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República Checa forma médicos lusos

A Clínica São Vicente de Paulo assinou um protocolo que permite a candidatura de 100 alunos portugueses ao curso de Medicina numa universidade da República Checa
10.11.2006


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Marisa Antunes
Quem perdeu o passaporte para o curso de Medicina em Portugal e não desiste do seu sonho profissional pode agora tentar a sua sorte na República Checa. A Clínica de São Vicente de Paulo (CSVP), com sede em Miraflores facilita o processo de admissão graças a um protocolo estabelecido com a Faculdade de Medicina da Universidade de Masaryk, em Brno, que prevê a entrada de 100 alunos portugueses para o próximo ano lectivo, em Setembro de 2007.

O coordenador do projecto, Jiri Adler é o responsável pelo departamento de investigação e membro da reitoria daquela faculdade na República Checa e colabora também com a clínica portuguesa, tendo daí nascido a ideia de incrementar os laços que unem os dois países na formação académica.

Antes deste protocolo, já duas centenas de alunos portugueses tinham recorrido directamente a faculdades checas, não só em Brno, mas também em Braga e Pilsen, para tirar o curso de Medicina, uma "moda" que se iniciou há sete anos.

Agora, através da CSVP podem candidatar-se até ao dia 15 de Dezembro (as inscrições abriram a 15 de Setembro), realizando-se os exames de Química, Biologia e Física, em Janeiro de 2007. Além daqueles exames, os alunos irão sujeitar-se também a testes de destreza mental e de análise de inteligência emocional.

"A República Checa e a Polónia são países muito desenvolvidos do ponto de vista cientificotecnológico. Para se fazer uma pequena ideia, na universidade de Masaryk, o local onde são leccionadas as aulas de Anatomia, tem 32 marquesas com os respectivos microscópios de tecto e tem ainda um Museu de Anatomia, muito bem equipado em 300 m2 de área", pormenorizou Paulo Rocha, co-coordenador do projecto e administrador a Clínica de São Vicente de Paulo.

Também o campo universitário de Brno oferece condições excepcionais, lembra o administrador, enfatizando o financiamento cedido pelo Banco Europeu de Investimento.

O curso tem a duração de seis anos e é ministrado em inglês. O internato pode ser feito lá, em Portugal, ou até mesmo em Nova Iorque ou Londres, que também possuem protocolos de colaboração com a faculdade checa. "Não há dificuldade em arranjar estágios pois estes alunos, graças à sua formação, são sempre bem-vindos em qualquer lugar", realça Paulo Rocha.

Para se chegar lá, além da triagem que é feita através dos exames de admissão é preciso desembolsar alguns milhares de euros. Anualmente, os alunos irão pagar à faculdade de Brno 8000 euros - o que no final do curso perfaz 48 mil - em propinas. Cá em Portugal e para se ter acesso aos exames, o valor recebido pela CSVP está fixado nos 300 euros. Os que forem seleccionados terão ainda de desembolsar mais 2000 euros de jóia.

O administrador da clínica sublinha que o curso é reconhecido pela Ordem dos Médicos, lembrando que alguns dos primeiros estudantes que se aventuraram a tirar o curso na República Checa, ainda fora deste protocolo, já cá estão a exercer, nos hospitais do Algarve.

Neste momento, a instituição já recebeu cerca de 50 candidaturas. Para concorrer, é necessário ter o ensino secundário completo até Agosto de 2006.

Terminados os exames, quem for admitido deverá ter em sua posse um certificado de habilitações do ensino secundário traduzido para checo, uma tradução que deve ser realizada na Embaixada da República Checa, em Lisboa. Depois, em Fevereiro do próximo ano, será publicada a classificação final da lista total de candidatos e os 100 melhores alunos serão matriculados na Faculdade de Medicina da Universidade de Masaryk.





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