(Re)Introdução: 20 conselhos para o êxito internacional
      Um gestor ou quadro internacional 
        pode ter experiência internacional, o que não significa que tenha sucesso. 
        Um quadro ou gestor, pode ter sido muito bem sucedido e eficaz num país 
        e não se adaptar a outro. Daí que seja essencial programar o melhor possível 
        o processo de internacionalização para se preparar para os novos desafios 
        e exigências e não ser apanhado desprevenido. As outras culturas são, 
        para nós, estranhas, aberrantes ou mesmo anormais. É, por isso, inevitável 
        que se cometam erros quando se lida com elas. A grande questão é saber 
        qual a forma de nos prepararmos para aprender com os nossos próprios erros 
        e sabermos lidar com as diferenças.
        É neste sentido que se sistematizam alguns conselhos práticos que podem 
        ser úteis para quem tenha de se movimentar entre culturas.
       
        1. Não deixe 
          que o choque cultural o apanhe de surpresa. Considere sempre a hipótese 
          de ele ocorrer (quer seja no país vizinho, quer do outro lado do planeta), 
          aprenda a reconhecer os sintomas e o seu impacto potencial;
          
          2. Seja pró-activo quando tentar 
          desenvolver experiência internacional, independentemente de se tratar 
          de uma missão de curta, média ou longa duração;
          
          3. Escolha cuidadosamente os cargos 
          e defina os factores de risco, bem como as competências que terá de 
          adquirir ou melhorar e identifique a importância do cargo ou da missão 
          no âmbito da empresa ou da instituição;
          
          4. Ainda que não tenha um objecto 
          de carreira concreto, tente prever as implicações específicas do cargo 
          ou da missão em causa na sua carreira internacional;
          
          5. Defina o que pretende obter da 
          entidade empregadora e aquilo que pode dar;
          
          6. Aconselhe-se com outras pessoas 
          (mesmo que não pertençam à sua organização) sobre o cargo ou a missão 
          e as condições que lhe foram oferecidas;
          
          7. Analise a sua personalidade e 
          avalie se uma carreira internacional se adapta a si e à sua família, 
          não se esquecendo de apurar se tem, ou não, o apoio desta;
          
          8. Desenvolva as suas qualificações 
          na área da gestão internacional e intercultural, quer através de cursos 
          de formação, quer através de actividades de autodesenvolvimento, como, 
          por exemplo, a leitura de livros e jornais internacionais de gestão;
          
          9. Planeie cuidadosamente o regresso, 
          garantindo que terá emprego ou colocação quando regressar ou, em alternativa, 
          que a organização onde trabalha o ajudará a encontrar um cargo compatível 
          com a actividade que irá desempenhar quando estiver fora do país;
          
          10. Aprenda a lidar com o stress 
          que o trabalho internacional implica;
          
          11. Crie alianças assim que chegar 
          ao novo país hospedeiro, procurando relacionar-se com outros colegas 
          internacionais e com os habitantes locais;
          
          12. Não se renda nem se demita à 
          primeira contrariedade, nunca optando por estratégias "escapatórias", 
          como beber, comer ou trabalhar de mais (na Alemanha, por exemplo, trabalhar 
          muitas horas não é interpretado como dedicação ao trabalho, mas como 
          incapacidade para terminar as tarefas em horas normais ou dentro dos 
          prazos) e nunca esconda os seus sentimentos;
          
          13. Aconselhe-se com outros quadros 
          internacionais porque a melhor forma de saber como lidar com determinados 
          problemas é aprender com a experiência de quem já passou por eles;
          
          14. Dê tempo a si próprio para se 
          adaptar, ou seja, não se apresse a assumir demasiados projectos no início 
          do exercício da sua missão e assegure-se que a organização para a qual 
          trabalha também está disposta a conceder-lhe este tempo;
          
          15. Procure o apoio e a ajuda de 
          profissionais se os problemas subsistirem, apesar dos esforços. Recorra 
          a conselheiros internos ou externos;
          
          16. Lembre-se que os mesmos problemas 
          poderão ocorrer ao regressar ao seu país de origem (choque cultural 
          invertido). Depois de se ter afastado um tempo da sua cultura de origem, 
          o choque no regresso a casa é normal. Não foram tanto as coisas que 
          mudaram muito, foi você quem mudou principalmente;
          
          17. Não procure ser como os habitantes 
          locais. Não conseguirá nunca sentir o mesmo e pode cair no ridículo 
          da imitação;
          
          18. Mantenha o sentido de humor 
          como forma de defesa e também de encarar os erros, superar os fracassos, 
          as frustrações e de não se afundar numa depressão;
          
          19. Aprenda o mais rápido que possa 
          a língua local, ou pelo menos algumas palavras ou frases. São sinais 
          também universalmente apreciados;
          
          20. Pense nos aspectos positivos 
          do choque cultural. As pessoas que passam por ele adaptam-se melhor 
          a qualquer ambiente novo do que as outras.
      
      A experiência de internacionalização tanto pode ser 
        um factor crítico de sucesso como um grande problema, se tiver dificuldades 
        de adaptação a uma nova cultura. O desequilíbrio emocional pode destruir 
        irremediavelmente a carreira que ambicionou ou que tanto desejou. Encetar 
        um processo de expatriação implica ser capaz de se sentir "em casa" em 
        qualquer parte do mundo, o que significa ser capaz de actuar num mercado 
        cada vez mais global mas tendo em conta as diferenças (g)locais.
        Temos pois de estar sempre prontos a aprender.
      Fonte RHM (continua)