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Mulheres ao poder

A política de recrutamento da HP a nível mundial demonstra uma clara vontade em contratar mais mulheres e em promovê-las dentro da empresa. Este mês, a multinacional reuniu, em Sófia,0 dos seus quadros femininos com o objectivo de mostrar as potencialidades que esta força de trabalho tem dentro da empresa
25.01.2008


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Maribela Freitas
A HP, a nível mundial, está empenhada em atrair mais mulheres para a sua força de trabalho e auxiliá-las a crescer dentro da empresa. Esta organização é apologista de que a diversidade dos recursos humanos ajuda a criar um ambiente de trabalho estimulante e incentiva a criatividade e a inovação.

Para aproveitar em pleno o talento feminino, a HP juntou este mês em Sófia, na Bulgária, 150 mulheres que ocupam diferentes patamares dentro da organização na Europa, Médio-Oriente e África (EMEA). O objectivo do evento foi trocar experiências e mostrar às mulheres como podem desenvolver a sua carreira dentro desta multinacional. De acordo com dados da HP, a região EMEA tem a mais baixa representação feminina em lugares de decisão, em comparação com a empresa a nível mundial. No entanto, tem sido a zona que mais tem contratado mulheres nos últimos dois anos. Daí que o evento promovido em Sófia tenha tido como objectivo reunir mulheres com elevado potencial de liderança para se aperceberem do seu valor, qualidades e das oportunidades que a multinacional lhes oferece de crescimento profissional e pessoal.

Durante o evento, as presentes tiveram oportunidade de participar em «workshops» e de ouvir especialistas na matéria, com o intuito de as apoiar a criar um percurso profissional dentro da estrutura empresarial. “Queremos ajudar as mulheres a construírem a sua carreira na HP. O nosso objectivo é não só trazê-las para a empresa mas também assegurar que têm oportunidades de progressão. O nosso investimento é também em reter os melhores talentos”, explica Linda Sharkley, vice-presidente para o desenvolvimento de pessoas e recursos humanos da HP a nível mundial. Para esta responsável, “este é o milénio das mulheres, e ter uma força de trabalho com o aspecto feminino e masculino só nos torna mais fortes”.

Em Portugal, o cenário da representatividade feminina nesta multinacional resume-se a 24,78%. Mais exactamente, num universo de 339 colaboradores, 84 são mulheres. A sua percentagem em cargos de liderança é ainda mais baixa, sendo que em 20 «managers», apenas três são mulheres. “Este número é em primeiro lugar influenciado pelo rácio mulheres/homens a trabalhar neste sector das tecnologias de informação, que por sua vez é influenciado à partida pelo número de raparigas que optam por esta via académica «versus» o número de rapazes que o fazem”, refere Ilda Ventura, directora de recursos humanos da HP Portugal.

O objectivo da política de recrutamento no território nacional é “aumentar o número de mulheres em geral e também em cargos de gestão, por isso temos medidas internas que obrigam a ter pelo menos 50% destas em todos os processos de selecção e uma política de benefícios que visa o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional — factor fundamental para o papel da mulher como profissional”, salienta Ilda Ventura. Por isso, a HP em Portugal e a nível mundial conta com medidas que possibilitam conciliar o aspecto de trabalho e de vida privada dos seus colaboradores.

Trabalho em «part-time», em casa e em horários flexíveis são algumas delas. A HP aspira a ser um dos melhores sítios para trabalhar nos locais onde está representada. Mas por que razão o elemento feminino é tão importante para esta companhia? Nos últimos anos, as mulheres ganharam representatividade no mercado de trabalho e decidem cada vez mais as compras do dia-a-dia. Ao estarem envolvidas nas decisões de negócio e tendo em conta que conhecem bem os potenciais clientes, podem ajudar as empresas a criar soluções inovadoras e a crescer. Além disso, como explica Ilda Ventura, “a diversidade e pontos de vista diferentes contribuem para soluções mais criativas. As mulheres pensam e agem de forma diferente da dos homens e um «mix» mais equilibrado traz ao ambiente laboral muitas mais-valias”.

Acrescenta ainda que em posições de liderança podem ser mais sensíveis as questões de carácter humano, embora continuem a ser objectivas e focadas no negócio. E estas características podem ser muito motivadoras num ambiente competitivo como o das tecnologias de informação. Linda Sharkley afirma mesmo que “as mulheres têm uma capacidade única de ver possibilidades e não pode haver inovação sem alguém as detectar”. Perante este cenário, a política da HP é clara: contratar mais no feminino.

Contudo, e como explica Cathy McNulty, vice-presidente de recursos humanos da HP EMEA, “não é só ficar com as mulheres mesmo que não sejam tão boas como os homens. Queremos mais mulheres, mais diversidade e os melhores talentos”. A política de recursos humanos na região EMEA passa por atrair mais mulheres, por exemplo, logo à saída das faculdades, promovê-las internamente e mantê-las na organização. É que a concorrência no mercado é grande e existem muitas empresas a desenvolver os mesmo produtos.

No final, “são as pessoas que fazem a diferença ao sentirem-se orgulhosas pelo sítio em que trabalham e por estarem motivadas e terem a certeza de que estão a fazer o que é melhor”, comenta Linda Sharkley. Ao que tudo indica, esta mensagem de oportunidades de crescimento interno passou para quem integrou o grupo presente em Sófia.

Rita Carvalho, directora de «marketing» e consumo da HP Portugal esteve no evento e faz um balanço muito positivo. “Notei que existe interesse na HP em promover o desenvolvimento de carreira da mulher e a noção de que estas têm características de liderança que complementam e enriquecem o tecido empresarial. O encontro serviu ainda para me sentir cada vez mais motivada. Fiquei com a nítida sensação de que a minha voz é ouvida”, finaliza Rita Carvalho.





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