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CEOs europeus mais precários
A rotatividade dos presidentes executivos (CEO) é
o dobro na Europa face à América do Norte, e a saída
precoce dos líderes passa a ser o novo padrão nas companhias
do mundo moderno. É o que afirma a firma de consultoria Booz
Allen Hamilton, numa pesquisa que envolveu cerca de 2500 grandes companhias
de diversas regiões e sectores industriais específicos.
O estudo relacionou o tempo de permanência dos CEO com a produtividade
das empresas. Os resultados demonstraram que a rotatividade dos CEO cresceu
em 53% entre 1995 e 2001.
De acordo com a análise, a longevidade no cargo destes profissionais
depende directamente do montante do retorno de investimento e da manutenção
de uma performance excepcional por parte da companhia.
A exigência de cada vez maiores retornos aos accionistas e as mudanças
na empresa são apontadas como razões para a alta rotatividade.
Um desempenho abaixo das expectativas dos accionistas e o número
cada vez maior de fusões entre empresas são indicados como
causas directas da instabilidade no cargo destes profissionais.
A Europa é apontada como a região mais agressiva na substituição
de CEO cujas companhias não apresentam performance satisfatória.
O Velho Continente apresenta ainda as maiores taxas de sucessão
de líderes relacionadas com a performance e fusões, as maiores
taxas de crescimento de rotatividade e o menor tempo médio de permanência
na função.
A Ásia e as regiões do Pacífico destacam-se desta
tendência com poucas mudanças nas carreiras, situando-se
a taxa de rotatividade dos presidentes executivos no valor mínimo.
Os factores que favorecem a instabilidade na permanência do cargo
dos CEO no futuro são as pressões dos accionistas, cada
vez mais impacientes por um alto retorno de seus investimentos, com a
queda na performance que costuma ocorrer após os primeiros dois
anos na função e a disponibilidade cada vez maior de CEO
experientes no mercado.
Os especialistas da Booz Allen Hamilton aconselham os presidentes
executivos a apostarem num crescimento seguro, investindo mais em reformas
organizacionais e estratégicas, sem se limitarem aos ganhos extraordinários
para os accionistas.
Como o que determina a rotatividade nestes quadros é o declínio
da performance da companhia sob a liderança do CEO, é necessário
perseguir continuamente altos níveis de produtividade e de retorno
de investimento dentro da empresa.
Outras linhas a seguir são a definição rápida
de uma agenda de mercado, a realização de mudanças
construtivas e a persistência em exceder as expectativas do mercado
ao longo do tempo.
As alterações no comportamento das práticas de gestão
de CEO afectam empregados, consumidores e accionistas. Devido à
competição das empresas à escala global, as diferenças
no comportamento destes profissionais em cada região determinará
quais irão atingir um maior desenvolvimento e sucesso no mercado
global.
Tendências
da rotatividade dos CEOs
Europa com maior rotatividade: Na América
do Norte, os profissionais dispensados devido a performance insatisfatória
estavam em média 5,4 anos no cargo, enquanto seus colegas europeus
estavam a cerca de 4,8 anos
A diferença entre as regiões: O
retorno de investimento aos accionistas e a sobrevivência da posição
do CEO estão directamente ligados na Europa e América do
Norte. Na Ásia, a performance do CEO é avaliada segundo
as taxas de lucro líquidos
Longevidade no cargo diminui: O tempo de permanência
no cargo de CEO desceu de 9,5 anos em 1995 para 7,3 anos em 2001
A Performance é o que importa: Entre 1995 e 2001,
o número de CEOs dispensados devido à performance incipiente da empresa
aumentou 130%
Na Europa, entre os CEOs dispensados, 34% foram-no devido a uma baixa
performance, contra 22% na América do Norte
CEOs cada vez mais jovens: Em 1995, a idade de
entrada dos CEO na América do Norte era de 50,4 anos e baixou para os
48,8 em 2001. A Ásia constitui uma excepção, com a idade inicial de 57anos
elevada a 60,4 anos no mesmo período
Cristina Parga