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CEOs europeus mais precários



01.01.2000



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CEOs europeus mais precários

A rotatividade dos presidentes executivos (CEO) é o dobro na Europa face à América do Norte, e a saída precoce dos líderes passa a ser o novo padrão nas companhias do mundo moderno. É o que afirma a firma de consultoria Booz Allen Hamilton, numa pesquisa que envolveu cerca de 2500 grandes companhias de diversas regiões e sectores industriais específicos.

O estudo relacionou o tempo de permanência dos CEO com a produtividade das empresas. Os resultados demonstraram que a rotatividade dos CEO cresceu em 53% entre 1995 e 2001.

De acordo com a análise, a longevidade no cargo destes profissionais depende directamente do montante do retorno de investimento e da manutenção de uma performance excepcional por parte da companhia.
A exigência de cada vez maiores retornos aos accionistas e as mudanças na empresa são apontadas como razões para a alta rotatividade.

Um desempenho abaixo das expectativas dos accionistas e o número cada vez maior de fusões entre empresas são indicados como causas directas da instabilidade no cargo destes profissionais.

A Europa é apontada como a região mais agressiva na substituição de CEO cujas companhias não apresentam performance satisfatória.
O Velho Continente apresenta ainda as maiores taxas de sucessão de líderes relacionadas com a performance e fusões, as maiores taxas de crescimento de rotatividade e o menor tempo médio de permanência na função.

A Ásia e as regiões do Pacífico destacam-se desta tendência com poucas mudanças nas carreiras, situando-se a taxa de rotatividade dos presidentes executivos no valor mínimo.

Os factores que favorecem a instabilidade na permanência do cargo dos CEO no futuro são as pressões dos accionistas, cada vez mais impacientes por um alto retorno de seus investimentos, com a queda na performance que costuma ocorrer após os primeiros dois anos na função e a disponibilidade cada vez maior de CEO experientes no mercado.

Os especialistas da Booz Allen Hamilton aconselham os presidentes executivos a apostarem num crescimento seguro, investindo mais em reformas organizacionais e estratégicas, sem se limitarem aos ganhos extraordinários para os accionistas.

Como o que determina a rotatividade nestes quadros é o declínio da performance da companhia sob a liderança do CEO, é necessário perseguir continuamente altos níveis de produtividade e de retorno de investimento dentro da empresa.

Outras linhas a seguir são a definição rápida de uma agenda de mercado, a realização de mudanças construtivas e a persistência em exceder as expectativas do mercado ao longo do tempo.

As alterações no comportamento das práticas de gestão de CEO afectam empregados, consumidores e accionistas. Devido à competição das empresas à escala global, as diferenças no comportamento destes profissionais em cada região determinará quais irão atingir um maior desenvolvimento e sucesso no mercado global.

Tendências da rotatividade dos CEOs

Europa com maior rotatividade: Na América do Norte, os profissionais dispensados devido a performance insatisfatória estavam em média 5,4 anos no cargo, enquanto seus colegas europeus estavam a cerca de 4,8 anos

A diferença entre as regiões: O retorno de investimento aos accionistas e a sobrevivência da posição do CEO estão directamente ligados na Europa e América do Norte. Na Ásia, a performance do CEO é avaliada segundo as taxas de lucro líquidos

Longevidade no cargo diminui: O tempo de permanência no cargo de CEO desceu de 9,5 anos em 1995 para 7,3 anos em 2001

A Performance é o que importa: Entre 1995 e 2001, o número de CEOs dispensados devido à performance incipiente da empresa aumentou 130%
Na Europa, entre os CEOs dispensados, 34% foram-no devido a uma baixa performance, contra 22% na América do Norte

CEOs cada vez mais jovens: Em 1995, a idade de entrada dos CEO na América do Norte era de 50,4 anos e baixou para os 48,8 em 2001. A Ásia constitui uma excepção, com a idade inicial de 57anos elevada a 60,4 anos no mesmo período

Cristina Parga






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