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Caçar executivos de "primeira"
Apesar do grande número de candidatos a empregos,
encontrar profissionais de alto nível, com capacidade de realização
e intimidade com as novas tecnologias não é nada fácil
para as empresas. Por isso, cada vez mais companhias optam por contratar
os serviços de "headhunters" ou "caça-cabeças"
especializados em encontrar o profissional perfeito para quadros de grande
responsabilidade, de forma a optimizar o processo de selecção
de seus futuros empregados.
O "Executive Search", isto é, recrutamento e selecção
de profissionais de alto nível, baseia-se numa procura activa e
directa de executivos talentosos nos quadros médios/altos de várias
empresas. Essa abordagem directa do mercado é mais eficaz do que
os métodos de recrutamento tradicionais em áreas altamente
especializadas, onde a oferta de emprego é mais ampla que a procura.
Isto porque em regra os profissionais bem sucedidos estão concentrados
em suas carreiras e não procuram novos cargos, pelo que é
necessário "caçá-los" e seduzi-los com
novas propostas, convencendo-lhes das vantagens da sua integração
na companhia.
Segundo Ana Teixeira, managing partner da MRI Worldwide, os "headhunters"
de sucesso podem ter os mais variados "backgrounds" académicos.
Uma formação em psicologia e áreas afins é
bem-vinda, mas não obrigatória. "Importante é
uma experiência profissional anterior que tenha possibilitado um
contacto com diferentes realidades, bem como uma exposição
a situações de difícil resolução e
que desse modo, tenha permitido à pessoa "crescer" profissionalmente",
acrescenta Rosa Carreto, "headhunter" da Hire&Trust.
Muitos "caça-cabeças" percorrem uma trajectória
não linear até ao reconhecimento do candidato, o que requer
paciência, determinação, apetência para estudar
as novas áreas de interesse do mercado, as mudanças e tendências.
Para Ana Teixeira, o mais marcante no perfil do headhunter é "um
equilíbrio sólido entre características como a seriedade
e discrição, fundamentais no nosso trabalho uma vez que
lidamos com informação extremamente confidencial quer da
parte das empresas, quer do candidato".
A directora da MRI portuguesa indica ainda como essencial ao headhunter
a "excelente capacidade de comunicação e persuasão,
de forma a poder transmitir da forma mais correcta e adequada mas ao mesmo
tempo também de forma motivante, ideias e projectos aos profissionais
com que contacta, que estão a trabalhar, estão bem onde
estão, não andam à procura de emprego."
A maior incidência na actividade de "executive search"
em Portugal está nas tecnologias de informação (TI),
e nas telecomunicações, áreas nas quais, em geral,
a oferta de profissionais ainda é inferior à procura por
parte das empresas. Rosa Carreto afirma que "neste momento de recessão,
os sectores que mais requerem nossos serviços são o farmacêutico,
grande consumo e serviço, e nas áreas funcionais, as vendas
e o marketing."
Por sua vez, Ana Teixeira alerta para a dinâmica do mercado actual
e suas rápidas mudanças de áreas "pelo que temos
de estar atentos às suas tendências e antecipá-las."
A "arte" do "executive search" é à partida bem remunerada, mas não possui
uma tabela salarial fixa. O salário geralmente é composto por uma parte
fixa, que depende da dimensão e "prestígio" da empresa de "headhunter",
e de uma parte variável, relacionada às missões em que o profissional
se envolve, as contas que consegue angariar, ao êxito nas negociações.
Ana Teixeira afirma que, para ser reconhecido no mercado e conquistar
um bom nível de vida, há que percorrer um caminho que nem todos têm capacidade
e persistência para palmilhar: "A confiança do mercado não se compra
nem se dá, conquista-se"
As 10 regras do "headhunter" de sucesso:
1. Detém muitos conhecimentos da área funcional
para a qual estão a fazer o processo, além de qualidades
como capacidade de organização, e controlo de investimentos
2. Possui a capacidade para entender as necessidades do cliente
e do seu negócio
3. Conhece profundamente o sector de actividade do cliente
4. Sabe trabalhar em equipa e está rodeado de profissionais
experientes
5. Além de uma formação ampla de sólidas
bases, possui uma grande capacidade analítica
6. É dotado de um espírito inovador, e de agilidade
suficiente para a tomada de decisões rápidas
7. Possui experiências internacionais, e portanto, está
aberto a novas possibilidades e alternativas na selecção
de candidatos
8. Sabe ser discreto ao tratar de negócios muitas vezes
confidenciais
9. É criativo, e não desiste mesmo quando as situações
são complicadas
10. Guia-se pela ética e pelo profissionalismo no seu trabalho
Cristina Parga