João Barreiros
AO CONTRÁRIO
do que acontece na Função Pública, os
trabalhadores do sector privado poderão alcançar
este ano um aumento salarial aproximado à inflação,
beneficiando ainda do comportamento das empresas em que se
encontrem.
Para saber consulte o sítio do Hay
Group
De acordo com um estudo realizado pelo Hay Group com base nas expectativas
de cinquenta das maiores empresas instaladas em Portugal, o aumento automático
parece ter os dias contados, estando a ser substituído por retribuições
variáveis relacionadas com a "performance" alcançada.
Segundo Luís Reis, "managing partner" do Hay Group, as
empresas estão cada vez menos interessadas em compromissos financeiros
de longo prazo, e por isso "preferem fazer depender as remunerações
dos resultados, e evitar as que ficam para toda a vida".
No caso português, trata-se de uma mudança substancial em
termos de política remunerativa, que deriva da própria alteração
da forma de pensar dos gestores: "Hoje o enfoque é no sentido
de tentar atingir determinados objectivos. E definem-se cada vez mais
indicadores de 'performance' que as empresas tentam alcançar",
acrescenta aquele responsável.
Para este ano, a consultora prevê que a maior parte das empresas
limite os aumentos no salário-base, preferindo melhorar a componente
variável. Desta forma os executivos poderão conseguir ganhos
de cerca de 4,5%, o mercado geral 3,3% a 4,1%, enquanto que na contratação
colectiva os aumentos poderão ser entre os 2% e os 3,3%.
Estudos internacionais elaborados pelo Hay Group mostram que cerca de
90% das empresas mais admiradas (no "ranking" da "Fortune")
desenvolveram ou utilizam sistemas de gestão de desempenho. A tendência
é cada vez mais para pedir aos colaboradores um envolvimento maior,
o que facilitará a concretização prática da
estratégia da empresa.