Exmos. Senhores:
Haverá estória mais interessante neste Portugal de pequeninos,
que a de um desempregado desde 1995 que até à data procura
desesperadamente emprego e não consegue porque nesta data tem 55
anos de idade e na altura do desemprego 49?
Nem os 35 anos de trabalho consecutivo, o know-how angariado ao longo
desses anos mercê de cursos técnicos de aperfeiçoamento
e actualização profissionais, aliados à intensa vontade
de estar sempre actualizado em regime de auto-didacta, nem o facto de
ter profundos conhecimentos em toda a área administrativa e financeira,
na área de informática - área técnica de hardware
e software, redes, componentes, comunicações, Internet,
Web e afins - conseguem fazer com que consiga emprego.
E porque ainda me faltam cerca de 10 anos para a reforma, como se pode
(sobre)viver entretanto? Esta é uma estória que não
deve ser única porque infelizmente vivemos num país pequenino
em tamanho geográfico, de ideias, de preconceitos, de vaidades,
de lirismo.
Se contribuí para o que pretendiam, fico satisfeito e embora a
estória seja pequenina mas verdadeira, servirá para ilustrar
o actual panorama de demagogia em que vivemos nestas eleições
legislativas 2002 onde ainda não ouvi falar ninguém - políticos,
entenda-se - da situação dos desempregados deste país:
os de curta e os de longa duração. Serão, por acaso,
seres marginais? Não merecerão a digna atenção
dos senhores políticos?
Com os melhores cumprimentos
S.G.