"Quem sai prejudicado são as pessoas
jovens"
Olá!
Resolvi escrever-vos, não por ter uma história particularmente
interessante ou original para vos contar, mas porque realmente sabe bem
por cá para fora aquilo que achamos que está mal, e que
devia mudar. Neste caso o assunto é um caso de péssima gestão
de Recursos Humanos, que me envolve a mim. Trabalho numa agência
de um Banco português, relativamente bem visto, a nível de
imagem exterior.
Após resposta a anúncio publicado, fui seleccionada, conjuntamente com
outras pessoas para trabalhar em agência, com um «programa», que àpartida
era o seguinte:
7 meses de estágio, e mais 6 meses de contrato a prazo. Ao fim
desses 6 meses, seríamos integrados, como efectivos. Actualmente,
já fiz o referido estágio, e já decorreram bem mais
do que os 6 meses de contrato a prazo, e nem eu, nem a maior parte dos
colegas que entraram comigo estamos efectivos, como nos tinham indicado.
Além disso o estágio não nos dá qualquer direito
a férias, nem conta como período de trabalho para fins de
apoios sociais, em casos de despedimento, reforma, etc.. No meu caso em
particular, acrescenta-se ainda a incrível falta de discernimento
na Gestão dos Recursos Humanos, que prejudica toda a equipa com
a qual trabalho: fui contratada para uma função para a qual
tinha pouca experiência, ocupando um lugar que após pouco
tempo de vivência na agência, percebi que deveria ter sido
atribuído a colegas, que apesar de jovens, pouco mais velhos do
que eu, e com óptimos conhecimentos na praça, foram quase
«despromovidos» com a minha entrada.
Actualmente debato-me com uma situação paradoxal: por ter
um «canudo», ocupo um lugar que nitidamente deveria ter sido
atribuído a outros colegas com mais experiência, e, como
estou nesse lugar, ninguém me dá os apoios necessários
a uma pessoa pouco experiente e exigem-me objectivos extremamente difíceis
de alcançar, com nenhum conhecimento que tenho na praça
dos clientes (algo que esses colegas têm). Para melhorar toda esta
situação tenho um gerente de agência, que estando
lá há pouco tempo, precisa de se impôr, e que me trata
literalmente «abaixo de cão», ao ponto de dizer, a
sério, que eu nem 1/4 de função que me foi atribuída
sou! Se isto é motivar alguém...
Concluíndo: se soubesse os graves problemas de gestão de
recursos humanos que se vivem onde estou a trabalhar, jamais teria saído
do meu anterior trabalho. Infelizmente casos como este, de não
se saber gerir recursos humanos e de dar uma ideia quase «dourada»
a um candidato, e de depois tudo se revelar o oposto, devem ser frequentes.
O pior de tudo, é que quem sai prejudicado são as pessoas
jovens, como eu, que estando a prazo facilmente acabam por ser o «bode
espiatório» daquilo que vai mal numa empresa ou local de
trabalho. Dado o ponto da situação, em que o meu desgaste
já é enorme, a minha luta agora é por encontrar outro
trabalho, e ter de começar tudo de novo. Deixo-vos este meu testemunho,
de o que não deve ser a gestão de recursos humanos, na minha
opinião, e mais uma prova de que realmente o mundo do trabalho
para os jovens não está nada fácil, e é preciso
muito pensamento positivo e não desistir nunca. Por isso é
que vejo o Expresso emprego todos os Sábados. Acredito que vou
conseguir.
Obrigada.