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Trabalho mais global

16.01.2004


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Ruben Eiras

A AMÉRICA Latina é o principal destino dos expatriados portugueses - cerca de 36% das missões de trabalho internacionais atribuídas em 2003 situaram-se naquela zona do globo. Este é um dos resultados em destaque de um recente estudo da Mercer HR Consulting sobre a gestão da força de trabalho expatriada.


A pesquisa abrangeu mais de 35 mil empregados distribuídos por 220 empresas internacionais ao redor do globo.

De acordo com aquela pesquisa, as outras duas regiões geográficas que recebem mais expatriados portugueses são África (30%) e o continente asiático (27%). A Europa conta só com 7% das missões internacionais de trabalho. As razões que levaram à expatriação são o desenvolvimento do negócio (100%) e a globalização das empresas e intercâmbio de profissionais (77%).

No limite, estes são alguns sinais de globalização do mercado de trabalho nacional provocados pelo movimento de internacionalização da economia portuguesa.

Outra tendência detectada pelo estudo da Mercer é a aposta das multinacionais em missões de trabalho internacionais de curta duração. Um recente estudo constatou que perto de quatro em cada 10 multinacionais aumentaram a utilização desta forma de trabalho no ano de 2003.

Os principais factores de crescimento das missões internacionais de curto prazo são o menor custo e a maior flexibilidade de gestão face às de longa duração.

Este novo tipo de trabalho internacional não dura mais do que um ano, o que segundo a Mercer "facilita a conciliação entre a vida profissional e a familiar dos trabalhadores expatriados, já que não é necessário que a família tenha de se ajustar a um novo local e cultura". As missões de longa duração geralmente prolongam-se até cinco anos.

Outra nova tendência são as transferências regionais, isto é, missões de trabalho realizadas dentro da mesma região geográfica. O estudo descobriu que 43% das empresas relatam a introdução de alguma flexibilidade nas suas políticas de transferências regionais e 39% criaram políticas específicas de transferências regionais.

A pesquisa também constatou que quase metade das empresas providencia aos expatriados apoio total no suporte dos custos de habitação. E a vasta maioria das entidades (91%) compensa os expatriados pelas diferenças no custo de vida entre o país natal e os locais das missões. Para os empregados em missões de curto prazo, mais de seis em cada 10 empresas disponibiliza um a quantia para cobrir as despesas diárias.

Os prémios de mobilidade e de "dificuldade" - os quais ajudam a compensar os colaboradores que são destacados para locais de risco - continuam a desempenhar um papel importante no encorajamento dos empregados a deslocarem-se em missão. A maioria das empresas inquiridas, cerca de 78%, referem que no presente momento não tencionam mudar os níveis dos prémios de mobilidade.

Todavia, cerca de 11% dos inquiridos esperam que o valor dos prémios de "dificuldade" para as missões do Médio-Oriente aumente, reflectindo assim o grau de insegurança na área. Por outro lado, existem expectativas de uma diminuição do número de missões na China e na Europa de Leste.

Quanto ao apoio familiar, menos de metade das empresas inclui o apoio às esposas nas suas políticas de missões internacionais.

Cerca de quatro em cada 10 empresas consideram o aconselhamento de carreira como uma parte importante do apoio à esposa e 72% classificam a formação em idiomas estrangeiros como sendo essencial.





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