"Sempre gostei de ideias novas"
João Carlos Costa, director geral da JobFair-Realização
de Eventos, Lda, chegou aos recursos humanos por acaso mas descobriu,
com agrado, que era aquilo que realmente gostava de fazer. Andou pelos
Estados Unidos e foi de lá que trouxe a ideia que agora concretiza
com a realização da primeira
feira de emprego em Portugal.
Lembra-se do que é
que queria ser quando era criança? Que planos tinha para o futuro?
Tinha muitos. Gostava de ser piloto. Sempre tive muitos interesses e sempre
gostei de ideias novas, de pôr em prática projectos que eu
tinha, que eram novidade e que se calhar causavam alguma estranheza às
outras pessoas. Mas depois até ficava contente por ver que essas
iniciativas até tinham grande sucesso ou algo chateado quando tinha
a ideia mas depois acabava por não a implementar.
Depois que estudos seguiu?
Comecei a tirar gestão de têxteis, nos Estados Unidos, em
Nova Iorque, numa escola chamada F.I.T. (Fashion Institute of Technology).
Eu achei que tinha interesse porque era uma coisa nova em Portugal, mas
era um curso demasiado prático. Mas depois mudei para outra universidade
para tirar o curso de gestão que, no entanto, não terminei
nos Estados Unidos. Faltavam cerca de dois semestres para terminar o curso
quando tive que vir cá fazer a tropa. Por pressão dos meus
pais e porque já estava há alguns anos sem estar cá,
acabei por ficar optando por me matricular em economia.
Fale-me um pouco da sua carreira.
O meu primeiro trabalho foi numa editora, sendo responsável pelo
lançamento de um novo projecto que passava pelo lançamento
de uma nova revista que se chamava "Guia Prático do Franchising".
Era uma ideia muito inovadora, em Portugal nunca se tinha feito nada do
género. Automaticamente aceitei o projecto porque achei que era
uma área fluorescente, que iria ter muito interesse e foi verdade.
Conseguimos lançar a revista com muito custo, como é normal.
Uma vez a revista lançada tivemos um novo projecto em parceria
com uma empresa de consultadoria na área do franchising. Em colaboração
com eles lançámos a primeira feira de franchising em Portugal.
Estou um pouco habituado a estes desafios de início de projectos,
de lançamentos, é uma coisa que me fascina bastante.
Depois surgiu a oportunidade de lançar um novo
projecto, que era uma empresa de consultadoria na área do franchising.
Estive cerca de um ano nesta empresa, as coisas correram relativamente
bem até que me surgiu uma nova proposta. E é aqui que começa
a minha andança na área dos recursos humanos.
Fui convidado para trabalhar numa empresa chamada Adecco
que é a maior empresa do mundo de recursos humanos. Um dos meus
projectos iniciais, e para o qual eu fiz alguma pressão para que
se realizasse, foi termos uma participação muito forte na
Expo´98. Fui responsável pelo projecto que se chamava "Expo´98
Project" da Adecco que passava pela gestão integral de diversos
pavilhões, como foi o caso do espanhol, do inglês, do colombiano,
do holandês, do grego. Paralelamente criámos mesmo uma delegação
própria junto à Expo onde estive cerca de um ano. Paralelamente,
a Adecco estava a preparar uma candidatura para ter o departamento de
recursos humanos global da Expo 2000 em Hannover. Era um projecto muito
interessante porque mexíamos com áreas de recursos humanos
muito aliciantes.
Depois deste projecto continuei na Adecco mas passei
para uma estrutura chamada "Global Sales" que trata do marketing
e de grandes contas a nível internacional. Passei a ser "national
account manager" da Adecco em Portugal.
Há cerca de dois anos atrás, uma empresa
de "Executive Search", contactou-me para um novo projecto. Eu
acho que as pessoas devem mudar. Não mudar só por mudar
mas mudar quando os projectos são aliciantes porque se aprende
sempre, valorizamos o nosso percurso, cresce-se bastante. Entretanto,
achei que seria interessante tirar uma pós-graduação
em gestão de recursos humanos.
De seguida fui trabalhar para a Prosegur para a área
de "outsourcing". Eles eram responsáveis pelo "outsourcing"
a nível de pessoal da compensação bancária
do grupo BCP e doutros bancos. Nós fazíamos também
outsourcing a nível de colocação de colaboradores
em empresas. Deu para aprender muita coisa durante o ano em que estive
lá, não só na área dos recursos humanos mas
também na parte de gestão.
Entretanto surgiu uma nova oportunidade. Cada vez que
mudava de organização achava realmente que era uma mais
valia, que me valorizava em termos de curriculum. Entrei para a Boyden
porque realmente uma das áreas que me faltava era o "executive
search" de quadros médios e de topo. Numa conversa com algumas
pessoas ligadas ao Recursos Humanos manifestei interesse num projecto
que eu andava há anos a amadurecer…
É aqui que surge a JobFair?
Exactamente. A ideia, eu já a tinha há alguns anos, das
visitas que fazia aos Estados Unidos e das feiras de emprego que visitava
por lá. Este não é um conceito novo. No fundo eu
não inventei nada, só quis implementar em Portugal um evento
que já existe nos Estados Unidos há mais de vinte anos e
com enorme sucesso. A empresa arrancou em Janeiro deste ano e esta é
a primeira feira de emprego que organizamos. No entanto, esperamos conseguir
organizar outra no Porto, talvez em Junho e novamente em Lisboa lá
para Setembro.
Queremos que esta feira possa ser o ponto de encontro
entre quem procura emprego e entre quem recruta mas não só.
Vão ser realizadas conferências sobre diversos temas relacionados
com o emprego e também apresentações por parte das
empresas que vão estar representadas.
Como é que acha que vai ser a receptividade
do público?
Já está a ser óptima. Temos recebido centenas de
currículos, apesar de não ser esta a altura ideal para os
enviarem. Preferiamos que os entregassem durante a Feira de Emprego.
E as empresas?
Aí a receptividade não foi tão boa. Tivemos sérias
dificuldades. Mas com os resultados positivos que vamos obter nesta Feira
de Emprego, a próxima vai ter, certamente, muitas mais empresas
participantes.
SW