Amândio da Fonseca
Administrador do Grupo EGOR
O desemprego de longa duração tem constituído nos últimos vinte anos um dos mais graves flagelos na Europa . Em Portugal a situação é , actualmente, particularmente preocupante . O numero crescente de trabalhadores que estão no desemprego há mais de um ano e que ,no ultimo trimestre de 2006 , já ultrapassava as duas centenas de milhares de pessoas , constitui a face visível de um processo com raízes históricas de desajustamento estrutural ,que a crise actual veio acelerar , numa economia tradicionalmente marcada pela dissonância entre as qualificações e competências de que um mercado de trabalho em velocidade de cruzeiro necessitaria e uma vasta faixa envelhecida de trabalhadores mal preparados para responder às exigências da sociedade da informação.
Nas economias modernas os esforços para inverter esta tendência têm-se revelado tarefa extremamente difícil . A valorização da iniciativa pessoal – o auto emprego – constitui uma das soluções mais frequentes. Os casos com maior taxa de sucesso tem sido dinamizados na Europa, por instituições regionais, com responsabilidades de desenvolvimento sócio económico que, de forma gratuita, apoiam simultaneamente, quer desempregados quer empregadores. Seja , no caso dos primeiros, através de acções de apoio na concepção, viabilização técnica e financeira e acompanhamento das iniciativas de empreendorismo, seja na dinamização de projectos conjuntos de grupos de desempregados,unidos pela partilha de responsabilidades e por objectivos comuns...
Nos casos em que o emprego é a solução mais indicada, os trabalhadores recebem formação para preencher postos de trabalho previamente identificados junto dos empregadores. Em relação a estes o apoio destas instituições vai desde a divulgação dos programas de apoio ao emprego até a análise dos postos de trabalho a preencher, definição das competências a desenvolver e a execução de programas de formação – à medida - desenhados em função das necessidades das empresas empregadoras.