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De trainee a Líder

De trainee a Líder

Entram na empresa em funções de base, próprias de quem se inicia no mundo do trabalho, e vão conhecendo as várias áreas do negócio. Sobre eles têm sempre o olhar observador de quem procura os futuros líderes da organização e está disposto a investir forte no seu desenvolvimento. Cumprem missões, ultrapassam barreiras, crescem profissionalmente e alguns chegam mesmo ao topo. 

17.07.2015 | Por Cátia Mateus


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O timing foi feliz. Nuno Moreira da Silva, entrou na Microsoft Portugal como estagiário ainda antes do programa de trainees da tecnológica estar formalmente constítuido e chegou ao topo na Microsoft Corporation, em Washington. O seu desempenho e contributo para o negócio foram reconhecidos em solo luso e internacional e hoje, o jovem de 36 anos é Consumer Apps Program Manager da tecnológica nos Estados Unidos. O mesmo será dizer que arracou todas as oportunidades de crescimento e formação que a empresa lhe deu e hoje faz o que gosta, descobrir o melhor da inovação mundial e identificar as melhores apps do mundo no mercado de consumo. João Diogo Silva trilhou um percurso idêntico na Galp Energia. Entrou como trainee e é hoje diretor de Finanças Corporativas e de M&A da empresa, depois de ter percorrido na empresa um relevante percurso de aprendizagem. Os dois personificam o exemplo de quem soube crescer dentro da mesma empresa e captalizar ao serviço de uma carreira de sucesso, o investimento feito pelas empresas nos programas de trainees. E nem todos o sabem fazer. ?

Os programas de trainees estão na moda e são uma das principais ferramentas de deteção de talento nas organizações, mas nem todos os jovens profissionais sabem tirar partido da oportunidade e fazer desta uma porta de entrada efetiva para uma carreira em ascensão. Ser um trainee é diferente de ser um estagiário? É. Em quê? Desde logo, na forma como a empresa encara o talento e no investimento que faz na sua capacitação e na sua evolução. Além da seleção de trainees cumprir um logo e rigoroso processo de seleção que contempla múltiplas fases de triagem e de competição entre talentos candidatos, a empresa investe dinheiro e tempo (maioritariamente o dos profissionais mais séniores da organização a quem é incumbida a tarefa de acompanhar os recém-chegados) na sua formação. Na essência, estes programas levam os candidatos a conhecer todas as áreas de negócio da organização e a assumir responsabilidades estratégicas em cada uma delas.?

Começar por baixo e progredir na empresa é jé uma prática comum nas grandes organizações. Microsoft, Galp Energia, Sonae, REN, Novartis, Central de Cervejas, EDP, Grupo Andrade Gutierrez, Novabase, Vodafone, PT, Jerónimo Martins´. PwC, Deloitte, Accenture e muitas outras têm construído os seus líderes a partir da base e recebem anualmente centenas de jovens com aspirações de uma carreira global nas mais diversas áreas de formação. Na Microsoft é o programa MACH (Microsoft Academy for College Hires) que abre as portas da tecnológica aos melhores recém-licenciados do mercado. O programa foi criado há cinco anos e Dalia Turner, diretora de recursos humanos da Microsoft Portugal, descreve-o como “um programa de fast-tracking dentro da organização em que os jovens talentos (que são integrados na estrutura como quadros da empresa) têm, para além das suas funções diárias, um conjunto de iniciativas como formação, mentoring, integração em comunidades internacionais, networking com leadership teams nacionais e internacionais e várias missões especiais”. O MACH tem duração de dois anos. O primeiro, explica Dalia Turner, “está mais focado na aceleração da integração e desenvolvimento de competências e o segundo mais focado no networking”. O objetivo é que findo o programa, “o colaborador Microsoft inicie o seu terceiro ano de trabalho completamente autónomo e com a possibilidade de assumir novas funções na organização”, explica.?

Este programa já integou na empresa mais de 40 MACH's e, reforça Turner, “não se trata de um programa de experiência, mas sim de integração na empresa”. A chegada de Nuno Moreira da Silva à Microsoft foi anterior à criação formal do MACH, mas a tecnológica sempre seguiu um modelo de proximidade, capacitação e integração dos recém-licenciados que acolhia. “Integrei a equipa de evangelismo tecnológico que, entre outras responsabilidades, fazia a ponte entre a Microsoft e as restantes audiências académicas em Portugal. Tive a oportunidade de aprender a fundo tecnologias que, estando ainda numa fase embrionária, viriam a ser centrais para a estratégia da Microsoft mas também para toda a indústria durante a década seguinte”, explica. Tirou partido disso para crescer profissionalmente. Chamou a atenção das chefias nacionais que o recompensaram com novas metas e desafios e das internacionais que o desviaram de Portugal, chamando-o para Washington. Para este percurso terá sempre contribuido o incentivo da empresa para “colaborar onde considerasse que podia ser útil”.?

