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Porque falham os recrutamentos

Porque falham os recrutamentos

Falta de comunicação sobre o estado da candidatura e de informação sobre o valor do salário, a par com os múltiplos entraves que se colocam à realização de candidaturas online são as principais queixas dos profissionais portugueses envolvidos em processos de recrutamento. Mas não é só aqui que as empresas falham.

07.11.2014 | Por Cátia Mateus


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Quantas vezes já passou pela experiência de ser chamado para uma entrevista de emprego, o recrutador mostrar interesse no seu percurso, ficar de lhe dar uma resposta mais tarde e você desesperar dias a fio por um telefonema ou um email que nunca chegam? E quantas vezes já compareceu a uma entrevista de emprego onde o recrutador se recusa a clarificar como decorrerá o processo de seleção e as etapas que o compõe? Saiba não é caso único. Razões como estas estão na base do facto dos profissionais portugueses estarem entre os menos satisfeitos com os processos de recrutamento em que se veem envolvidos.

Segundo um estudo da consultora de recrutamento e seleção Kelly Services – o Kelly Global Workforce Index 2014 - os profissionais portugueses são dos mais insatisfeitos com as experiências de candidatura a novas oportunidades de emprego a que se sujeitam ao longo do seu percurso de carreira. A falta de informação clara sobre o processo de candidatura, a inexistência de informação sobre o salário e os entraves à realização de candidaturas online são alguns dos pontos negativos elencados pelos portugueses neste estudo.

Segundo Afonso Carvalho, diretor geral da Kelly Services Portugal, “apenas 35% dos profissionais em Portugal revelam satisfação com este processo face a uma média de 42% registada entre os vários países europeus analisados no estudo”. Cerca de 87% dos profissionais inquiridos pelo Kelly Global Workforce Index 2014 passaram por processos de recrutamento no último ano e para Afonso Carvalho, “o otimismo que caracteriza esta fase inicial dos processos de recrutamento pode desaparecer rapidamente se não for devidamente estruturado, planeado e não lhe forem alocados os melhores recursos”. O especialista reconhece que “é visível que nem todas as organizações tiram o melhor partido do processo de recrutamento” e enfatiza: “os resultados do estudo conduzido pela Kelly Services permitem perceber que existe espaço para melhorar esta relação com os candidatos, face ao desafio de saber como assimilar corretamente o talento que se apresenta às organizações”.

Os profissionais inquiridos neste estudo apontam a importância de um processo de candidatura simples, através de plataformas digitais e a necessidade de atualizações regulares sobre o processo de candidatura como os elementos mais relevantes para tornar a experiência de recrutamento positiva. Nesta edição do Kelly Global Workforce Index participaram 13 mil profissionais portugueses, num total de quase 230 mil profissionais em 31 países. Segundo Afonso Carvalho, as falhas mais comuns identificadas pelos candidatos na sua experiência em processos de recrutamento pode ter um impacto prejudicial nas atitudes dos profissionais e no compromisso destes para com as organizações.



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