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- Inquérito de Percurso dos Diplomados do Ensino Superior - 2001



01.01.2000



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Inquérito de Percurso aos diplomados do Ensino Superior - 2001

O Sistema de Observação de Percursos de Inserção dos Diplomados do Ensino Superior(ODES) realizou um inquérito aos finalistas, de 1994/95 do Ensino Superior, que desvenda qual o tempo de espera para obter o 1º emprego e outros aspectos essenciais para perspectivar a evolução dos diplomados no mercado de trabalho.


Os resultados foram divulgados num seminário realizado em Coimbra, a 28 de Junho.
O inquérito diz respeito a todas as àreas de formação e resulta de uma parceria entre os Ministérios da Segurança Social e do Trabalho e do Ministério da Educação, envolvendo quatro organismos - o Instituto para a Inovação na Formação (INOFOR), que coordena o projecto, o Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional (DETEFP), a Direçção-Geral do Ensino Superior (DGES) e o Departamento de Avaliação Prospectiva e Planeamento (DAPP).

O 1º Inquérito de Percurso é um questionário que permite obter informação sobre a situação profissional dos diplomados no ano lectivo de 1994/95 passado um mês, 18 meses e 36 meses após a conclusão do curso de ensino superior. Para a caracterização da situação profissional na actualidade, estabeleceu-se uma semana de referência (a última semana do mês de Maio), sendo que a inquirição teve o seu início na semana imediatamente a seguir à semana de referência.


Objectivos do inquérito :

A identificação das formas de acesso ao ensino superior e as motivações que levam os indivíduos a ingressarem nesse nível de ensino;

O conhecimento do percurso escolar dos diplomados;

A descrição do percurso profissional dos indivíduos desde que terminaram o ensino superior até à actualidade;

Nomeadamente" na perspectiva da tomada de decisões dos jovens no acesso ao ensino superior e promover o debate sobre a perspectiva das entidades empregadoras relativamente à procura de competências dos diplomados do ensino superior".

Amostra e Metodologia de Execução:

O inquérito foi realizado no 3º trimestre de 2001 junto a uma amostra estratificada de 10.000 diplomados de todas as áreas de formação que terminaram o curso no ano lectivo de 1994/1995. O universo abrangido é de 31.154 indivíduos diplomados nas instituições de ensino superior (universidades e politécnicos, públicos e privados)de todo o território nacional.

De natureza retrospectiva, o inquérito foi efectuado por entrevista telefónica em que os diplomados foram questionados sobre a sua situação em diferentes momentos de referência, sendo Maio de 2001, o último momento de referência. A taxa de resposta face à amostra foi de 97,8%.Os dados das respostas foram inferidos para o universo.

O questionário contempla quatro dimensões consideradas fundamentais para a análise dos percursos sócioprofissionais dos diplomados : a origem social, a trajectória escolar, a trajectória profissional e as representações e expectativas destes diplomados em termos do seu percurso educativo e profissional.


O estudo incide sobre oito áreas:

C. Sociais, Comércio e Direito;

Educação;

Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção;

Artes e Humanidades;

Saúde e Protecção Social;

Ciências;

Serviços;

Agricultura;

A maioria dos diplomados no ano de 1994/95 pertencem à área de formação "Ciências Sociais, Comércio e Direito", correspondendo a 35% do total dos inquiridos. As áreas com menos diplomados são : a "Agricultura" e os "Serviços" ambas com apenas 3% de diplomados.

No âmbito da situação dos diplomados face à actividade são analisados dois períodos de tempo :

um mês após a conclusão do curso e a sua situação em Maio de 2001.


Um mês após o curso o número de diplomados:

empregado é de 50,1%

desempregados 32,0%

inactivos 17,8%


O conjunto dos diplomados demoraram em média 6 meses para obter o seu emprego e nesse conjunto verificou-se que os provenientes do ensino superior público tinham mais facilidade em obter o seu emprego, demorando em média 5 meses, enquanto que os diplomados do ensino superior privado demoraram, em média, 7 meses.


Em Maio de 2001 o número de empregados já atinge quase os 100 por cento, situando-se os inactivos nos 2,5 % e os desempregados nos 1,8%

Sendo que as principais razões apontadas para o desemprego são passado um mês:

o facto de não encontrarem um trabalho adequado à formação 35%

não encontrarem nenhum emprego 47,1%

à espera de resposta 30,2%


em Maio de 2001 a situação inverte-se:

41,7% afirmam não ter encontrado nenhum emprego

29,5% não encontraram um trabalho adequado à formação


Independentemente da área de formação ou dos três momentos analisados (1 mês, 18 meses e 36 meses) a taxa de desmprego feminina é sempre superior à masculina.

