Em que difere uma ‘marca de afecto’ (love brand) de uma marca comum? Os grandes líderes empresariais acreditam que é a felicidade dos seus profissionais - e o envolvimento, motivação e proatividade que dai resultam - que geram a criatividade, inovação e qualidade de produtos e serviços que são a base do sucesso de qualquer negócio. A ideia consolidou-se no ‘berço’ de inúmeras tecnológicas de renome - Silicon Valley - onde multinacionais como a Apple, Google ou Yahoo, foram sucessivamente dando forma a uma conceção empresarial sustentada na ideia de que o trabalhador feliz rende mais. Estará o conceito a ganhar escala na Europa? Filomena Chainho, diretora de Operações da Albenture, uma empresa especializada em serviços de conciliação trabalho-família, acredita que sim.
O processo tem sido lento, mas “são cada vez mais as empresas que consideram que criar um ambiente laboral agradável melhora a produtividade dos seus trabalhadores, aproximando-se cada vez mais do conceito de salário emocional”, explica. Na essência, trata-se de aplicar uma retribuição que vai além da remuneração salarial e que pode significar, por exemplo, que a empresa coloque ao dispor dos seus profissionais serviços que resolvam questões burocráticas da sua vida pessoal, libertando-os para que estejam focados no trabalho.
A equação da felicidade
Para Filomena Chainho, esta equação de sucesso está sustentada na constatação de que “o êxito de uma empresa é diretamente proporcional à felicidade dos seus colaboradores”. Como operacionalizam as empresas isto no terreno? Com um ambiente empresarial friendly que, garante, tem vindo a ser cada vez mais estimulado.
Nos últimos anos, um número crescente de empresas despertou para o potencial dos “funcionários felizes” e surgiram ao nível das direções de recursos humanos, diversos programas - quase sempre articulados com empresas externas - pensados para facilitar o quotidiano dos profissionais através da prestação de um vasto leque de serviços. Há os pedidos mais comuns, mas que fazem toda a diferença, com a baby sitter para os filhos, uma funcionária de limpeza, serviços de engomadoria, o transporte das crianças para o colégio, um canalizador ou outro qualquer especialista em reparações, para resolver uma emergência doméstica, assessoria jurídica ou a preparação de surpresas para o cônjuge, mas também há os mais bizarros.
A diretora de Operações da Albenture elenca, por exemplo, pedidos como “a procura depenadores de aves para amantes da caça, um iate para percorrer os mares da Europa, adereços para montar uma peça de teatro amador ou até pedidos de orçamentos para aluguer de helicópteros”. Se serão extravagâncias a mais? Não, garante a especialista. São parte de uma equação de sucesso.