Na Porto Business School privilegia-se a diversidade de formações anteriores de modo a maximizar a experiência de integração entre os alunos. A esse factor, explica Jorge Farinha, vice-dean da Porto Business School e coordenador do The Magellan MBA (TMBA), “acresce, no caso do MBA full-time, o interesse de juntar também a diversidade cultural que está presente em programas como o TMBA, onde dois terços dos alunos são estrangeiros”.
Nesta escola, os candidatos são selecionados com base num sistema de avaliação que contempla duas fases, avaliando fatores como background académico, experiência profissional, classificação no GMAT (obrigatório para MBA’s a full-time), entrevista e cartas de recomendação. Por cá, uma cuidada aposta no marketing pessoal pode ajudar qualquer candidato a ser selecionado para integrar um MBA. Mas mundo fora há já universidades que apostam noutros trunfos. O objetivo é conhecer o ser humano por detrás da papelada.
O Quoeficiente de Inteligência Emocional (QE) é o método do momento nas universidades que procuram os melhores talentos para integrar os seus MBA’s. Mais do que perceber o que você sabe, as grandes escolas de negócios querem perceber o que você sente, e são cada vez mais as instituições que estão a adicionar testes de personalidade e entrevistas padronizadas aos critérios de seleção dos seus candidatos.
A Universidade de Notre Dame, por exemplo, aplica desde 2010 o Inventário de Características Pessoais, um questionário online com 206 questões relacionadas com a inteligência emocional dos candidatos. O inquérito permite à instituição classificar os as candidaturas como “recomendada” ou “não recomendada”.
Yale aplica o mesmo modelo de autoavaliação online, através de um teste de 141 questões que, segundo Peter Salovey, reitor da Universidade de Yale, “mede a capacidade dos candidatos em gerir ou entender as suas próprias emoções, com perguntas sobre situações quotidianas”.
Avaliar talentos está longe de ser uma ciência exacta e em Portugal, o currículo profissional e académico ainda conta muito, mas um bom marketing pessoal é uma excelente ajuda. Tão importante como perceber o MBA que melhor de adequa aos seus objetivos, é perceber que tipo de candidatos procuram as escolas e em função disso preparar a sua candidatura. Jorge Farinha reforça que uma boa candidatura exige um planeamento cuidado e atempado.
“Os processos de candidatura na Porto Business School envolvem a apresentação de um conjunto de documentação sobre o CV do candidato, registos académicos anteriores, certificado de conhecimentos de inglês, classificação obtida no exame de GMAT, tópicos de desenvolvimento que reflitam experiências de evolução de carreira e liderança e os contactos de recomendadores que devem redigir cartas de recomendação”, explica.
Para além do processo documental, o processo de admissão inclui a realização de uma entrevista com o Comité de Admissões e “a decisão de admissão é depois tomada geralmente até duas semanas após a entrevista”, explica o vice-dean.
Critérios de seleção
Entre os requisitos mais determinantes para a seleção, Fernando Teixeira dos Santos, coordenador do MBA Executivo e do TMBA, destaca “a natureza e evolução das funções profissionais exercidas até à data, o sucesso académico anterior (em qualquer área do conhecimento), a classificação do GMAT (no caso do MBA full-time), os resultados da entrevista (que atesta entre outros fatores o grau de motivação, maturidade, capacidade de comunicação e argumentação, etc.), a qualidade dos tópicos de desenvolvimento e as recomendações emitidas por terceiros”.
Segundo o coordenador, “uma má preparação para o GMAT ou uma candidatura pouco cuidada podem ser factores determinantes para o insucesso, tal como as respostas menos pensadas durante a entrevista, que atestam alguma imaturidade do candidato”. Mas há outros erros que vai querer evitar.
Não adequar a sua candidatura ao perfil da escola, desvalorizar a importância de uma boa estratégia de marketing pessoa – capaz de espelhar as sua motivações para o MBA, o seu percurso profissional e as suas ambições de carreira -, ter uma atitude passiva durante o processo de seleção ou disparar candidaturas em todas as direções, são erros que não vai querer cometer.
Deverá também não descuidar a questão das recomendações. Procure pedir recomendações a pessoas que o conheçam realmente bem porque isso vai transparecer e procure conversar com quem o vai recomendar para explicar as suas motivações para frequentar o MBA.
No The Magellan MBA dois terços dos alunos são estrangeiros, oriundos dos quatro cantos do mundo, com uma média etária a rondar os 28 anos. Os asiáticos estão em força e a formação académica predominante é a engenharia, embora Jorge Farinha destaque também a existência de alunos de medicina, direito, arquitectura ou biologia. Já no MBA Executivo da Porto Business School, os alunos apresentam perfis académicos muito diversificados.
“Temos cada vez mais alunos oriundos de áreas diferentes daquelas que tipicamente faziam uma turma do MBA Executivo. Para além dos alunos de background académico ligado à engenharia, economia ou gestão, temos recebido um crescente número de alunos provenientes de áreas como a saúde, a psicologia, a arquitetura, o direito e outras áreas das humanidades”, explica o vice-dean adiantando que “todos têm em comum um elevado perfil intelectual e sobretudo um desejo de alcançar níveis de excelência nos projetos em que estão envolvidos, ou se pretendem envolver após o MBA, e o desejo não apenas de uma progressão profissional ambiciosa, mas também de uma conjugação disso com objetivos de responsabilidade social, ética e de equilíbrio pessoal”. Fatores que contam no momento de selecionar.