Com a taxa de desemprego a superar a fasquia dos 10%, a ‘vida' dos centros de emprego não está facilitada e para as empresas privadas do sector do emprego os tempos adversos também obrigam a uma redefinição de estratégias. Em Portugal, há muito que a actividade privada de emprego já mostrou ser um sector lucrativo e cada vez mais especializado, ainda que a Lei permaneça, segundo os intervenientes no mercado, restritiva neste domínio.
Tal como a Lei a define, existe apenas uma agência privada de emprego, mas para ninguém deixa de reconhecer as empresas de trabalho temporário como uma importante e, cada vez mais, expressiva porta de entrada para o mundo laboral. Em 2008, a actividade privada de emprego já tinha superado a fasquia de um milhão de euros de facturação, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, e tinha assegurado colocação a milhares de desempregados a nível nacional. Cada vez mais qualificados, e especializados e com mercados de actuação menos restritivos, os trabalhadores temporários estão hoje em quase todos os sectores de actividade. Administrativos, comerciais, mas também enfermeiros e engenheiros, entre inúmeras outras profissões. O mundo dos temporários cresceu e qualificou-se.
A expansão deste sector privado de emprego é, em larga medida, decorrente de uma necessidade de correcta flexibilização do mercado de trabalho. Ainda que não existam números oficiais e precisos sobre os níveis de colocação destas empresas, sabe-se que elas constituem hoje uma alternativa viável para muitos profissionais a quem a crise empurrou para o desemprego.
Os responsáveis pelas principais empresas de trabalho temporário (ETTs) enaltecem o seu contributo social enquanto catalizador de experiência profissional e enriquecimento curricular, sobretudo entre os recém-licenciados e camadas mais jovens da população. Mas as vantagens desta forma de emprego vão mais além. Facilidade no acesso ao emprego, aquisição de experiência em diferentes ambientes de trabalho, incremento da qualificação e da formação são alguns dos pontos fortes do trabalho temporário. Ainda que, numa altura em que o desemprego não para de fazer vítimas, esta seja mais uma importante porta aberta para se manter activo e apetecível no mercado.