Carreiras

- João Carlos Costa



01.01.2000



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"Sempre gostei de ideias novas"

João Carlos Costa, director geral da JobFair-Realização de Eventos, Lda, chegou aos recursos humanos por acaso mas descobriu, com agrado, que era aquilo que realmente gostava de fazer. Andou pelos Estados Unidos e foi de lá que trouxe a ideia que agora concretiza com a realização da primeira feira de emprego em Portugal.

Lembra-se do que é que queria ser quando era criança? Que planos tinha para o futuro?
Tinha muitos. Gostava de ser piloto. Sempre tive muitos interesses e sempre gostei de ideias novas, de pôr em prática projectos que eu tinha, que eram novidade e que se calhar causavam alguma estranheza às outras pessoas. Mas depois até ficava contente por ver que essas iniciativas até tinham grande sucesso ou algo chateado quando tinha a ideia mas depois acabava por não a implementar.

Depois que estudos seguiu?
Comecei a tirar gestão de têxteis, nos Estados Unidos, em Nova Iorque, numa escola chamada F.I.T. (Fashion Institute of Technology). Eu achei que tinha interesse porque era uma coisa nova em Portugal, mas era um curso demasiado prático. Mas depois mudei para outra universidade para tirar o curso de gestão que, no entanto, não terminei nos Estados Unidos. Faltavam cerca de dois semestres para terminar o curso quando tive que vir cá fazer a tropa. Por pressão dos meus pais e porque já estava há alguns anos sem estar cá, acabei por ficar optando por me matricular em economia.

Fale-me um pouco da sua carreira.
O meu primeiro trabalho foi numa editora, sendo responsável pelo lançamento de um novo projecto que passava pelo lançamento de uma nova revista que se chamava "Guia Prático do Franchising". Era uma ideia muito inovadora, em Portugal nunca se tinha feito nada do género. Automaticamente aceitei o projecto porque achei que era uma área fluorescente, que iria ter muito interesse e foi verdade. Conseguimos lançar a revista com muito custo, como é normal. Uma vez a revista lançada tivemos um novo projecto em parceria com uma empresa de consultadoria na área do franchising. Em colaboração com eles lançámos a primeira feira de franchising em Portugal. Estou um pouco habituado a estes desafios de início de projectos, de lançamentos, é uma coisa que me fascina bastante.

Depois surgiu a oportunidade de lançar um novo projecto, que era uma empresa de consultadoria na área do franchising. Estive cerca de um ano nesta empresa, as coisas correram relativamente bem até que me surgiu uma nova proposta. E é aqui que começa a minha andança na área dos recursos humanos.

Fui convidado para trabalhar numa empresa chamada Adecco que é a maior empresa do mundo de recursos humanos. Um dos meus projectos iniciais, e para o qual eu fiz alguma pressão para que se realizasse, foi termos uma participação muito forte na Expo´98. Fui responsável pelo projecto que se chamava "Expo´98 Project" da Adecco que passava pela gestão integral de diversos pavilhões, como foi o caso do espanhol, do inglês, do colombiano, do holandês, do grego. Paralelamente criámos mesmo uma delegação própria junto à Expo onde estive cerca de um ano. Paralelamente, a Adecco estava a preparar uma candidatura para ter o departamento de recursos humanos global da Expo 2000 em Hannover. Era um projecto muito interessante porque mexíamos com áreas de recursos humanos muito aliciantes.

Depois deste projecto continuei na Adecco mas passei para uma estrutura chamada "Global Sales" que trata do marketing e de grandes contas a nível internacional. Passei a ser "national account manager" da Adecco em Portugal.

Há cerca de dois anos atrás, uma empresa de "Executive Search", contactou-me para um novo projecto. Eu acho que as pessoas devem mudar. Não mudar só por mudar mas mudar quando os projectos são aliciantes porque se aprende sempre, valorizamos o nosso percurso, cresce-se bastante. Entretanto, achei que seria interessante tirar uma pós-graduação em gestão de recursos humanos.

De seguida fui trabalhar para a Prosegur para a área de "outsourcing". Eles eram responsáveis pelo "outsourcing" a nível de pessoal da compensação bancária do grupo BCP e doutros bancos. Nós fazíamos também outsourcing a nível de colocação de colaboradores em empresas. Deu para aprender muita coisa durante o ano em que estive lá, não só na área dos recursos humanos mas também na parte de gestão.

Entretanto surgiu uma nova oportunidade. Cada vez que mudava de organização achava realmente que era uma mais valia, que me valorizava em termos de curriculum. Entrei para a Boyden porque realmente uma das áreas que me faltava era o "executive search" de quadros médios e de topo. Numa conversa com algumas pessoas ligadas ao Recursos Humanos manifestei interesse num projecto que eu andava há anos a amadurecer…

É aqui que surge a JobFair?
Exactamente. A ideia, eu já a tinha há alguns anos, das visitas que fazia aos Estados Unidos e das feiras de emprego que visitava por lá. Este não é um conceito novo. No fundo eu não inventei nada, só quis implementar em Portugal um evento que já existe nos Estados Unidos há mais de vinte anos e com enorme sucesso. A empresa arrancou em Janeiro deste ano e esta é a primeira feira de emprego que organizamos. No entanto, esperamos conseguir organizar outra no Porto, talvez em Junho e novamente em Lisboa lá para Setembro.

Queremos que esta feira possa ser o ponto de encontro entre quem procura emprego e entre quem recruta mas não só. Vão ser realizadas conferências sobre diversos temas relacionados com o emprego e também apresentações por parte das empresas que vão estar representadas.

Como é que acha que vai ser a receptividade do público?
Já está a ser óptima. Temos recebido centenas de currículos, apesar de não ser esta a altura ideal para os enviarem. Preferiamos que os entregassem durante a Feira de Emprego.

E as empresas?
Aí a receptividade não foi tão boa. Tivemos sérias dificuldades. Mas com os resultados positivos que vamos obter nesta Feira de Emprego, a próxima vai ter, certamente, muitas mais empresas participantes.

SW






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