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Mulheres com mais salário

19.09.2003


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Ruben Eiras

A diferença salarial entre homens e mulheres é de apenas 5% em Portugal


OS SALÁRIOS portugueses são os mais igualitários entre sexos na União Europeia, ultrapassando mesmo os países nórdicos.

De acordo com a última análise, referida na "Situação Social da Europa 2003", elaborada pela Comissão Europeia, as mulheres recebem um montante salarial apenas 5% menor do que os homens. Na UE, a média do diferencial salarial entre sexos situa-se nos 16%.

Em Portugal, o "gap" remuneratório entre homens e mulheres tem vindo a diminuir progressivamente desde 1994, com excepção de uma ligeira subida em 1997.

Para Pedro Câmara, consultor de gestão de recursos humanos, esta tendência do mercado português mostra que existe uma percentagem crescente de mulheres mais qualificadas "que concorrem, em pé de igualdade com os homens, a cargos mais bem qualificados".

Isto porque, segundo aquele especialista, a discriminação salarial assenta na diferença de qualificações e não em outros elementos, como o sexo ou a raça, por exemplo.

Elsa Carvalho, consultora da Mercer HR Consulting, uma multinacional de recursos humanos, partilha da mesma perspectiva: "O nível de responsabilidade das funções ocupadas pelo sexo feminino cresceu significativamente. É comum encontrarmos actualmente mulheres em cargos de chefia e funções de gestão".

Mas há outra realidade "encapotada" sob a estatística de igualdade salarial. Segundo Pedro Câmara, na Europa Central e do Norte, as mulheres abandonam o mercado de trabalho quando têm filhos e reentram por volta dos 40 anos, quando estes já são autónomos.

"Esta reentrada faz-se num patamar inferior ao que normalmente corresponderia às suas qualificações e, por isso, poderá justificar um 'gap' maior", explica.

Mas, em Portugal, diz aquele consultor, as mulheres não podem dar-se "a esse luxo, porque o seu salário é indispensável para equilibrar o orçamento familiar".

Elsa Carvalho refere que a homogeneidade salarial entre sexos irá tornar-se cada vez mais forte no mercado português, "criando mais igualdade de oportunidades".





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