Fernanda Pedro
A FORMAÇÃO
é indispensável para qualquer profissional
que trabalhe na área das novas tecnologias e não
é por acaso que no Programa Operacional de Sistemas
de Informação (POSI), do III Quadro Comunitário
de Apoio, um dos objectivos prioritários se centralize
na concessão de bolsas de formação
avançada.
No eixo prioritário 1 deste programa dedicado
ao desenvolvimento de competências, a medida 1.2 refere-se
exclusivamente a esta área formativa. Esta medida determina
a criação de programas de apoio à formação
avançada, designadamente de bolsas de estudo para obtenção
de especializações, assim como de mestrados ou doutoramentos,
ou para a realização de trabalhos de especialização
ou pós-doutoramento em universidades, instituições
científicas, empresas e outras instituições
nacionais ou estrangeiras.
Apesar da formação avançada ser um objectivo
claro do POSI, Bruno Santos Palma, que trabalha na área
da web Internet/Intranet como gestor de conteúdos e de
projectos, tem ainda algumas dúvidas quanto à concessão
de bolsas para os profissionais desta área que não
queiram seguir a carreira académica ou científica.
Isto porque, ao pretender tirar uma pós-graduação
em Sistemas de Informação no Instituto Superior
Técnico, teve de se despedir da empresa onde trabalhava
e não sabe se irá conseguir obter uma bolsa de estudo.
"Já apresentei a proposta na Fundação
para a Ciência e Tecnologia, mas logo no início foi
um pouco difícil aceitarem a minha candidatura. Isto porque
o meu percurso não seguia os parâmetros habituais
de uma carreira científica. A concessão destas bolsas
é restrita para as pessoas que vêm das empresas e
querem apostar na carreira", revela Bruno Palma. Na verdade,
este profissional está disposto a evoluir na carreira e
numa área onde há poucos técnicos especializados,
"nem que para isso pague os 10 mil euros da pós-graduação
e não tenha qualquer apoio".
Valor académico determina apoios
Jaime Quesado, gestor do POSI, também confirmou que as
concessões das bolsas são em grande número
direccionadas para os académicos, nomeadamente para Mestrados
e Doutoramentos. "Mas mesmo assim, os apoios estendem-se
a todos os técnicos destas áreas, desde que as propostas
tenham valor académico", revela.
Este responsável garantiu ainda que a Fundação
para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a principal instituição
financiadora do sistema científico nacional, irá
alargar o seu campo de acção a outras instituições
além daquelas a que habitualmente concede as bolsas.