Cátia Mateus
A cumprirem-se as estatísticas, o segundo semestre de 2007 promete ser benéfico para quem procura emprego. Segundo os dados do último Hiring Survey — o inquérito às intenções de contratação das empresas portuguesas —, realizado semestralmente pela MRINetwork, 96% das empresas presentes em Portugal prevêem manter ou aumentar o seu quadro de pessoal até ao final do ano. Em termos comparativos, o inquérito apurou que a intenção de novas contratações é 5% superior à verificada em igual período do ano passado.
Face a 2006, a intenção das empresas portuguesas em aumentar o seu número de colaboradores subiu 13 pontos percentuais o que pode ser um bom indício para o mercado de trabalho nacional. Segundo Ana Luísa Teixeira, «managing partner» da MriNetwork Portugal, “a intenção de aumentar o número de colaboradores, agora apurada neste inquérito, é a maior desde há dois anos”. Resultados que levam a especialista em «executive search» a arriscar boas perspectivas de crescimento para o mercado de trabalho nacional.
“Reparámos neste Hiring Survey que a tendência para reduzir o número de colaboradores tem vindo a decrescer significativamente ao compararmos com os dados do semestre passado”, explica Ana Luísa Teixeira. A especialista enfatiza ainda que “este é um indicador de consistência e de uma certa estabilidade no mercado de trabalho. Já se sente um maior dinamismo das empresas, com grande número (41%) a pretenderem aumentar os seus quadros para fazerem face aos desafios e maior dinamismo da economia”.
O sector das tecnologias de informação apresenta-se como o mais dinâmico, sendo aquele onde as possibilidade de novas contratações mais se farão sentir até ao final do ano. Os dados do inquérito revelam que 60,6% das empresas de TI planeiam aumentar o seu número de colaboradores.
O reverso da medalha faz-se sentir no sector do retalho, aquele que apresenta maior intenção de reduzir os seus postos de trabalho. Já no sector farmacêutico verifica-se uma subida de 32%, face a 2006, na intenção de contratar mais profissionais.
Em matéria de dificuldade no recrutamento de profissionais qualificados, apenas 7,18% dos inquiridos antecipam graves dificuldades para encontrar os candidatos com as competências necessárias nos próximos seis meses. Dificuldades essas evidenciadas, sobretudo, nas áreas comercial e técnica,
O estudo semestral agora divulgado compreendeu entrevistas a 153 directores-gerais ou de recursos humanos de empresas de todas as dimensões e diversas áreas de actividade a operar em Portugal.