Dana T. Redford
Director da Redford Research International
O fracasso é um dos elementos do processo de aprendizagem e não seu inimigo. Uma cultura empreendedora é feita por pessoas que vêm no erro mais uma oportunidade de aprender e fazer melhor. Ser empreendedor é ser capaz de realizar uma visão, antecipar a satisfação da sua concretização e isso implica não ter medo de falhar. É pois uma questão de atitude. Como podemos mudar a atitude dos portugueses e torná-los mais empreendedores?
Dinheiro e boas ideias existem. Investidores e "business angels", entre outros, que financiam empresas na sua fase de criação, ambicionam financiar projectos promovidos por empreendedores que sendo altamente qualificados e competentes, queiram correr riscos calculados de forma a conseguirem um retorno satisfatório. Contudo, isto não responde à questão que se coloca a nível nacional de como Portugal poderá conseguir uma sociedade que apoie os empreendedores no seu objectivo de criar valor.
Dediquei estes últimos três anos da minha vida ao estudo da infra-estrutura do Empreendedorismo em Portugal. Pesquisei diferentes áreas e decidi focalizar-me em instituições do ensino superior e nas diferentes iniciativas que desenvolvem para promoverem o empreendedorismo. A este propósito, os programas que foram estabelecidos em parceria com universidades norte-americanas como o MIT têm uma forte componente em empreendedorismo, além da gestão de tecnologia e são um complemento muito bem-vindo às disciplinas de empreendedorismo que 21 instituições portuguesas já oferecem, actualmente. Na minha opinião, que é comum à dos membros fundadores do Fórum do Empreendedorismo, tais como a Fundação Luso-americana, Fundação Gulbenkian, Empresários pela Inclusão Social e COTEC, a educação em empreendedorismo é a chave para a mudança de atitudes e formas de pensar. O povo português deverá passar das palavras às acções, comprometendo-se com uma atitude mais empreendedora, através de educação a todos os níveis, que vê no erro uma oportunidade de progresso.