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Empreendedores à escala global

31.10.2003


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Cátia Mateus

Projecto Luso Partner apoia diáspora portuguesa


EM QUALQUER canto do mundo onde exista um português, há uma oportunidade de negócio. É assim que Armindo Monteiro, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), resume o mais recente projecto desenvolvido pela instituição que lidera, e que encontra no primeiro-ministro Durão Barroso um aliado de peso.

O projecto Luso Partner - a apresentar publicamente no próximo dia 17 de Novembro -, propõe-se aproveitar o potencial da diáspora portuguesa espalhada pelo planeta.

O objectivo é criar uma rede de parceiros em países onde a presença portuguesa seja uma realidade vincada, para apoiar os jovens empresários nacionais ou luso-descendentes nas suas iniciativas empresariais. A meta é unir vontades de negócio sem esquecer a visão internacional. A via é a da cooperação e da partilha de risco.

A prioridade é o aproveitamento do potencial dos portugueses fixados no estrangeiro e fomento do intercâmbio de negócios entre Portugal e as comunidades lusitanas.

Para Armindo Monteiro, o conceito é simples e lógico: "criar uma rede global que una empreendedores, potenciais empresários, autoridades locais, associações sectoriais e outros intervenientes no processo de criação, consolidação e expansão de negócios".

Rumo à internacionalização


A ANJE tem cerca de cinco mil empresas associadas para as quais a exportação é a solução para o escoamento dos seus produtos.

Os empresários lançaram à associação o desafio de estreitar as relações entre os mercados nacional e internacional, onde a presença portuguesa se faz sentir pela via das comunidades de luso-descendentes.

Estados Unidos da América, Canadá, Alemanha, Brasil, Moçambique e Angola são países na "mira" deste projecto global que pretende também contribuir para a melhoria da situação sócio-económica das comunidades portuguesas no mundo.

Com objectivos centrados no sucesso empresarial e na minimização dos riscos de quem ultrapassa a fronteira para fazer negócios, o programa obedece a uma linha de acção bastante ambiciosa.

De acordo com Armindo Monteiro, "tudo consiste em ter no estrangeiro parceiros que auxiliem as empresas portuguesas a entrar nesse mercado através de contactos e apoios nas formalidades legais".

Esses parceiros - que trabalharão em regime de voluntariado - serão acreditados anualmente pela associação e deverão fornecer-lhe informações regulares sobre as oportunidades de negócios nos países onde residem.

A organização dos vários elos da cadeia Luso Partner é materializada na criação de um interface Web - www.lusopartner.com (disponível a partir de 17 de Novembro) - e Armindo Monteiro garante que esta estrutura será a base para "identificar o país, a região onde investir, detectar as oportunidades de negócio e os organismos facilitadores fundamentais ao processo".

O responsável acredita que a partir daqui é possível entrar no mercado global minimizando os riscos inerentes ao processo de internacionalização. Mas, além do interface informativo na Web, o Luso Partner contempla ainda a organização de encontros anuais com vista a reunir os vários elos da cadeia, promovendo a criação de parcerias.

O primeiro destes encontros deverá ocorrer em 2005. Por sua vez, a ANJE assegurará a formação de todos os "partners" da cadeia. As acções formativas decorrem tanto em Portugal como no estrangeiro.

Na fase inicial, a rede deverá integrar 30 parceiros.
Para Paulo Caria, responsável pelo projecto, o mais importante é detectar ideias de negócio passíveis de serem concretizadas. "Não queremos ter um milhão de oportunidades possíveis, mas sim 100 oportunidades efectivas", refere.

Nesta linha de acção, Armindo Monteiro aproveitou a sua estada em Angola, onde integrou a comitiva de empresários que acompanharam o primeiro-ministro que esta semana visitou aquele país, para estreitar a relação empresarial e detectar potenciais parceiros angolanos.

Uma meta que diz ter alcançado: "Há um clima fortemente empreendedor neste território em reconstrução, com recursos internos escassos e que por isso têm na abertura ao exterior a sua potencialidade de expansão económica".

Ainda assim, o presidente da ANJE não nega que "a memória histórica é uma barreira a transpor". Para Armindo Monteiro, Angola vive entre duas gerações: "Os empresários com memória (pré-25 de Abril) e a nova geração de jovens empresários (pós-25 de Abril), 'sem memória', sem constrangimentos, sem barreiras, aberta à globalização".

Uma geração de futuro, com o desejo de levar a reconstrução a Angola. O presidente da ANJE conclui, referindo que "aquele país atravessa o seu melhor momento para captar o investimento de empresários portugueses".

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