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Moderna liga-se ao secundário

25.06.2004


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Maribela Freitas

A UNIVERSIDADE Moderna de Lisboa (UML) está a desenvolver uma iniciativa que tem como objectivo criar uma ligação entre o ensino superior e o secundário. A Comunidade Educativa Moderna (CEM) assume-se como um projecto educativo que visa transmitir o conhecimento mútuo e informação sobre a universidade, a um conjunto de escolas secundárias da capital. Neste âmbito, realizaram-se já estágios de alunos do secundário na UML onde foi dado a conhecer aos mais novos o que é uma universidade e como é que ela funciona.


Esta iniciativa surge em resposta à necessidade de encarar a educação como um contínuo, desde a entrada nas escolas até às pós-graduações universitárias. A UML assume cada aluno como um projecto em evolução permanente e com a CEM a Moderna pretende contactar com os outros participantes nos projectos educativos dos seus alunos.

Britaldo Rodrigues, reitor da UML explica que "cada estado do projecto educativo deve ser contínuo e é na passagem de um estado ao outro que muitas vezes se verifica o abandono escolar. É comum na universidade queixarmo-nos da qualidade do ensino secundário, mas a universidade não terá aí uma responsabilidade? A CEM surge exactamente para minimizar essa passagem do secundário para o ensino superior".

A iniciativa começou no passado ano lectivo e envolveu quatro escolas secundárias da área da Grande Lisboa - Restelo, Miraflores, Rey Colaço e Marquês de Pombal. Para já e durante o próximo ano lectivo este projecto vai continuar a decorrer nestas escolas, embora Britaldo Rodrigues coloque a hipótese de alargar a iniciativa, pelo interesse demonstrado por muitas outras instituições de ensino.

Como primeira iniciativa a CEM promoveu encontros entre docentes. A ideia era trocar experiências e tentar perceber quais os problemas que surgem na articulação do ensino secundário com o superior. As associações de pais quiseram participar neste processo, colocando as suas dúvidas quanto às mudanças programadas para o ensino superior, nomeadamente o processo de Bolonha.

Além dos encontros foram feitos estágios de alunos do secundário na UML, com a duração de uma semana, onde assistiram a aulas, contactaram com professores e a vida académica, de forma a perceber melhor o que é o mundo universitário.

"Quisemos mostrar como se vive numa universidade. Fizemos ainda alguns dias de universidade aberta, onde foram dados a conhecer aos alunos dessas escolas os cursos que leccionamos". Em todas estas iniciativas a UML contou com a colaboração dos seus próprios estudantes.

"Outra acção integrada na CEM passou pelo apoio a clubes de ciência já existentes e na criação de novos nas escolas onde não existiam. É muito importante desenvolver nos alunos o espírito investigativo para que cresça neles a capacidade de inovação que torne a nossa sociedade mais competitiva no contexto europeu em que se insere", refere Britaldo Rodrigues.

No próximo ano lectivo a CEM vai continuar a desenvolver estas e outras actividades. À imagem dos clubes de ciências e com a colaboração dos núcleos de alunos universitários, vão ser criados três clubes: arquitectura, direito e cinema e televisão.

Aqui serão realizadas aproximações a estas profissões. O reitor quer também começar a desenvolver expedições científicas - onde tudo pode ser perguntado - que agucem o espírito investigativo dos mais jovens. Há também a ideia de criar uma revista que sirva de elo de ligação entre a universidade e as escolas secundárias englobadas no projecto.

A programação destas novas acções resultou do esforço articulado entre os docentes do superior e secundário. "Houve grande aceitação e entusiasmo perante esta iniciativa e muitas escolas mostraram interesse em participar. É provável que no próximo ano se alargue o número de escolas, desde que isso não ponha em causa a qualidade da CEM", finaliza Britaldo Rodrigues.





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