A TAXA de sindicalização aumentou em Portugal
para 40% no ano 2000, o que representa um aumento de 10% face às
últimas estatísticas disponíveis sobre a densidade
sindical no país.
O número vem divulgado no último Relatório do Emprego
elaborado pela Comissão Europeia.
João Proença, secretário-geral da UGT, avança
que este aumento de trabalhadores sindicalizados reside em muito no
crescimento do sector público na década de 90.
"Com a maior criação de postos de trabalho no
sector estatal, uma grande parte dos jovens foi sindicalizada, factor
que contribuiu para o elevar da densidade sindical", explica.
Todavia, aquele dirigente ressalva que as estatísticas sobre
o sindicalismo em Portugal são parcas, dado que não existe
nenhum inquérito periódico para monitorizar a evolução
nesta área.
Graciete Cruz, membro da Comissão Executiva da CGTP-IN, advoga
que esta tendência laboral tem raiz na "ofensiva contra
os direitos fundamentais dos trabalhadores e ao aumento do desemprego",
sublinha.
E acrescenta que o aumento de sindicalizados também advém
da "persistência e aprofundamento de um modelo de desenvolvimento
assente em mão-de-obra barata, precária e pouco qualificada",
gerador de "desigualdades e injustiças sociais".
Por sua vez, João Proença salienta que no sector privado
o comportamento da taxa de sindicalização varia de acordo
com o sector de actividade.
Para este sindicalista, os da banca, da electricidade e telecomunicações
são os que apresentam uma maior densidade sindical, apesar da
diminuição de empregos na década de 90.
"A degradação económico e o desemprego
juvenil também têm elevado o número de sindicalizados",
observa aquele dirigente.
Por exemplo, Graciete Cruz refere que na CGTP-IN, no ano de 2002, mais
59.000 trabalhadores se sindicalizaram, em que 57,4% foram mulheres
e 41,6% jovens.