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Os novos emigrantes

O perfil dos emigrantes portugueses está a mudar
06.10.2006


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Cátia Mateus

A VONTADE de deixar Portugal e ir trabalhar num outro destino europeu levou mais de 20 mil pessoas, maioritariamente jovens, a fazer da Feira Europeia do Emprego e da Mobilidade um ponto de paragem obrigatória. O evento, que decorreu na passada semana no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, ajudou a revelar um novo perfil de emigrantes. Hoje são os jovens qualificados quem parte em busca de novas oportunidades, sobretudo de enriquecimento cultural e profissional. Espanha e Reino Unido são os destinos preferenciais.

Durante três dias, estiveram ao alcance dos visitantes cerca de um milhão de vagas de trabalho no espaço comunitário. Um volume de ofertas que reforça as potencialidades da Europa ao nível da mobilidade mas que para Alexandre Rosa, vice-presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), entidade promotora da iniciativa em parceria com a rede EURES, obriga a uma reflexão realista sobre as potencialidades de ter uma experiência laboral além-fronteiras e a necessidade de o fazer sem riscos.

Trabalhar no estrangeiro pode ser aliciante, mas obriga a alguma cautela. Partir sem garantias não é uma boa forma, e segundo Alexandre Rosa, ‘existe um conjunto de elementos que permitem aos interessados uma mobilidade segura'. O responsável explica que, além das ofertas apresentadas no certame, ‘a Feira assumiu como meta prestar aos interessados as informações necessárias sobre as condições de vida no espaço europeu e outros factos úteis a quem pondera trabalhar num país estrangeiro'.

Alexandre Rosa afiança que, ‘quando se pensa trabalhar fora de Portugal, compensa recorrer aos canais próprios e a rede EURES pode ser um aliado importante, já que detém informação sobre as oportunidades e realidades laborais em toda a Europa'. O vice-presidente do IEFP ressalva que ‘antes da partida há todo um trabalho de recolha de informação, essencial ao sucesso desta experiência'.

Na Feira Europeia do Emprego estiveram representados nove países e igual número de euroconselheiros aptos a informar os interessados sobre a realidade de cada nação, em vários domínios. Alexandre Rosa confirma que o Reino Unido e Espanha são os destinos preferenciais dos portugueses, que ‘são hoje emigrantes mais jovens e qualificados do que no passado'.

A afluência dos visitantes ao evento comprovou, segundo o representante do IEFP, o sucesso da iniciativa. Mas Alexandre Rosa não tem dúvidas de que há ainda um longo caminho a percorrer para fomentar o trabalho noutro Estado e contrariar a fraca tendência de mobilidade existente no espaço comunitário onde ainda só 2% dos habitantes trabalham fora do país de origem, segundo dados do Eurostat.





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