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Uma estratégia para vencer

01.03.2003


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Cátia Mateus e Maribela Freitas

A FORMAÇÃO profissional é, nos dias que correm, uma "ferramenta" indispensável para quem quer vencer no mundo do trabalho. Uma licenciatura, por si só, já não é garantia de emprego. As empresas procuram trabalhadores na vanguarda do conhecimento e para vencer é necessário estar sempre actualizado.






Escolha a formação mais adequada ao seu perfil


Todavia, para os especialistas, a formação disponível no mercado está desajustada face às reais necessidades do país. Em Portugal falta uma estratégia de formação concertada e com visão de futuro. Aqui reside parte da resolução do problema do desemprego qualificado.

Mas, além desta aposta, o país deve ainda caminhar rumo à dinamização do empreendedorismo. Em tempos de crise, a criação do auto-emprego é uma saída viável para combater o desemprego.

CRUZAR os braços e esperar que um trabalho lhe caia do céu não será a melhor forma de encarar uma situação de desemprego. Numa altura em que para vencer no mercado laboral o trabalhador tem de se constituir como um "produto aliciante" para as empresas, é indispensável uma aposta na formação.

A oferta disponível é vasta e a dificuldade é escolher o curso mais adequado ao seu perfil. E se ainda é dos que pensam que um curso superior é garantia de emprego, desengane-se. Hoje é fundamental para as empresas ser-se um bom profissional, sempre na "linha da frente" do que dita o conhecimento.

Mas para alguns profissionais ligados ao sector da formação, Portugal não tem uma política estruturada e eficiente neste domínio. As empresas e as entidades formadoras permanecem de costas voltadas e o país continua a investir em áreas que o mercado não tem capacidade para absorver.
"Os últimos dados do desemprego são alarmantes. Não tanto em termos numéricos, que já eram de prever, mas pela percentagem de desemprego qualificado que abrangem". A afirmação é de Carlos Freitas, docente universitário e director de Formação da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

Um panorama que leva este responsável a apontar como prioridade a "canalização da formação para a requalificação profissional dos desempregados qualificados, em áreas que o mercado não consegue absorver. A resolução de parte do desemprego qualificado existente no país passa por aqui".

A solução do auto-emprego

De acordo com o docente, o país não se pode dar ao luxo de ter licenciados "no desemprego". Carlos Freitas não tem dúvidas de que "este é um problema que tem de ser resolvido em parceria estreita entre as escolas e as empresas".

Ao departamento de formação da ANJE acorrem essencialmente jovens com formação média ou superior, em busca do primeiro emprego. Um perfil que leva a associação a canalizar a sua formação para as áreas comportamentais, "marketing", empresarial e empreendedorismo.

Uma opção que Carlos Freitas considera de extrema importância em momentos de crise já que "há muita gente a procurar o auto-emprego como 'arma de combate' ao desemprego". Para o docente, "há que pensar que o mercado actual se orienta por elevados padrões de mobilidade que exigem uma constante actualização de conhecimentos".

Por isso, apela a uma escolha consciente e adequada às reais necessidades do país. É que na sua opinião "é flagrante a falta de uma estratégia concertada entre a formação que as instituições oferecem e o que as empresas necessitam".

A desadequação de conteúdos, segundo Carlos Freitas, seria resolvida com um diagnóstico eficaz das carências de competências do tecido empresarial nacional. "As empresas têm de comunicar às instituições de ensino as suas necessidades" defende.

Uma opinião também corroborada por Manuel Forjaz, formador na área do empreendedorismo. O profissional vai mais longe e garante que "há muito dinheiro a ser investido neste campo sem que exista um planeamento a longo prazo". A falta de estratégia com que Portugal aposta na formação "não é viável para o combate ao desemprego", critica.

E mesmo em matéria de formação para criação de auto-emprego, há lacunas a colmatar. "A formação na área do empreendedorismo continua a ser negligenciada", afirma.
Esta seria, segundo o responsável, uma área que deveria merecer a atenção do Estado já que em tempo de desemprego é uma alternativa a considerar.
Manuel Forjaz advoga que a formação predominante em Portugal "é pouco especializada e com escassa ligação ao mundo empresarial". Ao país também falta uma aposta forte na "credibilização da actividade formativa", sublinha.

Com base na sua experiência enquanto formador, aquele especialista divide o perfil-tipo do formando em dois grupos: "Os desempregados que procuram cursos subsidiados (80%) e uma percentagem ainda residual, composta pelos profissionais que têm de facto uma preocupação com a formação pessoal". No último grupo, destaca ainda "uma pequena parcela de profissionais altamente qualificados que escolhem cursos bastante caros e de grande valor curricular".

Quando se fala de formação em Portugal há que referir a acção do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o organismo público que tutela a área. Só este ano, o instituto prevê abranger mais de 130 mil indivíduos nas suas actividades formativas. Uma intervenção de combate ao desemprego centrada em três vertentes: a prevenção, intervenção precoce e reparação de situações de desemprego.






Soluções à medida do seu perfil profissional

EM PORTUGAL o número de instituições de formação a oferecer cursos de valorização nas mais variadas áreas não pára de crescer. O EXPRESSO mostra-lhe algumas:

www.iefp.pt - No Instituto do Emprego e Formação Profissional encontra vários programas de formação, direccionados para vários perfis profissionais e áreas de formação

www.sej.pt - O Centro Nacional de Informação Juvenil encontra 'dicas' de formação em Portugal e no estrangeiro

www.ifea.pt - O Instituto de Formação Empresarial Avançada promove o programa empreender em que entre outras funções, disponibiliza formação para empreendedores.

www.anje.pt - A Associação Nacional de Jovens Empresários oferece uma formação essencialmente centrada nos domínios do Empreendedorismo, Desenvolvimento de RH/ Comportamental, Comercial/ Marketing, Jurídica, Gestão/ Finanças e Tecnologias de Comunicação e Informação

www.inftur.pt - O Instituto de Formação Turística é o responsável por áreas como a hotelaria e a restauração que ministra através das escolas de formação profissional que tutela.

www.anefa.pt - Na Direcção-Geral de Formação Vocacional encontra 'produtos formativos' em várias áreas

www.ifb.pt - O Instituto de Formação Bancária disponibiliza apenas formação para o sector da banca.

www.rumos.pt - A Rumos disponibiliza uma acção de formação em parceria com a Microsoft, exclusivamente para desempregados.

Esta é apenas uma amostra de muitos sítios na Internet onde pode recolher informação sobre a formação que mais lhe interessa para conseguir alcançar os seus objectivos de carreira.







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