Taxa de desemprego por
área de estudo:
1 mês após Maio de 2001 Educação Formação de Professores/Formadores
e Ciências da Educação
53,1% 0,9% Artes e Humanidades

Artes
Humanidades

31,2%
47,4%
1,4%
5,0% C.Sociais, Comércio e Direito C. Sociais e do Comportamento
Informação e Jornalismo
Ciências Empresariais
Direito
48,2
50,0
36,3
40,7
2,6
5,0
1,5
1,8 Ciências C. da Vida
C. Físicas
Matemática e Estatística
Informática 44,4
39,5
44,1
28,1 3,5
3,1
0,5
0,5 Engenharia, Ind. Transformadoras e Construção Engenharia e Técnicas Afins
Ind.Transformadoras
Arquitectura e Construção 33,2
37,1
22,0

1,7
5,1
0,6

Agricultura Agricultura, Silvicultura e Pescas
Ciências Veterinárias
39,3
27,8
4,7
0,0 Saúde e Protecção Social Saúde
Serviços Sociais 19,6
46,5 0,4
3,4 Serviços Serviços Pessoais
Serviços de Transporte 35,7
58,5

1,6
5,9



Nas oito áreas estudadas, os resultados permitiram apurar que foram os diplomados de Saúde e Protecção Social que demoraram menos tempo a obter o 1º emprego (3 meses).


Os dados recolhidos, pela ODES, indicam que a maioria dos diplomados está satisfeita com o percurso profissional e que a função que desempenham corresponde àquela para que estudaram.

Distribuição com emprego segundo a
natureza jurídica da instituição onde
trabalha em Maio de 2001:

Total Empresa em nome individual Sociedade
por quotas

             Total
100,0 6,2 13,6 Educação Formação de professores/ formadores e Ciências da Educação 100,0 2,4 2,3 Artes e Humanidades Artes Humanidades 100,0

100,0


12,0

3,0


12,5

4,6

C. Sociais,
Comércio e
Direito

C. Sociais e do Comportamento
Informação e Jornalismo
Ciências Empresariais
Direito 100,0

100,0

100,0

100,0 4,3

9,5

6,6

24,5 14,8

15,1

28,0

7,2

Ciências


C.da Vida
C. Físicas
Matemática e Estatística
Informática
100,0 100,0
100,0

100,0

1,5
4,7
0,8

2,3

3,3
5,7
3,4

12,6
Engenharia, IndustriaTransformadoras
e Construção
Engenharia e Técnicas Afins
Ind. Transformadoras
Arquitectura e Construção 100,0

100,0

100,0

3,3

7,1

11,7

21,4

25,7

20,9

Agricultura Agricultura, Silvicultura e Pescas
Ciências Veterinárias 100,0

100,0 7,1

16,7 19,7

26,3 Saúde e Protecção Social Saúde
Serviços Sociais 100,0

100,0 5,5

0,0 4,9

1,8 Serviços Serviços Pessoais
Serviços de Transporte 100,0

100,'0 9,9

1,9 12,7

25,2

Distribuição com emprego segundo a
natureza jurídica da instituição onde
trabalha em Maio de 2001:

Sociedade
Anónima
Administração
Pública

             Total
18,9 47,6 Educação Formação de professores/ formadores e Ciências da Educação 1,0 77,1 Artes e Humanidades Artes Humanidades
7,3

5,3


52,2

71,8

C. Sociais,
Comércio e
Direito

C. Sociais e do Comportamento
Informação e Jornalismo
Ciências Empresariais
Direito 31,3

34,9

36,2

13,5 35,4

14,3

17,6

29,6

Ciências


C.da Vida
C. Físicas
Matemática e Estatística
Informática
7,8
9,7
16,7

30,9

70,8
71,0
71,1

43,8
Engenharia, IndustriaTransformadoras
e Construção
Engenharia e Técnicas Afins
Ind. Transformadoras
Arquitectura e Construção 41,3

