do serviço,considerando muitas vezes este tipo de recurso como o último.
Felizmente, o mercado o português está a evoluir, não estamos à altura da maturidade e flexibilidade do Reino Unido, França ou Holanda, países em que o trabalho temporário tem mais de 50 anos, sendo utilizado em todas as suas vantagens (aumento das opções de contratação, flexibilidade de contratos, projectos temporários).
O empenho das empresas do sector em melhorar a qualidade dos serviços ao cliente e ao trabalhador, com uma utilização coerente e efectiva da flexibilidade dos contratos por parte das empresas utilizadoras e a confiança depositada pelo candidato em desenvolver a sua carreira, faz-nos acreditar que a flexibilidade de um contrato deve estar ligado à qualidade do processo e ao profissionalismo do candidato.
Todas as empresas passam por momentos de reestruturação de equipas, redução de clientes, projectos temporários, sendo a contratação temporária a melhor solução. As empresas procuram colaboradores que sejam uma mais-valia para a organização e isso não está dependente do tipo de contrato com que essa pessoa iniciou, mas sim, no resultado do seu trabalho, da sua produtividade, motivação e implicação nos objectivos.
Em consequência, a única garantia que pode ter um candidato em relação ao seu trabalho e integração é aumentar progressivamente, a cada dia a sua capacidade de adaptação, aprendendo, evoluindo, captando novas culturas e «know-how» de diversas empresas. Pouco importa o tipo de contrato mas sim a possibilidade de integrar um projecto aliciante que lhe permite evoluir profissionalmente.