É engenheiro eletrotécnico de formação, fez carreira no sector da consultoria, em empresas como a Capgemini, Accenture ou CGI, fundou uma empresa de capital de risco e estreia-se agora a liderar no sector do recrutamento. Paulo Magro da Luz é o sucessor de Afonso Carvalho no cargo de administrador do Grupo EGOR. Assume funções com o desafio de alargar o posicionamento do grupo no mercado. Sobre as as alterações à regulamentação do trabalho atualmente em debate e que, naturalmente, poderão impactar o modelo de negócio das empresas de recrutamento, diz-se um defensor “de todas as medidas legislativas que promovam a empregabilidade e o trabalho digno”. “Defendo todas as medidas que promovam o trabalho digno” Paulo Magro da Luz 57 anos, é o novo administrador do Grupo EGOR
Os últimos cinco anos da carreira de Paulo Magro da Luz foram passados a identificar projetos com potencial na Quadrantis Capital, a sociedade de capital de risco que fundou em 2017, em conjunto com dois sócios, e que deixou agora para assumir a administração do Grupo EGOR. Motivaram-no “os desafios da EGOR nesta fase, a força da sua marca e equipa e o potencial dai resultante”, diz.
E entre esses desafios estará, não só, o crescimento do negócio — “que teve um percurso muito positivo nos últimos anos, crescendo de forma relevante em faturação e resultados, algo que irá acontecer novamente este ano” —, mas também a adaptação às alterações legislativas que o Governo se prepara para implementar, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, e que são mais restritivas para o sector do trabalho temporário, onde a EGOR também atua.
“Uma lei eventualmente desajustada da realidade empresarial poderá, naturalmente, ter algum impacto nas atividades económicas do Grupo EGOR”, reconhece o novo administrador do grupo. Mas acrescenta: “A esmagadora maioria das empresas de trabalho temporário adaptar-se-ão facilmente a leis que reconheçam a importância de uma atividade que desempenha um indiscutível papel regulador no equilíbrio do mercado de trabalho.”
Paulo Magro Luz recorda que o trabalho temporário “dá resposta pronta a centenas de milhões de empresas que, em todo o mundo, necessitam de trabalhadores ocasionais para responder a situações de volatilidade e sazonalidade dos ciclos económicos”. Um papel que, reforça, “os legisladores não devem esquecer”. Até porque, “a adaptabilidade do mercado de trabalho proporciona emprego a trabalhadores de todas as idades e género que, de outra forma, engrossariam a taxa de desemprego” e o trabalho temporário legalizado, vinca, “não pode ser confundido com trabalho precário, que deve ser combatido por todas as formas”.
FORMAÇÃO
É licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e possui um MBA em Finanças
MISSÃO
“Liderar a EGOR nesta nova fase, consolidar a sua crescente posição no mercado, alargar a sua oferta e aumentar os resultados em linha com o plano estratégico acordado com os seus acionistas”
AMBIÇÃO DE CARREIRA
“Construir valor nas organizações ou equipas que lidero”
PERCURSO
Iniciou a carreira na Andersen Consulting (atual Accenture), onde permaneceu durante 11 anos a gerir projetos e equipas de negócio de complexidade e dimensão crescente em Portugal e com participações
internacionais. Passou ainda pela Capgemini e pela Novabase, onde liderou a unidade de negócio do Sector Público. Em 2009 juntou-se à CGI (Logica), onde liderou várias unidades de negócio em Portugal e Espanha. Em 2017 fundou, com dois sócios, a Quadrantis Capital de Risco
HOBBIES
Leitura, viagens, gastronomia
LEITURA
“How To Fix the Future”, de Andrew Keen
Texto Cátia Mateus
Foto José Fernandes