Os salários podem chegar aos oito mil euros mensais, dependendo da experiência dos candidatos, a que se acrescentam outros benefícios (pessoais e familiares) ao nível da educação, cuidados médicos, sistemas de pensões ou subsídios de deslocação. Mas para o Instituto Europeu de Patentes (IEP), a remuneração não será o fator determinante para nenhum dos profissionais que se candidate às 150 vagas que tem disponíveis para examinadores de patentes. Tem trabalha com inovação, fá-lo por gosto e vocação. O target do IEP são perfis formados na área da engenharia ou ciência, preferencialmente, com percursos ligados à investigação. As candidaturas estão a decorrer até outubro.
Alemanha (Munique e Berlim) e Holanda (Haia) são os destinos dos 150 candidatos que venham a ser recrutados para integrar a organismo europeu que assegura o registo das patentes desenvolvidas por inventores de toda a Europa. O reforço da equipa de examinadores de patentes, previsto para 2015, dá continuidade ao já iniciado em 2013, altura em que o IEP recrutou 200 profissionais europeus e resulta do crescimento que têm registado na Europa as indústrias que fazem uso intensivo da propriedade intelectual.
No início do ano, cerca de 39% da atividade económica total da Europa (num valor de cerca de 4,7 biliões de euros anuais) eram gerados por sectores com utilização intensiva de Direitos da Propriedade Intelectual (DPI), segundo um estudo realizado em parceria pelo IEP e pelo Instituto de Harmonização no Mercado Interno (IHMI) sobre os Direitos de Propriedade Intelectual. O relatório traçava ainda um pujante cenário para o emprego: aproximadamente 26% de todo o emprego na União Europeia (mais de 56 milhões de postos de trabalho) eram já assegurados diretamente por indústrias e sectores com utilização intensiva de DPI. Um número a que acresciam, à data, mais 9% de empregos criados indiretamente. Benoît Battistelli, presidente do EIP destaca neste cenário os benefícios dos DPI e das patentes que, garante não se ficam pela teoria económica.
É sobejamente conhecida a relevância da inovação na competitividade económica das empresas e o papel determinante que este tem desempenhado na economia europeia. “Os ativos intangíveis assumem extrema importâncias para as empresas inovadoras”, realça no documento enfatizando que “as patentes abrem muitas vezes as portas ao investimento e à entrada de novos parceiros de negócio, em particular para as PME, mas também para os centros de investigação e universidades”. Manter a competitividade europeia na economia global futura passará pela capacidade da Europa encorajar o desenvolvimento e a utilização das novas tecnologias e da inovação.
O estudo do IEP e do IHMI procurou analisar em que medida os setores ligados á utilização de propriedade intelectual são importantes para o emprego, para o PIB e para o comércio europeu e as conclusões não deixaram grandes margens para dúvidas quer pelo volume de empregos que asseguram quer pelos valores que movimentam. Centenas de setores, dos seguros aos serviços financeiros, sem esquecer indústrias como as telecomunicações, eletrónica, petrolífera, farmacêutica, design, marketing e muitas outras utilizam os DPI de forma intensiva, recorrendo frequentemente a um ou mais destes direitos. Em matéria de carreira, o setor é também aliciante: além das múltiplas oportunidades geradas e do seu potencial de internacionalização, a remuneração média nos setores com utilização intensiva de DPI é superior em mais de 40% à praticada noutros setores.
O que o IPO procura agora é reforçar a equipa encarregue de examinar as inúmeras patentes registadas na Europa anualmente. As 150 vagas destinam-se a profissionais do ramo das engenharias e ciências que combinem peritagem científica, pensamento analítico, competências linguísticas e interesse pela legislação de propriedade intelectual.