Os critérios utilizados pelos recrutadores para filtrar os melhores currículos variam consoante a empresas e com a função que se quer preencher, mas há elementos de avaliação que segundo a especialista em recrutamento, membro da equipa de seleção do Facebook, Ambra Benjamin, são determinantes em qualquer organização e para qualquer cargo. Um deles é a experiência mais recente do candidato e outro o seu percurso de progressão profissional.?
O primeiro critério de análise, para qualquer especialista, é a experiência mais recente do candidato em análise. Para Ambra Benjamin, os recrutadores procuram no currículo do candidato informações sobre o seu último posto de trabalho, a sua missão e objetivos no cargo e de que forma essa experiência é relevante para a função a que se candidatam. “Fatores como a sua situação contratual ou a razão pela qual concorrem a um novo emprego são relevantes”, clarifica confirmando que procura sempre saber se o candidato é “empurrado para a mudança” por um contrato que não foi renovado ou se muda por necessidade de crescer profissionalmente e conhecer outras empresas. Além deste aspeto, a especialista em recrutamento do Facebook destaca ainda outros parâmetros essenciais quando avalia um currículo. As empresas onde o candidato trabalho, o seu percurso de progressão profissional ou as keywords do seu currículo podem revelar muito a quem recruta.?
Através da lista de empresas onde o candidato desempenhou funções é relativamente fácil a um recrutador experiente perceber o seu nível de competências e através do seu histórico de carreira, garante Ambra Benjamin, pode medir-se o grau de proatividade e ambição. Um candidato que não tenha um histórico de promoções ou de novos desafios profissionais pode ser conotado como excessivamente acomodado e exigir maiores cautelas na contratação. A keywords (palavras-chave) de um currículo são também determinantes e dizem muito sobre o posicionamento de um profissional no mercado. Para a especialista a análise das palavras-chave é mesmo a forma mais célere e simples de perceber se o candidato reúne as competências técnicas essenciais à função.?
Poderá perguntar-se se a duração das suas missões não conta aos olhos do recrutador. Conta, e pode não funcionar a seu favor. Períodos excessivamente longos são sinal de conformismo e se excessivamente curtos podem evidenciar sinais de fraco compromisso com a carreira ou com o empregador. Do mesmo modo, Ambra Benjamin enfatiza a necessidade de justificar sempre muito bem os períodos em que o candidato esteve sem trabalhar. Se tirou uma licença sem vencimento para se dedicar a uma missão de voluntariado isso deve ficar muito claro no currículo. A presença online em plataformas como o Linkedin, o Twitter ou a remissão para portfolios online (em áreas mais artísticas) deve também ser referida. ?
Ambra Benjamin salienta que os candidatos não devem restringir-se a modelos rígidos, formais ou ultrapassados de currículo e enfatiza que não há nenhum recrutador que não goste de sentir que um determinado currículo espelha a personalidade do candidato. Personalizar é a palavra que se impõe no atual contexto de recrutamento. Assim, os templates do século passado ou os currículo em tamanho lençol são proibidos para quem quer captar a atenção de um recrutador.