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Expresso Emprego - Barómetro RH - Amândio da Fonseca



01.01.2000



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Amândio da Fonseca
Administrador do Grupo EGOR



As reformas do ensino superior e o arranque em 2008 da Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior estão a fazer soar, para muitas instituições privadas do ensino universitário, o dobre de finados de muitos anos de excelentes negócios. Beneficiando da falta de regulamentação da tutela no sector da educação, o país assistiu, a partir dos anos setenta, à proliferação de universidades privadas nas quais 2/3 dos alunos estavam inscritos nas área das ciências sociais, comércio e direito.


Pelo contrário, em áreas científicas como as engenharias e indústria, o número de estudantes das privadas não excedia, nos anos 97/98, 10% dos estudantes enquanto que no ensino público a percentagem era de 22,8%. Ao optar por áreas de ensino com baixo custo e risco mínimo, as privadas preocuparam-se sobretudo em apostar na rentabilidade em prejuízo da empregabilidade dos seus licenciados.

Não foi por acaso que a OCDE atribuiu a falta de empregabilidade dos licenciados portugueses “ao facto de as propinas serem a principal fonte de receita das universidades privadas levando-as a privilegiar programas que atraíam o maior número possível de estudantes”. Sabendo que a maioria dos alunos evita as disciplinas nas áreas das ciências percebe-se a razão por que os cursos ‘baseados no conhecimento' continuam a constituir a solução mais fácil para vir a engrossar as taxas de desemprego.

A quebra, a partir dos anos 90 das taxas de escolarização e o agravamento da situação de desemprego e subemprego de muitas dezenas de milhares de licenciados na área das humanísticas estão a provocar nas entidades públicas e na população em geral uma crescente reacção de interesse pelas carreiras técnicas e pela formação baseada nas competências do saber fazer.

O facto de o ensino superior privado ter perdido nos últimos dez anos 20 mil alunos e dezassete instituições terem encerrado actividades constitui um sinal evidente de que algo está finalmente a mudar no panorama universitário.






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