34,9

18,6

23,3

21,7

41,3

Agricultura Agricultura, Silvicultura e Pescas
Ciências Veterinárias 16,2

2,4 36,5

45,0 Saúde e Protecção Social Saúde
Serviços Sociais 2,2

3,7 80,1

52,3 Serviços Serviços Pessoais
Serviços de Transporte 17,1

27,9 50,9

32,8

Distribuição com emprego segundo a
natureza jurídica da instituição onde
trabalha em Maio de 2001:

IPSS Outro tipo Ns/Nr

             Total
2,7 9,4 1,5 Educação Formação de professores/ formadores e Ciências da Educação 9,1 7,3 0,8 Artes e Humanidades Artes Humanidades
1,0

1,5


10,9

11,9


4,3

1,9

C. Sociais,
Comércio e
Direito

C. Sociais e do Comportamento
Informação e Jornalismo
Ciências Empresariais
Direito 2,6

4,0

0,9

0,5 10,3

14,4

9,2

22,8 1,3

7,9

1,5

1,8

Ciências


C.da Vida
C. Físicas
Matemática e Estatística
Informática
0,7
0,0
0,5

0,4

12,8
7,2
7,3

8,8

3,0
1,7
1,2

1,2
Engenharia, IndustriaTransformadoras
e Construção
Engenharia e Técnicas Afins
Ind. Transformadoras
Arquitectura e Construção 0,8

1,5

0,1

7,1

8,6

6,9

2,7

0,5

0,4

Agricultura Agricultura, Silvicultura e Pescas
Ciências Veterinárias 2,7

0,0 16,0

9,5 1,8

0,0 Saúde e Protecção Social Saúde
Serviços Sociais 1,1

36,5 5,1

3,7 1,0

2,0 Serviços Serviços Pessoais
Serviços de Transporte 0,0

0,0 7,2

8,8 2,2

3,4

Analisando a situação laboral dos diplomados o inquérito do ODES verificou que a esmagadora maioria (90%) trabalhava por conta de outrem.
Após um mês apenas 8,5 diplomados trabalhavam por conta própria, mas em Maio de 2001 já eram 9,9% os trabalhadores nestas circunstâncias. "Agricultura" e "Ciências Sociais, Comércio e Direito", são as áreas onde existem maior número de trabalhadores por conta própria, 20% e 15%, respectivamente.

Distribuição dos Diplomados por vínculo Contratual

Um mês após a conclusão do curso:
quase metade dos trabalhadores (49%) por conta de outrem tinha um vínculo de tipo "contrato individual com termo " e 29% " contrato de trabalho sem termo"

em Maio de 2001:
75% têm um " contrato individual sem termo" e 22% " contrato individual com termo"
Em Maio de 2001, são os diplomados das " Ciências Empresariais" (85%) e os da Informática (82,4%) aqueles que registam os valores mais elevados em termos de "contrato de trabalho sem termo" e os diplomados de " Humanidades" e "Artes" registam os valores mais elevados de contratos com termo, 38,6% e 37,1% respectivamente.

Principais entidades empregadoras

A Administração Pública surge como o maior empregador (47,6), enquanto que o sector empresarial apenas abarcou 38,7% dos diplomados.
As áreas da " Educação ", das " Artes e Humanidades", das "Ciências" e da "Saúde e Protecção Social " são aquelas cujos diplomados estão, maioritariamente, empregados na Administração Pública.
Nos casos das "Ciências Empresariais, das "Engenharias e Técnicas Afins", da "Informação e Jornalismo" e da "Arquitectura e Construção " têm, maioritariamente, emprego no sector empresarial.

Remunerações auferidas pelos Diplomados

Um mês após a conclusão do curso:
57,2% auferia uma remuneração até 743,21 euros

em Maio de 2001:
56,5 auferia uma remuneração até 1242,01 euros

O inquérito revelou que há mais mulheres nos escalões inferiores , mas são os homens que dominam os escalões de remuneração mais elevados , principalmente no escalão dos 2 493,99 euros.

A análise do Percurso dos Diplomados do Ensino Superior em 2001 é um bom indicador para os jovens de hoje que procuram saber qual o curso com mais saídas profissionais e para que compreendam o mercado do trabalho sabendo quais são as principais entidades empregadoras, qual o nível médio de vencimento que podem esperar alcançar, que tipo de contratos os esperam.
Embora o mercado seja volátil e a legislação laboral esteja prestes a ser alterada, há dados que se mantêm nos dias de hoje e que merecem uma análise mais detalhada, principalmente se está prestes a iniciar um curso ou se acabou de obter o seu primeiro emprego.

CN






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