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Porto aposta na qualificação

19.03.2004


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Cátia Mateus

A BATALHA do norte em prol da formação está a ter frutos. A Área Metropolitana do Porto (AMP) detém actualmente níveis de qualificação académica superiores aos nacionais, mas ainda inferiores aos registados na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Os dados são do estudo "Retrato da Área Metropolitana do Porto" que o Instituto Nacional de Estatística (INE) acaba de editar. O documento, que avalia a evolução socioeconómica da AML, evidencia que apesar desta conjuntura a região não está a conseguir retirar o melhor aproveitamento dos recursos.


Entre 1991 e 2001 o índice de qualificação académica superior na AMP melhorou consideravelmente. O documento revela que 8% da população residente nos nove concelhos da AMP possuíam, em 2001, formação superior.

A média nacional era de 6,5% e a capital, Lisboa, registava uma média de 10,4%. De acordo com o INE, na mesma altura, 21,8% da população do Porto não possuíam qualquer qualificação académica, quando a média nacional se situava nos 26,4%.

Hoje, o concelho do Porto apresenta, segundo o INE, "o maior número de estudantes, quer residentes quer matriculados, por indivíduo activo residente, entre os vários concelhos que compõem a AMP".

O Instituto frisa ainda que no Porto o número de alunos matriculados supera mesmo o número de estudantes residentes. São as mulheres que mais têm contribuído para o qualificação de mão-de-obra na região.

Os dados revelam que a AMP está a ganhar terreno em qualificação, mas a verdade é que a região ainda tem dificuldade em fixar os seus recursos humanos mais qualificados.

E neste campo, o estudo do INE permite concluir que a forte concentração de serviços qualificados na capital ainda pesa a norte do país.

A AMP dispõe de uma mão-de-obra relativamente jovem quando comparada com a média do país e até com a AML, embora os últimos anos tenham evidenciado algum envelhecimento populacional.

Entre 1991 e 2001 o aumento da população empregada ocorreu sobretudo entre a população feminina e mais instruída. Todavia, o crescimento do desemprego na AMP continua a ser superior ao da AML e da média do país.

De acordo com o INE, apesar deste aumento nítido de qualificações, "as indústrias da AMP, assentam ainda em sectores muito intensivos em mão-de-obra, de baixa produtividade e orientação exportadora". O tecido empresarial da AMP absorve 59,1% da população empregada.





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