Na Galp Energia o processo é idêntico. Nas suas 12 edições, o Generation Galp, o programa de trainees da empresa, já acolheu 463 participantes e integrou mais de 370 na empresa, atingindo uma taxa de retenção na ordem dos 90%. É sem hesitação que João Diogo Silva, ex-trainee e atual diretor de Finanças Corportaivas da empresa, reconhece que “se forem perseverantes, e se a empresa os conseguir reter, certamente alguns dos trainees serão futuros líderes da Galp Energia”. Aconteceu no seu caso. Passou por várias missões e departamentos, cada uma com nível de exigência crescente (ver caixa). A renovação constante de desafios, estimulada pela empresa, obrigou-o a sair da sua zona de conforto e crescer profissionalmente. Um processo que, acredita, não está concluído. “As oportunidades e os desafios que o grupo tem por diante dependem da capacidade de concretização das pessoas e das equipas, em todos os níveis da organização. Aqueles que forem capazes de colocar, de forma competente, consistente e colaborativa, o seu talento ao serviço da empresa, entregando resultadoos, vão certamente triunfar como parte integrante do sucesso da empresa”, explica o diretor. 

 “A primeira grande conferência em que participei, durante?o estágio, foi marcante e determinante para a minha carreira”
No último ano da licenciatura em Engenharia Informática e de Computadores conseguiu que o seu trabalho de final de curso fosse englobado num estágio de um ano na Microsoft Portugal. Entrou na equipa de evangelismo tecnológico da empresa muito antes de estar pensado o atual programa de trainees e é hoje um dos exemplos de maior sucesso de quem entra como estagiário, conhece o negócio e chega ao topo na Microsoft.

Aos 36 anos, Nuno Moreira da Silva, é Consumer Apps Program Manager da Microsoft Corporation e trabalha a partir de Redmond (Washington, EUA). A sua principal missão é descobrir as melhores apps que vão sendo criadas a nível mundial no mercado de consumo (streaming de música e vídeo, redes sociais, serviços de mensagens e conversação online e alguma das maiores operadoras móveis do mundo), liderando um equipa internacional. O novo cargo, reconhece, “é uma evolução natural do trabalho que desempenhei em Portugal mas também é uma aposta de risco pelo nível de performance exigido e pelo impacto dos resultados na estratégia global da empresa”. Prós e contras à parte, a missão que agora abraça é fruto do talento que a empresa lhe reconheceu e do investimento que fez na sua formação “desde os tempos de trainee”. Um percurso que não está para Nuno Moreira da Silva concluído. Após 14 anos na empresa, o líder continua a ver “margem de progressão, equipas interessantes e áreas que gostaria de explorar dentro da Microsoft” e isso, garante, “é o mais importante na carreira”.

“Os trainees transportam uma identidade própria?pela irreverência, dinamismo e talento que trazem ao grupo”
João Diogo Silva chegou à Galp Energia em 1998, ainda a empresa tinha a designação de Petrogal, como trainee. Hoje é diretor de Finanças Corporativas e de M&A da empresa. Pelo caminho, trilhou um percurso marcado pela “aprendizagem e adaptação ao mercado de trabalho” dentro da organização e muito impulsionado pela pertença à “tribo dos trainees” que, garante, “transporta uma identidade própria pela irreverância, dinamismo e talento que trazem ao grupo”. Na Galp Energia o gestor, formado em Organização e Gestão de Empresas pelo ISCTE, subiu vários degraus desde a sua admissão como trainee.

Desempenhou cargos de coordenação nas áreas de Planeamento e Controlo, Desenvolvimento de Negócio, Distribuição e Comercialização de Combustíveis, em Portugal e Espanha, liderou o processo de desenvolvimento de uma nova garrafa de gás que culminou no lançamento da Pluma, coordenou as áreas de Direção de Planeamento e Controlo Corporativo, dirigiu a área de Planeamento e Controlo da Unidade de Negócio e Gás Natural, foi chief financial officer da Unidade de Gas & Power e da Unidade de Aprovionamento e Trading de Oil and Gas até chegar, em maio de 2014, a diretor de Finanças Corporativas e de M&A da Galp Energia. Do percurso destaca “a renovação de desafios que a empresa proporcionou ao longo dos anos” que o obrigou a “sair da zona de conforto a cada três ou quatro anos” e crescer profissionalmente.



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