Cátia Mateus
OS JOVENS licenciados em turismo prevêem que a empregabilidade
no sector será difícil. A conclusão é avançada
pela Associação de Técnicos de Turismo (ATT) num
relatório recentemente divulgado sobre a inserção
na vida activa dos licenciados e bacharéis em turismo.
O documento - inserido num trabalho mais vasto sobre a empregabilidade
do turismo na região norte do país - revela que 40% dos
inquiridos consideram "pouco atraente" o acesso ao emprego
no sector em Portugal, enquanto 30% o classificam de "razoável".
Mas nem tudo é negativo no turismo.
Uma opinião que contrasta com o facto de 74,1% dos inquiridos pelo
estudo terem emprego assegurado num regime de contrato sem termo.De acordo
com o relatório da ATT, as mulheres dominam nesta área de
actividade totalizando 81,5% dos inquiridos. Uma percentagem que para
a associação evidencia que "os cursos de turismo
são mais atractivos para as mulheres do que para os homens".
Em matéria de formação, o estudo dá também
algumas pistas. A maioria dos ex-alunos inquiridos detém licenciatura
nesta área, mas concluiu-a com uma média inferior a 14 valores,
dificultando assim a obtenção de graus de mestrado ou doutoramento.
Em termos gerais, os dados do estudo revelam que os inquiridos avaliam
de forma positiva a formação adquirida nos vários
estabelecimentos de ensino superior.
Ainda assim, não deixam de apontar algumas carências ao nível
da formação, nomeadamente nas áreas das Novas Tecnologias,
Transportes (Aviação e Cruzeiros), Animação,
Planeamento e Hotelaria.Por outro lado, "o início da carreira
neste sector não é fácil para a generalidade dos
inquiridos". O facto de apenas 10,2% dos profissionais só
terem conhecido um emprego, revela a forte mobilidade que caracteriza
o sector.
A grande maioria dos inquiridos mudou de emprego uma ou duas vezes, existindo
casos de profissionais que já conheceram quatro ou cinco empregos.Todavia,
74,1% dos inquiridos encontram-se a a trabalhar e apenas 11,1% exercem
funções por conta própria. Agências de viagens,
hotéis, escolas profissionais e empresas de comércio são
os principais empregadores dos jovens estudantes que se mostram maioritariamente
(52,4%) insatisfeitos com o salário que auferem.